Paulistana, arquiteta e curiosa demais! Escrevo muito e sonho alto, sim. Viciada em tudo que envolve cidade, cinema, arte, fotografia, literatura e comunicação. Equilibro a sensação deliciosa de descobrir lugares novos com a tentação de retornar aos já favoritos. Para mim não há esta história de "Esperar pela sexta-feira" ou "Só no fim de semana", todo dia é dia de fazer algo que te faça bem.
A cidade é cheia de eventos, e tantas opções, sempre frequentes, podem te deixar interessado e fazer você programar tudo rapidinho… mas também tem vezes que vamos deixando para depois e, quando realmente buscamos os ingressos, descobrimos que o espetáculo saiu de cartaz.
(Sério, preciso ter certeza de que não acontece somente comigo…)
Vou listar três opções diferentes e fazer você oficializar o programa!
LÉS MISERABLES
imagem: Divulgação
A história clássica, baseada na obra do escritor Victor Hugo, retorna à São Paulo, desta vez em versão que segue os moldes da adaptação mais recente da peça, lançada em Londres em 2010.
Super envolvente, difícil não conhecer (ou pelo menos reconhecer) algumas canções que embalam este musical histórico. Clássico é clássico.
Tive a oportunidade de assistir recentemente e a montagem é linda, mas para mim, o mais incrível é ter uma orquestra completa tocando por 3 horas (sim, 3 horas!) no decorrer da história. De arrepiar.
RENATO RUSSO – O MUSICAL
Imagem: Divulgação
Curta temporada, o espetáculo estreou no começo deste mês fica em cartaz somente até outubro (se gostou, corre, outubro é logo ali!), e é baseado em depoimentos, reportagens, entrevistas, livros e imagens.
Paralelamente, o MIS, Museu da Imagem e do Som, iniciou a exposição Renato Russo também neste mês, e a junção destes dois eventos pode ser bem interessante para fãs do artista, de sua música, de música em geral e curiosos. Esta, por sua vez, pode ser visitada até janeiro de 2018.
CANTANDO NA CHUVA
Imagem: Divulgação
O filme clássico é adaptado ao teatro e é uma forma de celebrar seus 65 anos de estreia. Com muitos efeitos técnicos especiais e chuva (sim, muita água), promete ser bem realizado e divertido. Em cartaz a pouco tempo, pode ser visto até novembro deste ano.
Minha formação em arquitetura não deixou escapar a paixão por bom design.
Há quem ache decorar uma ação fútil, mas não se engane, os princípios do design e da decoração de qualquer ambiente (necessário, vamos ser realistas, não se vive apenas entre quatro paredes) é proporcionar conforto, bem-estar, praticidade e atender às necessidades diárias da vida. O bom design não é apenas belo, mas também bom realizador de sua ação proposta. Se algum objeto, de qualquer porte, não executa bem a sua tarefa, gera resíduos, se desmonta, não é fácil de manusear, e outros aspectos similares, ele acaba sendo um produto ruim, por mais lindo que seja.
Nem sempre bom design é acessível, sei muito bem disto. Nos últimos anos, grandes lojas de móveis e decoração se instalaram no Brasil com a proposta de aproximar o consumidor deste setor, afirmando reunir bons preços à qualidade.
Na minha opinião, apesar de realmente construírem uma cultura que valoriza e adquire design, estas marcas também são responsáveis pela “padronização” da estética e do visual e tudo parece ter a mesma “cara”. Com o tempo, sinto que nossos espaços ficam se industrializando, se copiando, não tendo mais identidade nem personalidade.
Cada lar tem que ter o seu jeito, seguir seu estilo, e mudar junto com você e com os outros moradores. Buscar identidade na vida deve refletir também no ambiente em que vivemos, por mais que você passe boa parte do tempo fora, a casa deve ser uma extensão de quem vive nela.
Tem coisa mais linda que ter louças e outras peças antigas, e herdadas da família, que pertenceram a outras épocas, foram usadas em celebrações, ou até mesmo no dia-a-dia na casa da avó? Lembro-me sempre das xícaras e pratos alaranjados com desenhos geométricos (dos anos 70, eu acho) que minha avó usava para nos servir o lanche da tarde em sua casa. A licoreira rosê que ela guardava na cristaleira também nunca passou despercebida, e pouco tempo atrás fui saber que foi um presente de seu casamento celebrado nos anos 40.
Mesmo que você não tenha objetos com este valor histórico e sentimental, é uma delícia ir atrás de itens únicos, como estes que mencionei, em antiquários, feiras de antiguidades, e até mesmo comprar itens que você goste e cultivar sua própria história. É assim que tudo sempre começa, não é mesmo?
Para esta missão, resolvi ir atrás de lojas que pudessem vender itens especiais, criativos e que criassem raízes e memória. Não foi tão difícil assim, e listo aqui TRÊS lugares para você ir visitar na cidade e dar aquela “garimpada” gostosa:
COLLECTOR 55
Super descolada, a loja começou apenas online (e realiza um bom serviço neste ramo), mas pode ser deliciosamente visitada na sua unidade em Pinheiros. Uma pequena casa tem os itens expostos nas paredes, prateleiras, mesas e cestos, e aposto que a delicadeza das louças, as estampas das almofadas e mantas, e a rusticidade estilosa de outros itens vão fazer você curtir.
LOJA MOD
Também pequenina, esta loja fica no térreo de um edifício em Higienópolis, em frente a uma das laterais do Parque Buenos Aires (delícia!), e agrega, com muito jeitinho, muitos objetos e mobiliários de pequeno porte. Você roda, roda e roda a loja, querendo tudo, é sempre muito tentador.
LOJA WESTWING
A versão física da tão famosa Westwing chegou a São Paulo a um tempinho, e é uma espécie de “recorte” de tudo que a marca comercializa online. Você deve conhecer o sistema de campanhas que eles realizam no site, como uma espécie de grupo de produtos, em pequenas quantidades (meio que exclusivos), e a loja segue esta mesma linha. Tudo parece irresistível, mas nem sempre muito acessível. Em um grande espaço, a loja cria ambientes, como em uma casa, e expõe os produtos coerentes com cada canto, desde grandes móveis a objetos de cozinha e decoração.
No local também ocorrem atividades gratuitas e eventos aos clientes, como workshops e oficinas. Para participar é só ficar atento nas redes sociais.
Se tiver um dia livre e quiser aproveitar algum cantinho da cidade, vou deixar um roteiro aqui para você!
O bairro do Ipiranga é cheio de histórias, e alguns monumentos espalhados pelo bairro podem contar um pouquinho delas.
Inicie o passeio indo ao Parque da Independência, ao lado do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (mais conhecido como Museu do Ipiranga). Mesmo fechado para reformas, a construção de 1895 é bela e imponente, e está em frente a uma área de 21 mil m² projetados pelo paisagista belga Arsenius Puttemans, inspirado nos jardins do Palácio de Versalhes. Neste local, aproveite para fazer uma caminhada, andar de skate, descansar na sombra e apreciar a vista.
Se quiser se manter conectado ao passado do bairro, a dica é fazer uma parada para lanchar no Hambúrguer do Seu Oswaldo. Tradição nesta cada não falta! A receita do cheese-salada clássico (elaborada a mais de 50 anos) é mencionada em diversos cantos da cidade, e muito gostosa! Curta sentar no balcão, conversar com os funcionários e saber um pouco mais sobre o segredo do molho de tomate fresco produzido na casa. Tudo é muito simples, e pelo o que me lembro, só aceitam pagamentos em dinheiro.
