RUTA PUCC: VIAGEM AO MUNDO MAIA

Quem vai ao sul do México precisa saber que há muito mais do que Cancún para se conhecer. É difícil resistir a essa pérola da Quintana Roo, mas se você se aventurar por outros lados da península de Yucatán, não vai se arrepender, principalmente se você se interessa pela cultura maia.

Nosso ponto de partida será Mérida, capital de Yucatán, uma cidade que, mais de uma vez, foi eleita como a melhor para se viver no México, e onde, de fato, reina a tranquilidade.

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Da rodoviária central de Mérida (localizada na Rua 69) sai um ônibus para uma rota turística chamada La Ruta Puuc, que passa por diversos parques arqueológicos repletos de monumentos maias. O único dia em que o passeio pode ser feito com esse ônibus é domingo, saindo às 8h da manhã e voltando às 4h da tarde.

Outras opções são alugar um carro e ser seu próprio guia, e a vantagem é que você faz o caminho no seu próprio tempo; ou contratar o passeio com alguma agência de viagem da cidade (há várias no centro, próximo ao ayuntamiento ou prefeitura).

Desde 2600 a.C.

Foi mais ou menos em 2600 antes de Cristo que os maias começaram a ocupar o México e outras área da América Central, como Belize e Guatemala. Esse povo chama a atenção pelo fato de ter desenvolvido língua e códices e ter altos conhecimentos de astronomia, inclusive construindo templos nos quais podem ser vistos jogos de luz e sombra durante os solstícios e equinócios.

Quanto à língua, quem visita o sul do México pode se deparar com algumas pessoas que ainda conversam em maia. E na Ruta Puuc muitas placas de informação são trilíngues (espanhol/maia/inglês).

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A ruína maia mais conhecida talvez seja Chichén Itzá, que também fica em Yucatán, a mais ou menos 130 km de Mérida, por isso ela não entra na Ruta Puuc (é mais fácil de ser visitada se você estiver em Cancún).

La Ruta Puuc

Os sítios arqueológicos que fazem parte dessa rota são Uxmal (o mais impressionante, com uma pirâmide gigante e muitas outras construções), Kabah, Sayil, X-Lapak, Labná, Oxkintok, Grutas de Calcehtok e Grutas de Loltún. Bem fácil de pronunciar, né?

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Alguns são gratuitos, em outros o preço da entrada varia de 50 a 150 pesos mexicanos (1 BRL = +/- 5 MXN). Se você der sorte e tiver um bom espanhol, não vão perceber que você é estrangeiro, e você conseguirá entrar de graça ou pagando menos ao se passar por mexicano (já que eles nem olham seu documento para se certificar; comigo só olharam em uma das atrações).

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Dica: quem for com o ônibus deve ficar muito atento para não ser deixado para trás! Ele faz paradas de mais ou menos 30 min em cada sítio, exceto em Uxmal, que é o maior e por isso a visita dura mais tempo. Volte no horário informado pelo motorista, pois não o vi muito preocupado em conferir se todas as pessoas do passeio estavam de volta ao ônibus para prosseguir a viagem.

Cenotes, maravilhas naturais

O único ponto em que a Ruta Puuc deixa a desejar é que ela não passa por cenotes. Mas a sorte de quem vai para Mérida ou Cancún é que há muitos pela região, e fica fácil visitar pelo menos algum deles.

Um cenote é um poço de água doce que os maias chamavam de “dzonot”. Eles acreditavam que essas águas eram “portais” para chegar a outro mundo, por isso tratavam os cenotes como locais sagrados.

Quem estiver em Mérida pode dar um pulinho em um sítio arqueológico chamado Dzibilchaltun, onde fica o cenote Xlakah (fica na estrada rumo à praia Progreso). Esse cenote é de superfície, completamente aberto, mas não deixa nada a desejar aos cenotes que ficam em grutas. A cor azul esverdeada da água é impressionante, e o melhor de tudo é que se pode nadar, um alívio se você visitar a região entre maio e agosto, já que a primavera e o verão no sul do México são tao quentes como no Brasil.

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Para mais opções de lugares que contam com essa belezinha da natureza, você pode optar por explorar os que existem na região de Valladolid (são pelos menos 5). Essa cidade fica próxima à Mérida (aproxidamente 160 km).

A experiência de visitar as construções maias é marcante, pois esse é um daqueles lugares em que você fica se questionando como a humanidade foi capaz de desenvolver tanta coisa em tempos tão remotos. E se você conseguir ir a um cenote, prepara-se para perder o fôlego com a beleza.

 

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Gabriela Morandini

O que mais gosto de fazer é escrever e viajar, por isso comecei a escrever sobre viagens. Nasci e cresci no Brasil, mas a vida já me deu a oportunidade de viver no México, e agora na Espanha. Novos destinos sempre são bem-vindos! Para acompanhar minhas andanças, é só seguir o insta @terrasporondeandei.