Conhecer a África sempre foi um sonho para mim. Quando finalmente pude realizá-lo, fui mais do que premiada: consegui estender a minha passagem pelo continente e visitar vários países no sudeste africano, além de passar uma semana maravilhosa nas ilhas Seychelles. Como dividir meus dias entre as coisas que eu mais queria fazer não foi das tarefas mais fáceis, vou compartilhar por aqui como consegui reunir praia, safári e cidade numa mesma viagem.
E já que o ano acabou de começar e vou te falar por que incluir esse roteiro na lista de destinos maravilhosos para conhecer em 2019.
Meu roteiro
Sáfari, cidade, praia: dias muito felizes na África!
Joanesburgo: 4 noites
Zimbábue: 3 noites
Zâmbia: 1 noite
Botsuana: 1 noite
Kruger National Park: 4 noites
Cape Town: 14 noites
Seychelles: 7 noites
Tempo para deslocamento e conexões: 5 dias*
Como precisei voltar para Joanesburgo depois de cada parada, acabei passando a noite em algum hotel perto do aeroporto e aproveitando para descansar. Claro que você não precisa fazer isso e pode comprar voos com conexões curtas, mas não fiz isso porque achei arriscado e tinha algum tempo disponível para gastar.
Sugestão de roteiro para quem tem menos tempo
Nem todo mundo tantos dias livres para viajar. Que tal aproveitar as férias para conhecer os destaques da minha viagem?
África do Sul
Joanesburgo: 3 noites
Kruger: 2 noites
Cape Town: 5 noites**
**Vale lembrar que o clima em Cape Town é super instável e várias atrações não funcionam quando o vento está forte ou chovendo. Viajando no outono/inverno, as chances de pegar dias ruins e não conseguir fazer muitas coisas aumentam muito. Sugeri 5/6 dias para conhecer o “básico” de Cape Town, mas se puder ficar mais, fique.
Zimbábue
Victoria Falls: 2 noites
Botswana
Chobe National Park: 2 noites
Seychelles
Mahé: 3 noites
Praslin: 2 noites
La Digue: 1 noite
Sugestão de roteiros que pretendo fazer em breve
A África é imensa e claro, não consegui fazer nem um terço do que gostaria de ter feito! Depois de muita conversa com os locais e amigos que fiz pelo caminho, me animei (muito) a planejar outros roteiros!
Quênia e Tanzânia – Serigueti + Zanzibar
A Tânzania fica fora da área do Sudeste Africano, mais precisamente na porção oriental, “ali em cima” de Moçambique. É um país costeiro, limitado pelo Oceano Índico. O Parque Nacional do Seregueti é parada obrigatória – por lá acontece anualmente a Grande Migração, no qual Gnus, Zebras e Gazelas se movimentam anualmente. Mais umas horinhas de voos e se chega em Zanzibar, o paradisíaco arquipélago e aguas turquesas que pertence ao país. Tanta aventura não foi suficiente? Que tal aproveitar a fronteira e dar um pulo no Quênia e se hospedar junto às girafas no badalado hotel boutique Giraffe Manor?
África do Sul + Moçambique: Garden Route, Maputo, Tofo e Bazaruto
Tive duas semanas em Cape Town e poderia ter escolhido usar uma dessas semanas para fazer a Garden Route, um trajeto que vai de Mossel Bay a Storm River– numa estrada lindíssima que atravessa a costa sul africana. Não escolhi porque Cape Town tem tanta coisa para fazer que essas duas semanas aí nem foram suficientes.
Numa próxima vez, quero muito incluir Moçambique nessa rota aí, que excluí dessa vez porque o país requer visto com antecedência e não quis me submeter a tais burocracias. Moçambique me parece solar e feliz, rodeada pelo Oceano Atlântico e bom balneários de verão incríveis como Tofo e a ilha paradisíaca de Bazaruto – cara/complicada de chegar, que só rola estando lá perto.
Uganda + Congo
Entre um sáfari e outro, descobri que os gorilas na África estão lá pelas bandas de Uganda, mais precisamente no Parque Nacional de Bwindi, na fronteira com o Congo, e claro, fiquei morrendo de curiosidade. E já que estamos na fronteira, por que não dar um pulinho no Congo também né?
Madagascar
Uma ilha imensa – a quarta maior do planeta – bem pertinho da costa da África e com uma das faunas/floras mais ricas do mundo. O que não falta por lá é Parque Nacional para explorar!