Ainda li por perto, se estiver acompanhado de crianças, pode ser interessante visitar o Aquário de São Paulo. Destaca-se por ser o maior da América Latina e apresentar cerca de 300 espécies de animais. O custo dos ingressos é alto, então vale conferir se há promoções e pacotes especiais, principalmente neste período de férias.
Para outras atrações diversificadas, vale visitar o Sesc Ipiranga. Sempre menciono o quanto gosto destes espaços, e sei que alguma atividade interessante posso encontrar por lá: teatro, música, dança e oficinas são exemplos. Como sempre, conferir a programação com antecedência pode fazer a diferença!
Se desejar fazer apenas uma paradinha para um mini snack, minha sugestão é conhecer a Damp Sorvetes. Longe de ser como os gelatos cada vez mais populares pela cidade, mas ainda com custo elevado, a casa foi fundada no bairro na década de 70 por amigos italianos e oferece centenas de sabores, dos tradicionais aos mais exóticos, para quem quiser se aventurar. Para se manter no clima Imperial, prove o sabor “O Sorvete do Príncipe”, de chocolate branco belga com avelãs.
Se quiser curtir um fim de noite bem paulistano, que tal uma pizza? A rede Sala VIP, conhecida pelo delivery em vários pontos da cidade, tem um espaço muito bonito e aconchegante por aqui. O salão é grande, mas não deixa de ser intimista e permitir que o cheirinho bom de forno à lenha fique no ar.
Recentemente a página online da Revista Veja São Paulo listou “25 motivos para amar o Ipiranga”. Passe lá para conferir outras curiosidades e dicas.
A Vila Mariana é um bairro enorme, e muito antigo. Super tradicional, sofreu muitas transformações na última década, mas nunca deixou de ser uma região versátil e diversificada.
Abrigando um dos maiores hospitais públicos da cidade, aliado à Escola Paulista de Medicina, e sendo um eixo importante ao restante da Zona Sul, o bairro apresenta ainda grande ocupação residencial (não tantas casas como antigamente), escritórios, clínicas e consultórios médicos e escolas.
Mas há cantinhos especiais espalhados por este bairrão, e espero poder te mostrar como aproveitar um dia por aqui.
Acesse facilmente a região desembarcando na Estação Santa Cruz (Linha 1 – Azul). Com a estética das primeiras estações de metrô inauguradas na cidade, a estação é pequena e passa por grandes obras no momento (fará conexão com a Linha 5 – Lilás, ainda em construção) e a saída é no interior do Shopping Metrô Santa Cruz.
Caminhe até a Casa Modernista e visite o enorme jardim e a primeira construção moderna da cidade. Para apaixonados por arquitetura, ou apenas curiosos, é super interessante percorrer a casa e entender a conexão entre cômodos, a forma de ocupa-los e a ligação dos ambientes internos com os externos.
Para a hora do almoço, o Lagoa Tropical é a minha sugestão. Um dos restaurantes vegetarianos mais antigos da cidade, o esquema funciona com buffet a preço fixo, incluindo sobremesa e sucos, à vontade. Mas não rejeite a ideia apenas por ser vegetariano, por favor! Aqui o cardápio e os sabores encantam: as receitas são diversificadas e interessantes, além de oferecer muitas opções para saladas, acompanhamentos e beliscos. Nunca comi receitas com PTS (a tal Proteína de Soja) tão gostosas quanto às daqui (o bolo de carne e o quibe com abóbora são divinos, úmidos e saborosos na medida certa!). Mesmo se você curtir muito uma carne, se acomode em uma mesa na varanda e dê uma chance a este lugar tão querido pelos moradores locais. Dica: durante a semana o horário de almoço é concorrido por quem trabalha por lá (mas ninguém fica mais de uma hora), mas aos domingos há espera, sempre. Tenha paciência e aproveite os petiscos dispostos na porta enquanto aguarda ser chamado.
Se apreciar bons petiscos, minha dica é conhecer o Veloso Bar. Se você gosta de coxinha, este é o paraíso! Considerada a melhor coxinha da cidade, pode ser pedida em porção de 6 unidades, ou individualmente, e acompanha um delicioso molinho de pimenta. Os drinks também são variados e muito apreciados. Abre para almoços apenas aos sábados e domingos, tendo o happy hour como foco nos outros dias.
Para curtir o dia, vou indicar a Cinemateca Brasileira. Dedicada ao estudo, defesa e divulgação do desenvolvimento da arte cinematográfica brasileira, este espaço promove atividades culturais, acadêmicas e científicas com o intuito de permitir a contemplação da filmografia brasileira e internacional. Sempre há algo interessante acontecendo por lá, desde pequenas exposições, oficinas, mostras de cinemas e debates. Muita arte, cultura e educação.
No mundo do delivery, comer uma pizza fora de casa pode custar caro, mas no Bráz Quintal isto nem deve doer na consciência! Umas das melhores pizzas da região, e de São Paulo, a casa faz parte do Grupo Bráz, mas nesta unidade o ambiente é todo mais que especial. A casa ocupada tem estilo de fazenda, com pé direiro altíssimo, mesas largas, iluminação charmosa e um quintal estonteante, que por se destacar tanto está até no nome. No frio pode ser desconfortável sentar-se na área externa, mas é tão encantador, que eu faria este esforço.
A Avenida Paulista, muito mencionada sempre quando se fala da cidade de São Paulo, pode parecer muito grande e não ser bem aproveitada por quem deseja passear por lá.
Com a mistura de muito trabalho, lazer e cultura, pode-se até dizer que é um dos pontos turísticos mais paulistanos exatamente por integrar estes três elementos – que são marcos da identidade da capital – de forma tão natural e harmônica.
Em qualquer momento do dia, a Avenida, que conecta diversas regiões, estará repleta de movimento, nas calçadas, nas ruas, na ciclovia e nas lojas. A dica é curtir o agito, diurno e noturno, percorrendo à pé, admirando edifícios, parques, museus e galerias.
Apaixonada por este trecho da cidade (apesar de muitos considerarem clichê), admiro a união entre história, arquitetura, arte e espaço público que se faz tão presente no local.
Sempre com atrações especiais e novidades para serem exploradas, é um desafio definir apenas alguns pontos, mas para otimizar (e diferenciar) seu passeio, listo TRÊS DICAS de lugares que merecem estar na sua programação quando vier conhecer a Avenida Paulista:
MASP – Museu de Arte de São Paulo
Para muitos, símbolo mais marcante da Avenida por sua imponência, beleza e charme. Sua história e arquitetura se mesclam e propõem ao visitante uma experiência completa: desbravar e ocupar o espaço público, e entreter e educar pela arte exposta.
Com um acervo próprio e exposições temporárias, a visita é especial não só pelos diversos andares, mas também pela vista privilegiada e livraria.
Antes ou depois, reserve um tempinho para curtir o vão livre do Masp, um dos espaços mais democráticos da cidade, capaz de nos fazer sentir grandiosos e parte viva da cidade.
Café, restaurante e loja também podem completar seu passeio.
LIVRARIA CULTURA – Conjunto Nacional
Dentro de um edifício multifuncional, a livraria ocupa grande espaço da galeria térrea, e é um ambiente muito agradável e aconchegante. A estrutura e decoração são incríveis e nos convidam à percorrer os pavimentos e corredores em busca de muitos livros, podendo sentar em qualquer cantinho e iniciar a leitura. Fique à vontade, conheça o café e aproveita algumas horinhas gostosas por lá.
PARQUE TRIANON
Um respiro no meio da “selva de pedra”, o terreno, de quase 50 mil m² é ocupado por uma vegetação densa de Mata Atlântica e repleta de espécies exóticas e animais silvestres. Curioso saber que um lugar assim existe no meio de um espaço tão urbano, não é?
