COSTUMES NORTE-AMERICANOS

Entre as minhas muitas idas e vindas aos Estados Unidos, alguma coisas sempre me chamaram a atenção.

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Alimentação

Porções gigantes: Essa é óbvia e é a primeira impressão que mais assusta qualquer estrangeiro: o tamanho das comidas. Tanto em restaurantes quanto no mercado, tudo é imenso. Um copo pequeno de refrigerante, por exemplo, pode passar de meio litro!

porcoes gigantes
Duas limonadas pequenas, por favor.

To go: Como a quantidade de comida em restaurantes, em geral, é imensa e interminável, a maioria dos estabelecimentos não só não se importam se você pedir para embalar o restante para viagem, como ainda oferecem embalagens “to go” quando sobra comida no prato e você não fala nada.

Reserva paga: Em restaurantes mais caros, você faz a reserva e caso cancele, paga uma multa. Esse sistema acontece não só nos Estados Unidos mas em alguns lugares do mundo, já que o cardápio nesse tipo de ambiente é bem limitado (muitas vezes a menu degustação) e fresco, e saber o número exato de pratos evita desperdício e prejuízo por parte do restaurante. Acho que aqui no Brasil existe algumas implicações legais (não sei ao certo, mas pelo código do consumidor acredito que você não pode pagar algo que não consumiu).

Temperos: Esse tópico pode gerar controvérsias, mas na minha opinião tem muita pimenta em qualquer comida. Nada contra, mas acho exagerado.

Comida adocicada:  Alguns alimentos tipicamente salgados para nós são bem adocicados, como o milho (que por sinal eu adoro) e o feijão (bleh!). Por outro lado, o abacate que sempre consumimos em versão doce aqui, só existe como acompanhamento salgado.

Dietas restritivas: Apesar de não ser um país conhecido por uma culinária requintada, devo admitir que eles facilitam muito a vida de quem segue dietas restritivas. Em praticamente qualquer mercado é muito fácil de encontrar alimentos gluten free, lac free, dietéticos, veganos/vegetarianos e orgânicos, bem sinalizados e com preços honestos.

Refeições principais: Claramente, o café da manhã é a refeição mais reforçada. Proteínas animais (bacon e ovos) e muito glúten (panquecas, waffles, muffins e hash browns) iniciam o dia do cidadão americano. O almoço, quando não é pulado, é uma refeição bem simples, como um sanduíche. Já o jantar, é um caso a parte: ele na verdade é um “almojanta”, e começa lá pelas cinco da tarde.

Obs: Aos finais de semana, a maioria substitui o café e o almoço pelo brunch, a partir das onze da manhã. O brunch é um café da manhã ainda mais reforçado, com uma carinha de almoço.

cafe da manha
Café da manhã em casa

Guardanapo: A função do guardanapo é limpar a boca/mãos, e nunca segurar o sanduíche – como nós fazemos.

Fast coffee: Sempre achei meio hipster essa coisa de sair andando por aí com um copo de café na mão, a la Starbucks.  Mas essa cultura do Fast Coffee está muito inserida no dia a dia dos americanos. Como por lá um copo grande de café fica em torno de US$2, a maioria sempre para em alguma cafeteria no caminho, pega o café e segue para o trabalho.

Lifestyle

Fila preferencial: Além das nossas já conhecidas filas preferenciais de gestante e deficiente, em vários estabelecimentos você tem um atendimento diferenciado ser for cliente fidelidade. Ah, e os idosos? Eles não têm preferência em lugar nenhum (nem filas e nem estacionamentos).

Elogios: Todo mundo elogia tudo! Não é raro estar andando e ser parado por um estranho que elogia sua roupa/cabelo/maquiagem. No dia-a-dia, toda tarefa completada é elogiada, isso se aplica também às crianças.

Pontualidade: Herança britânica que eu amo. Ah, e mais: tudo tem hora para começar e para terminar também.

Água:  Sentou na mesa, a água é free (a menos que você peça alguma água phyna – tipo Perrier, Evian, etc).

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A água vem de graça

Bebidas: Não só nos EUA, mas também grande parte do mundo, a oferta de bebidas, mais especificamente de sucos, é bem limitada. Se você pedir suco em algum lugar, provavelmente as opções serão maça, limão ou laranja.

Patriotismo: Sim, tem uma bandeira hasteada em toda esquina e em praticamente todas as casas. E todo mundo sabe (bem) a história do país e a geografia. Grande parte apesar de viajar muito dentro do próprio país, não só nunca viajou ao exterior como não tem nem passaporte.

patriotismo

Geografia: Eles aprendem na escola que há sete continentes (isso mesmo, sete e não cinco): América do Norte, América do Sul, Europa, Asia, África, Oceania e Antártica. Ah, e sempre que você ouvir America, significa o país Estados Unidos, e não o continente.

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Hotéis

A maioria dos hotéis norte-americanos seguem padrões de qualidade em qualquer lugar do mundo. Uma coisa curiosa é que a maioria deles não tem café da manhã incluso na diária. Outra coisa que acho meio estranha é sempre ter uma máquina de gelo no corredor do andar.

Beleza

Salão de Beleza: Além de ser bem mais caro do que estamos acostumados a pagar em bons salões no Brasil, devo confessar que depilação e unha é uma coisa que a brasileira faz melhor que qualquer outro povo no mundo. Já precisei fazer a unha algumas vezes, e sempre me arrependi: paguei caro por um “meio serviço”, já que a limpeza é bem mais ou menos (sim, eu sei que não é saudável tirar cutícula, mas se não tiro fico com uma sensação de unha não-terminada). Depilação então, nem sei fale. Cabelo nunca tentei.

Utilizei serviços de salão em cidades grandes, como Austin, Los Angeles e NYC, mas imagino que em cidade menores deve ser ainda mais complicado.

Maquiagem: Maquiagem é sempre barata e a mulherada aproveita mesmo. Não é incomum vê-las SUPER maquiadas para fazer atividades básicas, como ir ao mercado ou à academia. Por outro lado, parece que toda essa arrumação se restringe ao pescoço para cima. O resto do look sempre traz uma calça moletom e/ou camiseta.

Babyliss: Uma coisa é certa quando o assunto é cabelo: nunca estamos felizes com o que temos. Em nenhum lugar do mundo. Muita gente nos EUA tem cabelo naturalmente liso – ao contrário do Brasil – e claro, sempre dão um jeito de enrolar. Todo mundo faz babyliss pra tudo! E mesmo quem tem cabelo afro, em geral prefere enrolar ao invés de alisar.

Papete: Acho engraçado porque faz parte do esteriótipo “típico de gringo”, mas é verdade: todo mundo adora uma papete. E não só para o verão: no inverno, saem de papete e meia. Acho meio estranho usar no inverno, mas confesso que é tão confortável que já caiu nas minhas graças e às vezes eu também adoto no verão.

Quer saber mais?

No fim de maio, passei o meu primeiro Memorial Day em terras americanas. Se depois de ler as minhas impressões sobre os costumes acima, clique aqui para ver como foi o meu feriado.

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Published by

Thaís Schultz

Paulista morando na Florida (EUA). Inquieta, curiosa e fã de uma boa história. Por aqui, compartilho as minhas andanças pelo mundo. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