África do Sul + Ilhas Maurício
Decidir ir para Seychelles não foi simples: me peguei por dias e dias correndo atrás de informações + voos, já que mais pertinho da África do Sul estão as ilhas Maurício. No fim, percebi que o tempo era bem instável por lá em fevereiro/março, período que estaria viajando, e não fui. Quero ir da próxima vez que estiver na África do Sul, o jeito mais fácil de chegar – outra opção é ir via Emirados Árabes.
Safári é, provavelmente, a primeira coisa que passa na cabeça de muita gente quando escuta a frase “viajar pela África”. Não é à toa. O continente é um dos maiores ecossistemas do mundo e é conhecido por essa forma tão própria de explorá-lo.
Durante as 6 semanas que fiquei no sul da África, aproveitei para fazer os mais variados safáris e, aproveitando, já vou desmistificar alguns mitos e contar alguns segredinhos que talvez, você nunca tenha ouvido falar.
Como?
A imagem que deve estar passando pela sua cabeça agorinha mesmo é um jipe, com um guia sentado e vários turistas de binóculos e roupa cáqui no fundo. É essa a forma talvez mais…clássica, mas o que pouca gente sabe, é que existem diversas formas de se fazer safári.
Obvio que, durante o tempo que passei na África, fiz muito mais do que safáris, mas quando o tópico é natureza, passei pelas mais inesperadas vivências, que foram desde um safári noturno de trem, até ser “assustada” por um hipopótamo embaixo do barco em um lago em Botsuana.
Safári de trem na Zâmbia
Você pode (e deve) explorar o máximo de possibilidades que estiver ao seu alcance.
Quando?
Quando o assunto é clima, é importante saber que no verão (entre outubro e abril), as chuvas são mais comuns, o que é ótimo para a vegetação, mas não tão bom para observar os animais, que acabam “se escondendo” entre os arbustos. No inverno, ao contrário, a seca aumenta, mas a temperatura é mais amena, fazendo dessa a melhor época para visitar o parque.
Estive em basicamente 4 países: Zâmbia, Zimbábue, Botsuana e África do Sul. Apesar de serem países fronteiriços, já adianto que a experiência foi completamente diferente em todos eles.
SAFÁRI NA ÁFRICA DO SUL – KRUGER, O FAMOSÃO.
Em posts anteriores, comentei um pouco da minha experiência na Zâmbia, Zimbábue e Botsuana, mas em nenhum desses lugares estive exclusivamente para fazer safári. E é aí que entra o Kruger, o Parque Nacional na África do Sul. Com certeza você já deve ter ouvido falar do dito cujo: é o maior e mais famoso da África do Sul, e favorito dos brasileiros que (pra variar) estão por todas as partes.
No Kruger fiquei 5 dias inteiros e 4 noites (muito mais que a maioria das pessoas costuma ficar), isolada em um hotel de luxo no meio do nada, vivendo basicamente de dois safáris por dia, cochiladas, massagens e muita comida maravilhosa. Estadia essa que só serviu para reforçar meu tipo de viagem preferido – slow travel (viagem devagar). Tem menos tempo, mas quer fazer? Vi gente ficando uma noite e aproveitando, mas a maioria fica entre 2 e 3 noites e tudo bem também.
Mas não se engane achando que tem que ser milionário para conhecer a África a fundo: de campings a hotéis de luxo, tem alternativas para todos os públicos, o que muda é o nível de conforto x perrengue que você está disposto a ser submetido.
O LODGE
Você não precisa ficar dentro do parque. É ficando fora que a sua viagem provavelmente ficará menos cara. Mas como comentei anteriormente, me dei ao luxo de ficar num desses hotéis do sonho, que a gente só vê em revista de gente rica, rs.
Escolhi o AM LODGE, e foi a melhor escolha que eu poderia ter feito. Foi meu hotel preferido na África, e um dos meus preferidos na vida – e olha que, o que eu já conheci de hotel nesse mundo…
Para chegar até ele, saí de Joanesburgo num avião de hélice da South Africa num voo que durou pouco mais de 30 minutos (graças a Deus!). Desci em Hoedspruit, uma base militar e menor aeroporto que já estive até hoje, e fui de encontro ao transfer.