Aproveite toda esta natureza inesperada para fazer uma pausa tranquila, respirar um ar puro e relaxar um pouquinho antes de seguir seu caminho.
Terça-feira – Domingo 10h às 18h (Bilheteria aberta até 17h30)
Quinta-feira 10h às 20hs (Bilheteria aberta até 19h30)
Ingressos: R$ 30,00 (Gratuito às terças-feiras).
LIVRARIA CULTURA
Avenida Paulista, 2073
Segunda-feira – Sábado 9h às 22h / Domingo e Feriado 11h às 20h
PARQUE TRIANON
Avenida Paulista, altura nº 1500
Aberto todos os dias 6h30 às 17h30
Está visitando a Avenida Paulista num domingo? Tem post sobre a Paulista Aberta, uma iniciativa da Prefeitura para incentivar o pedestre e humanizar a cidade. Clique aqui e saiba mais.
Não sei se você reparou, mas o início do mês de Julho trouxe muita calmaria para a cidade. Pelo o que dizem, a razão são as férias escolares. Se são, ou não, menos carros, e pessoas, circulando no dia-a-dia eu não sei, mas que qualquer passeio fica mais gostoso, isso fica. Que tal aproveitar esta maré calma e fazer alguns programas bem bacanas?
“MODOS DE VER O BRASIL”
Pavilhão OCA, Parque do Ibirapuera
“O visitante vai encontrar um panorama da arte no Brasil. Vai poder entender um pouco mais da história dos próprios brasileiros a partir da arte”, segundo Paulo Herkenhoff, curador da mostra.
A exposição reúne trabalhos de artistas modernos e contemporâneos: 750 obras foram selecionadas num acervo de mais de 15 mil pertencentes ao Instituto Itaú Cultural.
Se você não conhece o edifício, não perca esta chance! Os quatro andares podem ser percorridos e admirados junto às obras. Inaugurado em 1954, em celebração aos 400 anos da cidade de São Paulo, o Pavilhão é mais um grande projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, e retrato de seus traços curvos, suaves e harmoniosos.
“Não é uma exposição para iniciados, para entendidos, é uma exposição para curiosos, para aquele que quer entender um pouco mais da produção artística e quer compreender melhor a história da arte realizada no Brasil”, explica Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.
Avenida Pedro Álvarez Cabral, Portão 3
Em cartaz até 13 de agosto/2017
Terça a Domingo, das 9h às 18h
Entrada Gratuita
“O IMPRESSIONISMO E O BRASIL”
MAM – Museu de Arte Moderna, Parque do Ibirapuera
Destacando 70 obras produzidas de 1860 até 1930, a exposição enfatiza o artista Renoir, um dos percursores do impressionismo na França.
Uma linha do tempo apresenta aos visitantes a trajetória desta escola de arte no Brasil e no mundo. Destacam-se o impacto do intercâmbio artístico entre Rio de Janeiro e França e a importância da comercialização de novas tintas e demais materiais, permitindo que o objetivo dos artistas impressionistas fosse melhor alcançado.
Avenida Pedro Álvarez Cabral, Portão 3
Em cartaz até 27 de agosto/2017
Terça a Domingo, das 10h às 18h
Entrada R$ 6,00 / Gratuito aos Sábados
“TOULOUSE LAUTREC – EM VERMELHO”
MASP – Museu de Arte de São Paulo
O museu apresenta a mais ampla exposição dedicada ao artista Henri de Toulouse Lautrec, um dos mais importantes na virada do século 19, momento marcante para a arte moderna. Reunindo toda a sua produção, estão presentes obras desde seus primeiros anos, na década de 1880, até sua morte: 75 obras e 50 documentos.
A reunião dos trabalhos dá destaque a uma grande variedade de personagens: burgueses, boêmios, trabalhadores, dançarinas e demais artistas que habitavam Paris e que fizeram parte do vínculo afetivo e artístico de Toulouse Lautrec.
(Dica esperta: No mês de Julho, o museu notificou que estará também aberto às Segundas-feiras).
Avenida Paulista, 1578
Em cartaz até 1º de outubro/2017
Terça, Quarta, Sexta, Sábado e Domingo, das 10h às 18h / Quinta, das 10h às 20h
Tem mais um feriadão chegando por aí e, muitas vezes, tudo o que queremos é relaxar: sem trânsito, filas, barulhos e multidão. Nestas horas, o melhor programa é ficar em casa.
Mas em 4 dias é possível fazer muita coisa! Quando a gente vive na correria, parece até um sonho ter este tempo sem compromissos, não é? Mas mesmo que você não esteja com ânimo para sair desta vez, ainda é possível fazer valer a pena seu tempo off.
Minha sugestão é manter a cabeça ocupada enquanto o corpo descansa. Vou indicar 3 seriados, disponíveis no NETFLIX, que são complexos, envolventes e que apresentam em comum temáticas sobre o comportamento humano (nada de super-heróis por aqui, só dramas bem pé-no-chão).
DOWNTON ABBEY
Apaixonante e belíssima, a série dramática britânica apresenta um grupo de personagens incríveis (e elenco fantástico!) numa trama que se inicia na década de 1910. Percorrendo os anos e momentos históricos, vamos acompanhando o comportamento, e avanços da sociedade, paralelos aos caminhos das personagens.
A produção é fantástica: cenário, figurino e contextualização. Sim, é um história de época (e sei que muitos podem considerar isto um ponto negativo), mas não, por favor, não desanime por isso… (sou suspeita para falar, este aspecto torna tudo mais interessante para mim), mas a verdade é que tudo é muito bem realizado e não há nada de monótono.
Infelizmente só estão disponíveis as 5 primeiras temporadas (a 6ª, e última, ainda não).
MAD MEN
Iniciada na década de 1950, nos Estados Unidos, este drama acompanha o personagem Don Drapes, publicitário bem sucedido em Manhattan, em sua trajetória profissional e pessoal.
Mais do que uma história, a série é um retrato (mais uma vez, belíssimo) de um recorte da história americana e mundial.
A produção também é fantástica, desde cenários, figurinos, arte e temáticas. Extremamente questionadoras e críticas, as 7 temporadas (todas disponíveis!) avançam em discussões políticas, sociais, econômicas, sexuais e familiares, apontando as ironias e hipocrisias da sociedade da época.
HOUSE OF CARDS
Já na 5ª temporada (estreada recentemente), esta série política chocou o público com a ousadia e a trama pesada, agressiva e questionadora em relação à métodos políticos e sociedade.
No atual momento vivido não só pelo Brasil, mas pelo mundo todo, é muito interessante acompanhar a vida do político Frank Underwood, sua esposa Claire, e diversas outras personagens, diante de questões de poder, ética, valores, corrupção e comportamento.
Mais do que entretenimento, este seriado é tão bem contextualizado e escrito que se coloca como instrumento de reflexão dos fatos reais que estamos acompanhando.
A verdade é que, o que antes parecia só possível em seriados, tomou conta da vida real, e a cada episódio, quem assiste aguarda pelo momento em que a trama volte a aparentar ser ficção.
Quer mais sugestões? Clique aqui e veja mais recomendações de como viajar sem sair de casa!
No mês passado foi aberto um novo super espaço que integra cultura, artes, gastronomia, tecnologia, informação e atividades ao público. Combinação incrível, não é? São Paulo é privilegiada por ser a primeira cidade a receber a JAPAN HOUSE(unidades em Londres e Los Angeles serão inauguradas ao final de 2017 e 2018, respectivamente).