Alias, uma curiosidade: praticamente todos os lodges oferecem um serviço gratuito de transfer do aeroporto mais próximo. O Kruger, é cercado por três aeroportos: Phalaborwa na porção norte, o Hoedspruit na porção central e o Mpumalanga na porção sul.
Chegando, fomos recepcionados com drinks geladinhos e toalhas úmidas e preenchemos além do formulário de check-in, um formulário com preferências pessoais no quesito comida, bebida e atividades. Em seguida, fomos levados para a nossa villa de carro, já que estávamos isolados por quase 2km da recepção e do prédio principal.
A villa em si daria um outro post, porque nunca vi tanta atenção a detalhes.
O nosso quarto no AM Lodge, que na verdade era uma CASA!
Uma cama gigante, uma sala de estar com tv/internet, minibar com bebidas e snacks inclusos à vontade, banheiro com banheira, chuveiro externo e varanda panorâmica para enumerar alguns dos pontos altos do quarto. Para mim, mais do que isso, era a privacidade: entre uma villa e outra, a distância era grande e do quarto não se ouvia nada além do barulho da selva.
Para alguns, tudo isso pode parecer também um pouco entediante, mas o calendário de atividades, passado praticamente dia a dia, era certeiro e super exclusivo: nosso grupo era formado por 4 pessoas (além do guia e do ranger), e enquanto não estivéssemos fazendo safári, sempre tinha uma atividade no próprio hotel, que iam desde almoço na casa da árvore até jantar de dia dos namorados surpresa, servido no quarto.
Almoçando na casa da árvore
No começo, confesso que para os meus hábitos noturnos, acordar às 5 da manhã não me deixava muito feliz. Porém, com o calor de matar durante o dia, é bem mais razoável o porquê sempre acabávamos tendo que levantar essa hora para o primeiro safári do dia – normalmente são 2 por dia e, ainda bem, o segundo é no pôr do sol.
A única coisa chata de tudo isso? O preço. A exclusividade e mordomia do AM Lodge custam cerca de USD800 por noite.
Por que?
Se ainda não consegui te convencer que essa é uma das experiências mais incríveis que você terá nessa vida, aí vão mais alguns tópicos para aumentar essa reflexão:
Biodiversidade imensa;
Proximidade com a natureza – não importa qual o jeito que você escolha fazer o seu safári, os bichinhos estão todos ali, do seu lado;
Sensação de segurança – É estranho pensar que, mesmo estando a poucos metros de um leão, em nenhum momento me senti como fosse ser atacada. Os bichinhos estão lá na casa deles e realmente, não ligam muito para os visitantes;
A aventura em si é bem democrática – não precisa de muito dinheiro para fazer, mas saiba que se for economizar, a chance de perrengue é maior;
Estar na África – já disse isso, mas não custa repetir: é impagável!
E aí, já preparou as malas?
Para saber mais sobre a minha viagem à África, clique aqui.
Cape Town tem tanto restaurante bom que fica até difícil escolher onde comer. Prepare-se para a extensa lista de todos os lugares que comi enquanto estava na cidade e daqueles que gostaria de ter ido se tivesse mais tempo.
Se gula é um pecado, prepare-se para não sair ileso de Cape Town. Uma cidade jovem e muito misturada, tem (como já era de se esperar) comida do mundo todo e com uma vantagem que supera cidades como São Paulo, NYC e Londres: é muito mais barata!
Não importa se você está indo para ficar dois dias ou um mês, com certeza sairá da cidade deixando muita coisa para traz. Uma prova de que isso é uma grande verdade, é que, enquanto eu fazia a lista dos restaurantes pelos quais passei, não pude ignorar os que não tive tempo de conhecer.
Reservas
Alguns restaurantes são bem competitivos e conseguir uma mesa pode demorar dois meses (vide Test Kitchen). Mas uma coisa é certa: a maioria dos bons restaurantes cobram pela reserva – um valor que é abatido no valor total da conta. Portanto, cheque sempre a política de cancelamento e não reserve se não tem certeza. Um bom app para baixar antes mesmo de chegar na cidade é o Dineplan, usado pela maioria dos estabelecimentos, possibilita tanto fazer uma reserva de última hora, como administrar as reservas mais complicadas (como as que exigem antecedência e pré-pagamento).