O edifício, que chamou atenção (pelo menos a minha!) durante todo o seu período de construção, foi projetado pelo arquiteto Kengo Kuma. A fachada é composta por peças de madeira encaixadas umas nas outras, dando origem a uma trama sem o uso de nenhum prego ou parafuso. Por si só uma obra a ser admirada, está localizada no início da Avenida Paulista, e é mais um presente para a cidade.
Fachada impressionante projetada por Kengo Kuma
Os três pavimentos abrigam café, loja com produtos “Made in Japan”, biblioteca, jardim, área para exposições, salas para palestras, aulas reuniões e workshops, e restaurante do chef Jun Sakamoto.
Criado e financiado pelo governo japonês, o espaço surge para promover elementos genuínos da cultura japonesa para a comunidade internacional. Segundo a página virtual do projeto, deseja-se proporcionar “um intercâmbio intelectual entre Japão e o resto do mundo, capaz de produzir grandes oportunidades e atrair visitantes para novas experiências e atividades”.
A enorme comunidade japonesa que migrou a São Paulo e seus descendentes, são responsáveis por muitos aspectos da diversidade desta cidade e é com muita alegria que temos que receber uma instalação como esta. Na avenida mais paulista de todas, a Japan House chega para agregar ainda mais conhecimento e informações sobre a cultura milenar deste povo.
Como costuma acontecer por aqui, toda novidade vem acompanhada de muito interesse, movimento e filas. Se o desejo é visitar com mais tranquilidade, a sugestão é aguardar a passagem da onda de euforia.
Detalhe da obra de Chikuunsai Tanabe na exposição de abertura “Bambu – Histórias de um Japão
Avenida Paulista, 52 – Bairro Paraíso
Terça a Sábado, das 10h às 22h / Domingos e feriados, das 10h às 18h (Confira no site os horários específicos de cada setor e programação).
Você sabia que aos domingos a Avenida Paulista é aberta apenas para pedestres? Que tal aproveitar para visitar a Japan House? Clique aqui e saiba mais!
Como chegar: A melhor opção é através do transporte público: diversas linhas de ônibus passam por lá e está bem próximo da Estação Brigadeiro do Metrô (Linha 2 – Verde).
Sempre destaco a diversidade paulistana em meus textos, e é claro que a gastronomia não fica de fora.
Destas vez vou dar destaque às mini delícias que encontramos por aí. Difícil selecionar apenas 3, mas tentei equilibrar estilos e sabores.
1) Não podia ser diferente: o brigadeiro! Amado por todos (eu, sinceramente, não confio em quem não goste!), tem presença obrigatória em qualquer celebração de aniversário que se preze. Mas você já deve ter notado que, de uns tempos para cá, ele vem também dando às caras em diversas outras ocasiões, e em muitos estilos.
Para muitos, não há a possibilidade de um brigadeiro ser ruim, mas eu discordo desta posição. A combinação de sabores e a qualidade dos produtos faz grande diferença no resultado final.
Para não correr risco algum, vá até a “Maria Brigadeiro” e se entregue de olhos fechados. Pioneira na produção de brigadeiros artesanais, fundada em 2007, a ideia introduzida pela marca foi uma das responsáveis pela popularização e comercialização deste docinho tão brasileiro da forma que encontramos atualmente.
Mas não tenha preconceitos ou pense que é mais um exemplo de “gourmetização”. Sim, sabemos que este fenômeno pode elevar bastante os preços dos produtos, e na maioria das vezes a qualidade não acompanha.
Neste caso não há nada disso, prove para crer. Com rigoroso padrão de qualidade, desde os fornecedores, até o enrolar do docinho (sempre finalizados na hora, para preservar o sabor e a textura originais do brigadeiro), oferece até 20 sabores, e estes, sim, são espetaculares.
É claro que a experiência de experimentá-los nas lojas é incrível, mas também é possível comprar os produtos através da loja online.
Foto: Maria Brigadeiro
2) Os resquícios da colonização e imigração portuguesa são muito presentes em nossa cultura e sociedade, mas os doces da culinária lusitana não recebem muito destaque em meio à outros pratos mais populares. Simples, adocicados e geralmente bem amarelos, costumam ser delicados no sabor e textura.
O Pastel de Nata (ou Pastel de Belém, como é mais lembrado) é um dos clássicos muito bem reproduzidos pela Casa Mathilde, doçaria tradicional portuguesa.
Para muitos é o melhor Pastel de Nata do Brasil, e há quem diga que é tão bom quanto o produzido na terrinha de origem, Portugal.
O propósito dos sócios, todos portugueses, é propagar ao paladar dos consumidores brasileiros o gosto pela tradicional doçaria portuguesa. Pelo o que já pude provar, cumprem a missão. A dica é aguardar a saída de nova fornada antes de fazer o pedido e saboreá-lo ainda quentinho.
Sua unidade no Centro, bem próxima à Estação de Metrô São Bento, tem localização privilegiada e foi a única unidade por muitos anos. Se tiver oportunidade, vá até este espaço no Centro e curta também à vista para o centro antigo da cidade, mas se não foi possível, visite os demais ponto, em Moema, Santana e Paraíso.
Foto: Casa Mathilde
3) Sucesso nos anos 90, o bolo de coco gelado retornou às graças tão gostoso quanto sempre foi! Dentre os itens “vintage” que voltaram à moda, este é um dos meus favoritos. Não só delicioso, ele também ativa em mim memórias boas memórias nostálgicas.
Simples, mas cheia de etapas, a preparação deste bolo ultra molhadinho pode tomar um pouco do seu tempo (mas com certeza valerá à pena!). Para saborear a qualquer hora, não deixe provar a versão – super fiel – à venda na Carole Crema Doces.
Servido como deve ser, a farta fatia vem embrulhada em papel alumínio, sendo doce e gelado na medida certa.
A visita à confeitaria vale à pena pelas outras delícias expostas, mas também é possível comprar através da loja online e fazer encomendas.
A diversidade paulistana é uma das características mais importantes da cidade e responsável por um de seus grandes tesouros: a gastronomia. Mas além de te alimentar, aqui encontram-se muitos produtos originais de outros regiões do país e do mundo, proporcionando a chance de se aprender e se aventurar na cozinha e cultura de outras localidades.
Se você curte também cozinhar, fique atento: neste TOP 3, vou indicar três lugares que reúnem boa comida com a oportunidade (tentadora!) de adquirir produtos diversos para incrementar suas receitas.
Conhecido como “Mercadão”, faz você se sentir abraçado: não importando de onde você vem, vendedores, garçons e balconistas vão te oferecer muitos petiscos, frutas e sabores.
Mas sim, um dos pontos mais turísticos da capital, costuma estar bem cheio em fins de semana e feriados. Se você preferir uma experiência mais tranquila, evite estes momentos para visita-lo, mas se não for possível, fique tranquilo… este agito também é a cara desta cidade e não te impedem de aproveitar.
O espaço enorme reúne 2 andares e mais de 300 estandes. A enorme variedade de produtos enche os olhos e a boca d´agua. No andar térreo você encontrará muitas verduras e frutas, queijos, grãos, conservas, especiarias e até mesmo embutidos, carnes e peixes. Ainda por lá, espaços para provar os famosos quitutes do Mercado, como o sanduíche de mortadela e pastel de bacalhau. No mezanino superior, há restaurantes maiores e mais mesas, mas ainda com atendimento concorrido.
Aproveite sua ida para experimentar as combinações de frutas e queijos oferecidas pelos funcionários, sempre surpreendentes, e tente não levar tudo para casa! Sim, os preços podem ser mais elevados que em outros estabelecimentos (lembre-se: você está num ponto cheio de turistas!), mas faça uma pesquisa prévia e compre aqueles produtos mais diferenciados ou difíceis de encontrar.