Por onde comi em Cape Town
Waterfront
Marina de Cape Town e point (ultra) turístico
Mondiall: No Waterfront tem vários restaurantes e é bem difícil de escolher, sendo que o Mondiall é provavelmente um dos mais ecléticos, ótimo para receber grandes turmas e agradar todo mundo. Tem opção de brunch, bar, jantar… e com uma culinária bem mista.
Minha escolha: Gnocchi do chefe
Vista Marina: Caro e bem mediano, achei. O menu é bem básico, para aqueles dias que a gente não está querendo nada muito diferente. Como o próprio nome sugere, o ponto alto é a vista, que acabei não aproveitando por conta de uma noite de neblina em Cape Town. Como o lugar também tem um bar externo, pode ser uma boa opção para começar a noite.
Minha escolha: Entrada mediterrânea e pizza
Mar e Sol: Um restaurante português, para quando bate aquela saudadezinha de casa. A comida é uma delícia, mas o que vale a pena aqui mesmo é a vista, bem de frente para a Marina. O restaurante não fecha entre almoço e jantar, então se puder, vá lá pelas 16h, quando o espaço está mais vazio, e peça uma mesa no piso superior.
Minha escolha: Peixe do dia
Sea Point
Mojo Market: Funcionando diariamente, é de domingo (quando tem música ao vivo) que esse mercado vira uma das atrações preferidas em Sea Point. Reune diversos stands com pratos rápidos de todas as partes do mundo e algumas lojinhas com produção local de moda e acessórios.
Minha escolha: Sanduiche de falafel no pita
Centro
The Fork: Restaurante à la espanhol de tapas, desses bons para ir com os amigos no happy hour. O menu de tapas é bem extenso e tem opção para todo mundo. A parte boa? Como elas são bem tamanho “coquetel”, dá para experimentar várias diferentes.
Minha escolha: Tapas do dia – pedi 5 tapas para 2 pessoas
Truth Coffee Roasting: Eleito a melhor cafeteria do mundo pelo Daily Telegraph, é indispensável a visita até para quem não gosta de café. O menu é completo e serve desde “padaria” até almoço/brunch. Tive a infelicidade de visitar esse lugar na minha última semana da cidade, mas tenho certeza que se tivesse ido antes, almoçaria lá todos os dias, rs.
Minha escolha: Cafés e confeitaria
Solo: Tinha alta expectativa com esse restaurante, mas confesso que saí meio decepcionada. O lugar é todo bonitinho (tem uma área externa onde é fácil esquecer o barulho do Centro), e assim como o Truth Coffee, tem boas sugestões tanto para café da manhã quanto para almoço. Fui no café e além de ter recebido uma refeição OK, muitos dos itens do cardápio não estavam disponíveis, uma pena ☹.
Minha escolha: Ovos mexidos + smoothie do dia
True Italic: Apesar das muitas opções de restaurantes bons, foi bem difícil achar um italiano simples, desses que não precisa de reserva, para uma vontade repentina que surgiu em uma noite mais fria. Terminei no True Italic, que era o mais próximo de onde estava hospedada e tinha uma (última) mesa disponível quando cheguei, já depois das nove da noite. O ambiente e o menu são bem simples, mas o nhoque que pedi supriu levemente a minha vontade de carboidrato. Se puder se planejar, faça reserva em outro (eu sugiro o Il Leone).
Minha escolha: Nhoque clássico
Gardens
O bairro dos restaurantes/bares descolados
Black Sheep*: Queridinho dos descolados de Cape Town, vive lotado. Apesar da fama, da boa comida e da localização, é um restaurante mais tranquilo, desses que não precisa se arrumar demais para ir. O menu é semanal e bem eclético, com um pé no orgânico, e outro na culinária sul-africana.
Minha escolha: menu vegetariano da semana
Kloof Street House**: A minha escolha para provar comida local! Bem menos turístico do que o Mama África, por exemplo, tem uma decoração linda, gente descolada e um menu típico, mas bem revisitado – algumas opções não são tão apimentadas como a maioria dos pratos sul-africanos. Não importa a hora, vive lotado!
Minha escolha: Assado de lentilha e alcachofra com cenoura, puré de cumin e avocado.
Camps Bay
Roundhouse**: Meu restaurante preferido por vários motivos: serviço impecável, comida autoral e deliciosa, vista incrível e um preço tão bom, que parece não pagar tudo isso. É um restaurante fino, ou seja, tem dresscode, um garçom por mesa e o menu é degustação (com opção vegetariana). São 8 pratos e do amuse bouche até a sobremesa, só melhora. Separe um tempo – a minha experiência demorou mais de 3 horas – reserve, e vá com o coração aberto, não tem como se arrepender. Dica: a harmonização com vinho é, definitivamente, um must do.
Minha escolha: Menu Degustação vegetariano.
Der Waterkant
The Loading Bay: Queridinho dos locais, tem uma pegada meio hipster, e divide o espaço com duas lojas (uma de roupas masculinas e uma Aesop). O menu é bem saudável e faz tanto às vezes de café quanto de restaurante para um almoço rápido. O cardápio de sucos é imperdível, uma ótima opção para quem quer ter um detox no meio de tanta comilança em Cape Town.
Minha escolha: Green Goodness
Constantia
Simon’s*: Uma das vantagens de Constantia, é poder conhecer algumas boas vinícolas sem precisar sair da cidade. Aqui fica a vinícola mais antiga da Cidade do Cabo, a Groot Constantia, e seus dois restaurantes: o Johnkersuis e o Simon’s. O último, mais casual, tem um preço mais acessível e reservas não precisam ser feitas com tanta antecedência. É bom, mas nada excepcional – uma parada estratégica para quando estiver visitando a região.
Minha escolha: Massa napolitana
Kirstenboch
The Kirstenboch Tea Room: Dentro do Jardim Botânico, este restaurante serve muito mais do que os chás que dão nome ao lugar. O menu é enorme e super eclético, com várias opções vegetarianas e veganas – uma coisa que me impressionou bastante foi como as garçonetes eram treinadas para sugerir pratos para cada dieta específica, algo bem raro, especialmente para os veganos, que quase sempre precisam explicar o que eles podem comer.
Minha escolha: Hamburguer vegetariano
Newsland
Região de vinícolas dentro da cidade
Myoga**: Dos restaurantes que fui com menu degustação, esse foi o mais barato – com certeza a melhor opção se você não quer gastar muito, mas ao mesmo tempo, quer ter uma experiência única. O restaurante fica em uma vinícola na Grande Cape Town, dá para ir tranquilamente de táxi, e está dentro de um hotel que é a coisa mais linda.
Minha escolha: Menu vegetariano de cinco passos
Não fui, mas queria ter ido
Woodstock
O bairro artsy – diversos grafites e galerias
Test Kitchen**: Considerado o melhor restaurante da cidade e premiadíssimo. As reservas devem ser feitas com muita, muita antecedência – a agenda abre 2 meses antes e vive lotada.
The Pot Luck**: Do mesmo grupo do Test Kitchen, tem um ambiente mais descontraído, um menu mais em conta e abre tanto para o almoço quanto para o jantar.
Constantia
La Colombe**: Para quem procura uma experiência única em vinícolas, essa é uma parada obrigatória. É um misto de culinária francesa e asiática bem no estilo fine dining.
Centro
Skinny Legs: Intitulado como Luxury Café, me parece ser meio café, meio bistrô, com pratos clássicos revisitados – e bastante opção vegetariana. Fiquei com bastante vontade de tomar um café por lá.
Sea Point
The Creamery: Uma coisa que fiquei ligeiramente decepcionada em Cape Town foi em relação às sorveterias: não achei tantas quanto estava esperando. A The Creamery é unanimidade quanto o assunto é sorvete: em todos os rankings ela é a líder.
Der Waterkant
Il Leone*: Um dos poucos italianos que encontrei perto do apartamento que estava e as três vezes que tentei, não consegui – vive lotado. O lugar também nunca responde às solicitações de reserva por email, por tanto, se você for, melhor arriscar um dia durante a semana, e o quanto mais cedo possível.
Grand Daddy Rooftop: Na verdade, um hotel. A graça do lugar é o rooftop que tem uma programação especial todos os dias e um cinema ao ar livre que serve snacks e bebidas enquanto passa todos os tipos de clássicos do cinema.
Green Point
Gold*: Muitos turistas pensam no Mama Africa quando o assunto é experimentar a clássica culinária africana. Ao invés, eu recomendaria ir ao Gold, favorito entre os locais e mais autêntico.
The Crypt*: Adoro Jazz Bar e esse além de ser super central, tem esse nome porque é, literalmente, uma cripta. Ademais, a programação diária de jazz é sempre surpreendente, assim como o bom gosto do menu.