Conhecer o espaço também vale pela arquitetura: colunas, abóbodas e vitrais são alguns dos traços que dão destaque ao prédio, restaurado na década passada e idealizado por Francisco de Paula Ramos de Azevedo, mesmo responsável pelo Teatro Municipal de São Paulo e Pinacoteca.
Rua da Cantareira, 306 – Centro
Aberto todos os dias: Segunda a Sábado, 6h às 18h, Domingos e Feriados, 6h às 16h.
Dentre as minhas indicações, esta é a que se instalou mais recentemente pela cidade. Apesar de jovem por aqui, todas as vezes que estive presenciei bom movimento, atendimento cordial, diversidade de atividades e ofertas aos visitantes.
Atualmente com 29 lojas pelo mundo (quinze presentes na própria Itália, nove no Japão, duas nos Estados Unidos, uma em Dubai, uma em Istanbul e uma em São Paulo), a proposta, segundo os responsáveis, é “reunir todos os alimentos de qualidade sob o mesmo teto, um lugar onde você pode comer, comprar e aprender”.
“Cozinhamos o que vendemos e vendemos o que cozinhamos.”
São Paulo foi escolhida para receber uma das unidades por ser, nada menos, a cidade onde vive o maior número de italianos fora da Itália. Enorme responsabilidade, não é?
Por aqui, esta marcante presença já garante centenas de restaurantes e empórios com produtos e receitas originárias da terra mãe, mas o Eataly é o apogeu disto tudo: 13 pontos de alimentação e um mercado com cerca de 7 mil produtos italianos e locais.
Estando por lá, leve a sério o mandamento “A vida é muito curta para não comer e beber bem”. A oportunidade de provar receitas que seguem as tradições e são feitas com produtos de extrema qualidade é inspirador e fará você buscar as matérias-primas pelos corredores em seguida. Hortifrúti, laticínios, embutidos, queijos, açougue, “la mozzarela”, rosticceria, pasta fresca e a padaria são alguns dos setores.
Av. Presidente Juscelino Kubitscheck, 1489 – Bairro Vila Olímpia
Aberto todos os dias: Domingo a Quinta, 8h às 23h, Sexta e Sábado, 8h às 24h.
Sempre nas sombras do semelhante e muito mais famoso “Mercadão”, a unidade de Pinheiros vem se transformando nos últimos anos e chamando cada vez mais atenção. Destacam-se os novos espaços gastronômicos administrados pelo Instituto ATÁ, do chef Alex Atala. Já foram inaugurados boxes que representam os cinco biomas brasileiros: Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Cerrado e Pampas. Nestes encontram-se a venda mais de 600 produtos de vários cantos do país, oriundos de pequenos produtores: geleias, cachaças, molhos, queijos, castanhas, méis e até mesmo artesanato.
Apesar da nova fase ainda não estar completamente em operação, já pode-se mencionar a marcante presença da Comedoria Gonzales, do chef Checho Gonzales: no balcão você poder provar um dos melhores ceviches da cidade, Mocotó Café, do chef Rodrigo: com amostras das delícias oferecidas no restaurante mais nordestino (e querido) da cidade, e Napoli Centrale, que segue as regras napolitanas e produz pizzas individuais, para apreciar com as próprias mãos, com ingredientes italianos de verdade. Todos funcionam com a proposta de fazer o pedido no caixa e serviço em balcão e mesas coletivas.
Rua Pedro Cristi, 89 – Pinheiros
Mercado aberto de Segunda a Sábado, 8h às 20h. Confira os horários dos boxes.
Tem um dia livre para curtir a cidade? Na minha opinião, não é preciso ser turista para se interessar por explorar uma região nova! Ainda mais em São Paulo! Por aqui, além de muitas áreas bacanas para serem conhecidas, toda hora surge algo novo ou reformulado que chama atenção.
Mas por conta do tamanho de Sampa, e para fazer render seu tempo livre, é importante mapear bem a área a ser visitada e definir os pontos a serem conhecidos levando em consideração deslocamento, horários de funcionamento e distâncias. Minha sugestão neste caso, e em demais grandes cidades que você for conhecer, é destinar um período (manhã, tarde ou noite) ou o dia inteiro para uma determinada região. Desta forma, você se descola uma única vez para o local e tira o maior proveito possível de lá.
Neste post, hoje, vou direcioná-lo a como aproveitar o Bairro Bom Retiro.
Além de ser uma das regiões comerciais mais importantes da cidade, o bairro é carregado de história. A dica é já dar início ao passeio usando o transporte público e acessando a área pela Estação da Luz. A construção, toda inspirada e com peças vindas da Inglaterra, é deslumbrante e repleto de detalhes artísticos na infraestrutura.
Logo em frente, como já mencionada algumas vezes neste blog, está localizada a Pinacoteca de São Paulo, o museu mais antigo da cidade. Aberto ao público das 10h às 18h, frequentar cedo pode garantir mais tempo e tranquilidade para circular pelas instalações.
Se desejar almoçar, você pode optar por conhecer um dos restaurantes gregos mais tradicionais da cidade. O Acrópoles, inaugurado em 1959, é uma casa pequenina e com decoração simples, mas sempre cheio de clientes apaixonados e comida autêntica e boa. Um dos charmes é fazer seu pedido direto para a equipe da cozinha: vá até aos fundos e escolha a delícia grega através de uma vitrine envidraçada. Aos fins de semana, por ter poucas mesas, a fila é grande e a espera exige um pouco de paciência.
Outro grande destaque é ceder algum tempo para conhecer as ruas de comércio de roupas: a mais famosa é a Rua José Paulino, mas nas ruas perpendiculares também são encontradas boas ofertas. Sede de muitas fábricas, as peças comercializadas por lá foram, por muitos anos, destinadas aos logistas através do atacado. Com o passar do tempo, a venda varejo começou a ganhar espaço, mas muitos ainda pensam que por lá os preços baratos representam má qualidade. Mas não vamos generalizar! Sim, como em todo comércio, a oferta é variada e é necessário atenção e bom senso ao comprar. Um ponto negativo ainda praticado em grande parte das lojas é não permitir a prova de roupas, dando como alternativa, em alguns casos, testar as peças por cima de suas próprias roupas.
Se estiver com apetite para um lanche da tarde, vale a pena conhecer a Casa Búlgara e os salgados típicos preparados pela proprietária imigrante e sua filha desde 1976. A especialidade é a bureka, uma espécie de rosquinha de massa folhada recheada (os sabores tradicionais são: queijo búlgaro – preparado na matriz, espinafre com queijo e carne com berinjela).
Para preencher seu dia com mais atrações, que tal conhecer o Sesc Bom Retiro? A dica é conferir as atrações com antecedência, muitas vezes gratuitas ou com preços camaradas, e se programar. Cinema, teatro, exposições, apresentações musicais e aulas interativas podem estar disponíveis.
Se você está programando turistar por São Paulo, esta dica é perfeita para você!
Que São Paulo é uma cidade enorme todo mundo sabe. Passear por aqui, muitas vezes, não pode ser somente à pé – principalmente se você pretende circular por regiões diversas em um único dia.
O transporte público da capital, além de te transportar para vários lugares, é também uma das formas mais interessantes de adentrar ainda mais nas tramas que envolvem uma cidade, sendo capaz de revelar segredos e hábitos da população local.
As passagens custam, neste momento (Maio/2017), R$ 3,80 e dependendo de como você planejar seus passeios, a conta pode ficar cara no fim do dia.