Camps Bay
Café Caprice: Camps Bay é famosinha pela agitação e muito acontece neste misto de restaurante e bar. Conhecido por estar sempre cheio de gente bonita, também é famoso por ser o point das celebridades que visitam a cidade.
* Reservas devem ser feitas com antecedência
** Reservas devem ser feitas com antecedência e são cobradas – verifique a política de cancelamento.
Antes de viajar para a África do Sul, a coisa que mais ouvi foi “você precisa conhecer Cape Town, não tem como não se apaixonar por aquela cidade”. E claro, fui mais uma vítima, caí de amores. Mas uma coisa que me incomodou um pouco antes de viajar, enquanto ainda procurava saber mais do dia-a-dia da cidade – sim, sou dessas turistas que adora viver a cidade como morasse lá de verdade – foi o excesso de elogios pela cidade. Entendo, não é para menos, a cidade é linda mesmo. Mas será que quem vive lá não tem nada a reclamar? Com mais de três milhões de habitantes vindos do mundo inteiro, conversei com alguns locais e tirei minhas próprias conclusões do melhor e do pior de Cape Town.
Para amar
Geografia
Não tem como não sorrir em um lugar cercado de montanhas e com praias lindas por todas as partes. Me sentia engolida – no bom sentido – toda vez que percebia onde estava. O céu mais azul do que qualquer outro verão por aí e o pôr do sol mais sutil. Para amar cada segundo.
Meio Europa, meio Califórnia
De todos os lugares que estive pela África, posso afirmar que foi em Cape Town que encontrei uma cidade mais organizada, limpa e com uma cara de primeiro mundo. Apesar da geografia lembrar muito o Rio de Janeiro, senti uma vibe mais Califórnia, com muita vida ao ar livre e comida saudável.
Infraestrutura
Uma das vantagens de estar em uma cidade grande é poder contar com uma infraestrutura igualmente desenvolvida – e nesse quesito Cape Town não decepciona. São milhares de opções de entretenimento, gastronomia, transporte, hospitais e por aí vai.
Restaurante
Como se come bem! Além da culinária local, que sofreu bastante influência asiática – em especial a cozinha Cape Malay – se encontra todos os tipos de gastronomias, desde as mais econômicas até restaurantes premiadíssimos (como o Test Kitchen). Os meus bairros preferidos para comer bem foram o De Waterkant, Greenpoint e Camps Bay.
Custo de vida
A cidade mais cara e mais turística da África do Sul consegue ser imensamente mais barata que São Paulo e com um custo benefício que compensa mais do que qualquer viagem para a Europa.
Pessoas
Uma das cidades mais miscigenadas do mundo! É difícil de acreditar que a pouco mais de duas décadas a população vivia totalmente segredada pelo regime do apartheid. E por onde se passa, se vê sorrisos. Ah e os imigrantes, eles são muito bem recebidos, tá? Tanto que a comunidade brasileira não para de crescer (posso me mudar para lá também?) rs.
Nem tanto
Trânsito
Acho que desde o primeiro momento que pisei na cidade, foi a coisa que mais me chamou atenção. Parte do problema também deve ter sido um reflexo da alta temporada, mas uma cidade sem metrô e com tanta acontecendo por toda a parte, é quase impossível não pegar o carro para se locomover, e aí, já viu. Fiquei chocadíssima quando demorei uma hora e meia para ir de Green Point até o Jardim Botânico em Kirstenboch – Detalhe: sem trânsito, demora-se 15 minutos para percorrer essa distância de 13km.
Clima
Uma das minhas principais escolhas para eleger Cape Town como minha casa na África do Sul no verão, com certeza foram os famosos dias ensolarados com vista para o mar. O problema é que o clima é totalmente instável na região – e pelo que me contaram, é bem pior durante o outono e a primavera. Mesmo durante os dias quentes e ensolarados, era bem comum se deparar com temperaturas na casa dos 16°C à noite. Ah e sobre os ventos então, não sei nem o que dizer…oh lugar que venta! Com certeza não foi à toa que os navegadores nomearam o sul da Península como Cabo das Tormentas.