Um dos grandes recursos usados pelos paulistanos para se locomover entre ônibus e metrô é usar o “Bilhete Único”, um cartão recarregável que desconta o valor de cada viagem feita conforme posicionado nas catracas de acesso.
Se você pensa que, por estar de passagem por alguns dias, não poderá usar esta ferramenta, está enganado. Que bom, não é? Este cartão está disponível para retirada imediata e a DICA ÚTIL de hoje vai te ajudar a tê-lo e circular mais tranquilo pela cidade.
Podendo ser adquirido em Postos Autorizados (Encontre aqui: www.sptrans.com.br/servicos/bu-sem-cadastro.aspx), o Bilhete Único Anônimo (sem cadastro) custa R$ 3,80 + compra mínima de 5 tarifas vigentes.
Foto: Sptrans
Além de agilizar sua entrada em ônibus e estações de metrô, usar o cartão reduz o número de vezes em que você terá que buscar por dinheiro no meio das multidões que acessam espaços coletivos.
Outras vantagens: Descontos na integração entre ônibus e metrô, possibilidade de usar até 4 linhas de ônibus no intervalo de 3 horas pelo preço de uma única passagem ou, por este mesmo valor, uma entrada no metrô e mais 3 linhas de ônibus.
Depois de saber disto, só falta traçar no mapa os pontos que você deseja conhecer, sem medo da distância!
“É o maior e mais bem sucedido evento de arte pública no mundo.”
É assim que a CowParade Brasil se apresenta na página oficial. Em sua 10ª edição, ela retorna a São Paulo com a temática “Uma viagem pelo mundo” – bem coerente com a ideia de celebrar o aniversário de uma década do evento.
Desta vez, artistas convidados usam a escultura da vaca como base para homenagear uma das 45 cidades onde já aconteceu a exposição.
Tudo começou com esculturas em formato de vaca produzidas pelo artista suíço Pascal Knapp, em 1998, com a intenção de provocar o riso. Em 2000, os direitos das esculturas foram comprados e surgiu a CowParade Holdings Inc. Mais de 5 mil esculturas foram criadas desde esta nova fase.
Como o próprio artista desejava desde o princípio, o divertimento e o riso são parceiros desta arte. Não dá para evitar dizer que encontrar com estas vaquinhas pela cidade é, no mínimo, inusitado. Muitas vezes, em outras edições, me perguntei o motivo da escolha deste animal e qual a relação dele com os temas e o público. Curiosamente, a resposta pode ser encontrada no próprio site da organização:
“Por que vacas? Há algo de mágico com a vaca. Ela representa coisas diferentes para pessoas diferentes ao redor do mundo: é sagrada, é histórica, mas o sentimento comum é de carinho. Ela simplesmente faz todos sorrirem.”
As vacas podem estar em três poses: em pé, pastando e repousando. Sua forma oferece ângulos e curvas que originam uma tela tridimensional única para os artistas.
São Paulo, a cidade amante da arte de rua, das intervenções e ocupações criativas, das cores e da integração de culturas, não podia deixar de receber esta exposição divertida e popular.
Ficou curioso? Desde o dia 26 de abril, espalhadas pela cidade, você tem a chance de encontrar algumas delas pelo caminho ou, se preferir, ir até seu encontro:
Segunda feira é mundialmente o dia menos esperado e querido por todos, certo? As justificativas mais comuns talvez sejam: começo da semana, retorno às atividades de trabalho/estudos, preguiça, sono, saudades do fim de semana…
Mas fato é que toda semana tem que começar, e as segundas-feiras são fortes o bastante pra aguentar o tranco! Mas já parou pra pensar quantas vezes você conseguiu tornar este dia indesejado mais gostoso? Algumas vezes ele coincide com um feriado e você aproveita um dia extra de folga, outras vezes expande sua mini viagem de fim de semana para retornar para casa com mais calma, e a tal segundona se torna menos desagradável, não é mesmo?
Os mini feriados que estão acontecendo neste semestre me fez parar para pensar nos visitantes que podem estar circulando pela cidade e terem as segundas-feiras livres. Na maioria das vezes, quando programo uma viagem, fico receosa quanto ao que programar de passeios para este dia da semana. Além de universalmente rejeitado, é também comum em muitos lugares ser o dia de fechamento de restaurantes e museus.
São Paulo é uma cidade cheia de acontecimentos, mas já parou para pensar que este padrão também se repete por aqui, em muitos estabelecimentos?
Está montando seu roteiro de viagem? Fique atento: vou reunir aqui algumas atividades que podem ser incluídas na programação das segundas-feiras para quem esta de passeio pela cidade. (E se você for um morador paulistano de nascença, ou apenas de coração, que tal tentar fazer alguma destas coisas um dia desses? De vez em quando é bom sair da rotina e dar uma chance para a Segunda ser tão legal quanto a Sexta!).
Inusitadamente, o museu de arte mais antigo da cidade, passou a funcionar de Quarta a Segunda, das 10h às 17h30 (com permanência até às 18h).
Com ênfase na produção brasileira de artes visuais do século XIX até a contemporaneidade, a visita vale tanto pelas exposições e significativo acerco (quase 10 mil obras!) quanto pelo edifício – construído no final do século XIX para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, foi amplamente reformado pelo premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha no final dos anos de 1990.
Com audioguia gratuito, e em três idiomas (português, inglês e espanhol), o museu convida seus ouvintes a um roteiro proposto, com duração aproximada de 1h30, ou permite acompanhar livremente as obras que mais lhe interessarem.
Fonte: Site oficial
MUSEU LASAR SEGALL – Abre as Segundas-Feiras e gratuito!
O museu, idealizado pela esposa do artista, está instalado na antiga residência e ateliê que o próprio habitou. Aberto para visitas de Quarta a Segunda, das 11h às 19h.
Em 1985 foi incorporado à Fundação Nacional Pró-Memória, integrando o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus-Ministério da Cultura).
O espaço reúne um acervo grandioso do artista, desde obras originais do artista, mobiliários, documentos e fotografias. Além disto, atua como centro cultural, realizando visitas monitoradas, cursos de gravura, fotografia, criação literária, projeção de cinema e dispõe de uma enorme biblioteca.
Se você estiver pelo Centro, por ter ido à Pinacoteca, aproveite para visitar mais ao redor. Como disse, a Estação da Luz é linda e, apesar das obras de reconstrução da estação e do Museu da Língua Portuguesa após o incêndio, ainda há muito o que se ver e se encantar por lá. Logo ali ao lado temos a Estação de trem Júlio Prestes, ainda em funcionamento pela CPTM, e antiga Estação da Estrada de Ferro Sorocabana, do período áureo do café – hoje sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
As visitas devem ser pré-agendadas por telefone ou e-mail, mas com certeza, a vantagem de ir neste dia é aproveitar o passeio com menos movimento e mais calma para conhecer e apreciar o espaço.
O acompanhamento de um guia também é maravilhoso! Aproveite para saber tudo sobre este patrimônio histórico e marco da cidade, o processo de restauro e revitalização realizado nas últimas décadas e o projeto de adequação do local para a construção da Sala de Concertos – listada entre as melhores do mundo – sua acústica e estrutura.
Até pouco tempo atrás, ao pensar em cinema visualizávamos apenas as grandes salas que se instalaram nos muitos Shoppings Centers da cidade, certo? Mas por muito tempo não foi assim: a maioria das salas estava presente em estabelecimentos térreos, nos grandes centros comerciais ou galerias.
Nos últimos anos, depois de alguns acontecimentos pontuais, pudemos observar o retorno de algumas salas quase extintas e o resgate da magia e charme de ir assistir a um filme em cinema de rua, com grandes letreiros, posters iluminados e pipoqueiro na porta.
Para muitos paulistanos, o Caixa Belas Artes é um dos primeiros pontos que vem à cabeça. Primeiramente denominado “Cine Belas Artes” foi inaugurado em 1967 e sua programação alternativa, mesclando filmes de diversas nacionalidades, desde mais artísticos, clássicos à produções contemporâneas, se consolidou como um dos pontos de encontro intelectual e artístico mais importantes da cidade.
Em 2011, ao ser fechado, o movimento popular contra o fechamento da casa foi criado e fortalecido pelas mãos de moradores da cidade, cinéfilos e clientes, coletando mais de 90 mil assinaturas e representando a maior mobilização já ocorrida no Brasil em defesa de um patrimônio cultural. Mas esta linda história não teve um final feliz tão rápido… mesmo com esta ação bem sucedida, não foi possível adiar o encerramento das atividades. Em 2013 houve o tombamento da fachada do cinema pelo Patrimônio Histórico Estadual, e apenas em 2014 a Prefeitura da Cidade de São Paulo, junto à Caixa Econômica Federal, viabilizaram a reabertura do clássico, e amado, cinema de rua.
Não tem como não querer visitar o espaço depois de saber toda esta história de amor e luta, não é mesmo?
Todas as instalações foram reformadas e atualizadas, dando origem a um espaço muito confortável e agradável. Aproveite para também tomar um café, acompanhar a passagem apressada dos pedestres pela Rua da Consolação e ser transportada para outros tempos.
CINESALA – Preço camarada & Parceria com descontos!
A Cinesala é a primeira unidade de um projeto que busca desenvolver cinemas especiais que recuperem, valorizem e promovam o encontro de pessoas em torno de ideias e cultura.
A reforma de um tradicional cinema de rua do bairro, existente desde 1962, valorizou a escala humana e os cuidados artesanal em receber as pessoas, resgatando a sensação nostálgica de ir ao cinema nas décadas passadas.
Em 2015 foi eleita a sala de cinema mais confortável, e pode-se dizer que isto ocorreu devido a um diferencial muito especial: os assentos variam entre poltronas, e sofás (individuais ou duplos). Estes últimos poderiam ser melhor chamados de camas. Sim, com leve inclinação para a região do pescoço e cabeça, você pode assistir aos filmes na maior comodidade possível. O máximo, não é?
São Paulo é conhecida como a “Terra da Garoa”, mas seria muito apropriado também chamá-la de “Terra da Comida Boa”, ´não é mesmo? Sabemos da variedade gastronômica que a cidade reúne, muito por conta da enorme parcela da população que é filha, neta e bisneta de imigrantes. Sem falar dos que próprios estrangeiros, mais recém-chegados aqui. Italianos, espanhóis, portugueses, japoneses, libaneses, chineses, coreanos…
Mas nem sempre comer bem significa comer barato. Em uma ação que vem sendo cada vez mais praticada em outros países, e ainda mais em períodos de crise, muitos restaurantes seguem a tendência e vem investindo na proposta de Menu Executivo para o almoço nos dias úteis da semana. Na minha opinião, é uma forma muito inteligente de atrair clientes para a casa em dias de menor movimento, quando o intervalo de almoço do trabalho não nos permite fazer refeições muito elaboradas e longas, mas ainda gostaríamos de comer algo especial, conhecer um espaço novo e não deixar o dia passar batido.
No geral, a proposta dos restaurantes é oferecer uma combinação de pratos – reunindo alguns itens como couvert ou entrada, prato principal, sobremesa ou bebida – a um preço fixo. Alguns podem ter uma lista fixa de opções ou uma combinação nova todo dia. O bacana para nós clientes é ter a chance de ter uma experiência nova a um valor acessível. Já para os restaurantes, a oportunidade de se apresentar e se tornarem atrativos para outras ocasiões, conquistando novos fregueses.
Curtir a comida boa de São Paulo, novos ambientes e tudo por um custo inferior ao comum é bom demais! Seguem alguns nomes de restaurantes bem avaliados que apresentam propostas assim:
Minha dica é sempre entrar em contato previamente com o restaurante pelo qual se interessou e se informar se é necessário fazer reserva, confirmar o preço e o horário em que a o Menu Executivo é servido.
Ingressos – Segundas-Feiras (exceto feriados): R$18,00 (inteira) e R$9,00 (meia).
*Segunda-feira do trabalhador (exceto feriados): apresentando um documento de trabalho (CTPS; holerite; comprovante de recolhimento do INSS; cartão de autônomo; carteira funcional; etc) o trabalhador paga meia-entrada.
Como chegar: Mais uma vez, use o transporte público: localizada quase na esquina da Avenida Paulista, está ao lado do acesso à Estação Paulista do Metrô (Linha 4-Amarela) e a 5 minutos à pé da Estação Consolação do Metrô (Linha 3-Verde).
Sofá Individual: R$32,00 (inteira) e R$16,00 (meia)
Sofá Duplo: R$62,00 (inteira) e R$31,00 (meia)
*Parceria Cinesala + Catraca Livre: Somente às Segundas-Feiras, ao comprar na bilheteria, mencione a parceria e pague preços especiais para cada uma das opções de assento (em qualquer sessão do dia).
Como chegar: Muito fácil usando o transporte público: localizada a 5 minutos à pé do acesso à Estação Fradique Coutinho do Metrô (Linha 4-Amarela).
Aprendi já faz um tempo que dicas boas vem, muitas vezes, do boca-a-boca. Mas o detalhe extraordinário desta história é que a indicação do micro restaurante especializado em um tipo de prato, nos fundos de uma casa, aconteceu em uma cidade grande (gigante!) como São Paulo.
Sim, a Torta no Quintal tem este nome porque é exatamente esta a proposta do restaurante. Nos fundos de uma loja de roupas, no bairro da Vila Olímpia, uma cozinheira de mão cheia, com alguns funcionários na cozinha, e o marido no balcão e operando o caixa, recebiam dezenas de pessoas esfomeadas e ansiosas para provar as tortas e salada oferecidas no dia.
Com cardápio ditado e opções rotativas, a casa (ou melhor, os fundos) se tornou sucesso. Com comida gostosa, muito bem executada, ingredientes de boa qualidade, bom humor na elaboração das combinações e, não posso deixar de destacar, preço junto, os clientes viraram fãs.
Abertos apenas para almoço e o no restante da tarde, todas as vezes que estive (e não foram poucas, confesso) sempre encontrei fila. Já estou acostumada a pensar em ir a “Torta”, como é mais conhecida, e programar chegar cedo ou avisar meus convidados de que aguardar por nossa vez faz parte do programa.
Sim, o espaço é pequeno e as filas são grandes, mas por mais que a matemática faça sentido nesta operação, esperar não é muito o forte da maioria das pessoas. A justificativa de quem aguarda é o fato de poder encontrar algo realmente especial neste cantinho da cidade. Com muito charme, o ambiente é uma mistura de tecidos, estampas e cores nas paredes, objetos fofos, alguns antigos outros usados de forma inusitada (ralador e jarra de plástico como lustre), flores nas mesas, placas engraçadinhas e muito do que recordamos ou desejamos encontrar nas casas de chácaras, ou de avós e tias.
Mas é claro que não é somente o espaço que faz o público ir e voltar ao restaurante. A comida é boa demais! A combinação sugerida é sempre a salada do dia (mix de folhas, tomate cereja, cenoura ralada e um topping especial do dia, que variam muito, podendo ser algum tipo de queijo picado, chips de batata, oleaginosa, polvilho e até mesmo pipoca!) e uma fatia de torta: mantendo o estilo, os sabores serão falados e você tem a dura tarefa de escolher um (e já começar a planejar quando voltar para provar os outros!). Todas são maravilhosas e destacam-se: a opção “mix de cogumelos” é super amada, até pelos não vegetarianos, e muito saborosa; a dupla “carne seca com mandioquinha”, coberta com fatias de queijo brie, é rica em sabores bem brasileiros, inusitados para uma torta, e sucesso desde o início das vendas, anos atrás.
Para a experiência ser completa, não abra mão da etapa de sobremesa. Com uma opção melhor que a outra, as tortas doces também são vendidas em fatias (um pouco menores que a versão salgada) e acompanham muito bem um café. Todas são opções geladas, mas a favorita de muitos é a versão com banana: muito suave, o creme da fruta vem acompanhado de canela e chocolate e é realmente surpreendente no paladar. Minhas dicas são a também queridinha de paçoca com chocolate belga: a única em formato menor e redondinho é perfeita para quem gosta de sabores mais amargos; ou a versão de pêssego: com base cremosa da fruta, o creme adocicado no meio contrasta com uma generosa cobertura de chocolate belga amargo. Para os mais tradicionais, as tortas de limão e maracujá também merecem destaque. O conselho é não deixar de provar alguma delas!
Não há como não dizer, sendo muito sincera (e fã de torta!), que nunca comi torta igual ou melhor que a produzida pela Torta. E posso afirmar, com tranquilidade, que dez entre dez pessoas que provarem irão dizer a mesma coisa. Acredito que a combinação de massa fina e recheio saboroso e farto é o que permite um resultado tão bem executado. Se você guarda na memória a ideia de massa podre e pesada e interior ressecado e sem graça, faça o favor de encontrar um tempinho na sua agenda e atualizar suas definições de torta!
Quando ainda não conhecia o lugar, boatos diziam que até os sucos de frutas e o molho da salada eram especiais. E sim, todos estavam certos! A combinação de mostarda e mel, servida em sua mesa, à vontade, brilha. O agrado foi tanto que é possível comprar esta misturinha deliciosa em frascos no próprio balcão e ser feliz em qualquer lugar! A casa também aceita encomendas de todas as tortas que produzem, sendo necessário apenas um dia de antecedência para confirmação do pedido.
A mais ou menos dois anos, com tanto sucesso, o quintal “cresceu” e o restaurante mudou de endereço, mas ainda mesma rua, apenas 3 quadras de distância do espaço original. Com o mesmo estilo, o novo ambiente agora ocupa todo um sobrado e é maior (mas não se iluda, ainda formam-se filas!) e proporciona melhores condições de trabalho para a equipe e atendimento e acomodação para os clientes.
Abrindo no finalzinho da manhã, a Torta no Quintal é o local perfeito para almoçar, ainda mais se estiver um dia quente, mas quase certeza que estará bem ocupada entre 12 e 14 horas. Se não puder esperar, a dica é ir fora do horário de pico. Se almoçar não for possível, não desanime: o café é sempre muito elogiado e combinará muito bem com qualquer docinho servido no dia.
O balcão também sempre apresenta algumas delícias produzidas esporadicamente, como pães de mel, brownies, biscoitinhos e cookies. Fique atento e aproveite!
A Torta no Quintal também pode ser encontrada em alguns aplicativos de entrega de comida, e pode ser uma excelente opção se você mora ou trabalha na região, mas não deixe de conhecê-la pessoalmente (e se apaixonar!)… na correria da cidade, o aconchego e a fofura da Torta alimentam também a alma.
Muitas são as teorias quanto à origem do grafite em São Paulo, mas não importa se você decide considerar a opinião dos acadêmicos ou as lendas urbanas, o fato é que esta forma de arte é vista na cidade desde os anos 80.
O debate sobre considerar o grafite arte ou vandalismo é antigo, mas constantemente presente para quem vive nos grandes centros urbanos. A pichação, comumente acompanhada de frases de protestos, insultos e assinaturas de gangues é considerada uma agressão degradante a paisagem. A distinção entre ela e o grafite é extremamente importante para a expansão do aceite e produção desta arte.
Pode-se dizer que a consolidação do grafite como produto artístico é reflexo do como cada gestão pública lida com estas intervenções urbanas. Para termos uma ideia de como o processo é longo e demorado, solicitações para realizar intervenções na avenida 23 de Maio eram feitas desde a administração de Jânio Quadros (1986-1989), mas foram somente autorizadas no fim da gestão de Fernando Haddad (2016).
Neste contexto de ilegalidades e permissões, temos que mencionar os eventos mais recentes: Em janeiro deste ano, como parte do programa “São Paulo Cidade Limpa”, o novo prefeito João Dória Jr. anunciou que seriam apagados os painéis presentes na avenida 23 de Maio. Nesta mesma ação, a Secretaria da Cultura de São Paulo afirmou que pretende criar uma área para a produção de murais, a ser chamado de “grafitódromo”. Segundo a mesma, a inspiração da proposta vem de Wynwood, um bairro em Miami que abriga diversos grafites e todo um esquema de comercialização de produtos licenciados para viabilizar o negócio.
Para o prefeito, assim como a arte fica nos museus, o grafite também deve ficar em “lugares adequados”. Em oposição, para o artista plástico Jaime Prades, a criação deste espaço específico constitui uma visão paternalista que impõe o que considera ‘certo’, logo, o grafite torna-se errado, tendo que ser contido e controlado.
Tem-se conhecimento de que os grafites, por estarem expostos à luz, chuva e demais fatores naturais, ou até mesmo serem danificados por ações humanas, devem passar por reparos e ajustes. Mas mesmo que em condições precárias, cobrir as obras com tinta cinza não parece a resposta mais correta.
É claro – e necessário – que este assunto seja ainda muito debatido, como muito já vem sendo desde o início das ações, por políticos, artistas e população local. Encontrar o equilíbrio entre a liberdade criativa, as leis e a expectativa dos moradores será um grande aliado para a prosperidade desta arte.
Mas toda essa conversa torna importante destacar um espaço que pode até vir ser chamado de “galeria à céu aberto”, ou Beco do Batman, como é mais conhecido. De surgimento espontâneo, entre vielas do bairro da Vila Madalena, zona Oeste da cidade, muros e paredes são cobertos por diversos desenhos e chamam a atenção dos paulistanos e turistas. Com uma pegada muito semelhante à região de Wynwood mencionada anteriormente, é parada obrigatória se você curte street art de verdade!
Ao que tudo indica, na década de 80, o desenho de um homem-morcego feito em uma das paredes incentivou estudantes de arte plásticas que moravam por lá a também registrarem seus trabalhos (Posteriormente até sendo usado como referência para o nome do local – Homem Morcego/Batman). Com influências cubistas e psicodélicas, os muros cinzas e sujos ficaram no passado.
O processo de renovação dos grafites chama a atenção e é exemplo de manutenção e ocupação de espaço público. A constante qualidade e rotatividade das obras atrai o público, que retorna com frequência para conferir as novidades. As disputadíssimas paredes são administradas pela comunidade e artistas, que sempre retocam ou renovam os desenhos, mantendo a qualidade e o charme.
Este passeio é melhor aproveitado sendo feito a pé. Podendo ser visitado todos os dias, a dica é programar para conhecê-lo entre segunda e sexta-feira, evitando os dias mais cheios, para apreciar os murais com mais calma. E não se esqueça: faça muitas fotos… Na sua próxima visita talvez os desenhos sejam outros!
Como chegar: Beco do Batman – Acesso pelas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque, Bairro Vila Madalena – São Paulo