Falta d’água
Só fui me dar conta do fator água quando já estava em solo africano. Como Cape Town foi a minha última parada no sudeste africano, encontrei muita gente pelo caminho me advertindo para “tomar longos banhos antes de chegar lá”. Pode ser que, dependendo de quando você está lendo esse texto, essa informação não faça mais sentido, mas em fevereiro de 2018 Cape Town enfrentou a maior seca dos últimos 100 anos! A falta de chuva nos anos anteriores levou a cidade a racionar para manter os baixos reservatórios ativos. Apesar das casas não sofrerem tanto (tinha agua normalmente no Airbnb que fiquei), avisos por toda parte me manteve alerta com relação à economia. Nos estabelecimentos públicos, a maioria das torneiras ficavam fechadas e o sabonete foi substituído pelo álcool gel.
Os turistas
Prepare-se para encontrar turistas por toda a parte, e nem sempre eles serão generosos. Várias vezes tive que engolir gente cortando filas quilométricas em algum monumento, desperdiçando água mesmo com as placas por toda a parte não nos deixando esquecer sobre a seca e atrapalhando a circulação dos locais. Em resumo: nada diferente do que encontramos em qualquer outra cidade muito turística.
Diria que Cape Town é um Rio de Janeiro com alma californiana. É definitivamente um país dentro da África do Sul e não é estranho, que talvez por essas e outras razões também seja a cidade mais turística do país. É uma cidade ensolarada, de gente jovem e almas gentis, que faz você se sentir em casa em meio a tanta miscigenação (e que bom!).
É a capital legislativa do país e casa de quase 3 milhões de pessoas, vindas de toda parte do mundo – e hello, claro, brasileiros são comuns por aqui.
A duas horas de voo de Joanesburgo, está localizada na região do Cabo, ao sudoeste da África do Sul.
Localização | Imagem: Google Maps
Como chegar
Ainda não existem voos diretos do Brasil e, assim como a maioria dos destinos na África do Sul, uma conexão em Joanesburgo será necessária.
De São Paulo, a South Africa Airways e a LATAM tem voos diretos ao Aeroporto Internacional OR Tambo com aproximadamente 10 horas de duração.
O trânsito na cidade não é dos melhores e você gastará muito tempo e energia alugando um carro. Eu recomendo uma hospedagem próxima ao centro e o uso de uber (que funciona super bem) para visitar qualquer atração mais distante. Se você estiver com pouco tempo, o ingresso de dois dias do ônibus City Sightseeing faz a função tanto de transporte quanto de guia. Para visitar as atrações fora da cidade (como as winelands ou a região de Cape Peninsula), aí sim recomendo o aluguel de carro.
Clima
O clima em Cape Town é bem…instável. Durante todo ano venta muito e não é incomum as oscilações climáticas no decorrer do dia. No verão, entre dezembro e março, as temperaturas são agradáveis, mas faz um friozinho pela manhã – entre 16°C e 28°C. Já no inverno, entre junho e setembro, além do termômetro baixar, as fortes chuvas são comuns.
Gastronomia
Para saber mais sobre a gastronomia do Cabo, clique aqui.
Quanto tempo
Eu fiquei duas semanas e não foi fácil administrar tudo o que eu queria fazer – especialmente quando o tópico era gastronomia. Ainda assim, como a maioria das pessoas não tem todo esse tempo, eu recomendaria pelo menos uma semana.
O que fazer
Cuidado o FOMO (fear of missing out, ou medo de estar perdendo alguma coisa) vai te pegar! Tem tanta, mas tanta coisa para fazer em Cape Town, que me sentia constantemente ansiosa para fazer tudo! Fiz tudo o que gostaria em 2 semanas? Claro que não, e você provavelmente também não conseguirá fazer, mas aqui vai os destaques da cidade e por onde passei – em alguns lugares, mais de uma vez.
Table Mountain: Cape Town é rodeada por montanhas, e a Table Mountain é a mais icônica, aquela que todo mundo – até quem tem menos tempo – sobe para tirar foto. Recebe esse nome porque tem seu cume reto, se assemelhando a uma mesa. É fácil de chegar ao topo com o teleférico, mas imagino que deve ser incrível fazer a trilha – tive preguiça e não fiz, confesso.
Jardim Botânico: O maior Jardim Botânico da África e um dos maiores do mundo, é realmente impressionante a diversidade que se encontra por aqui. Por ser mais afastado – fica localizado em Stellenboch, a uma meia hora do centro – dá para se sentir no interior. É um ótimo lugar para fazer piqueniques e se estiver visitando durante a primavera, não deixe de procurar as Proteas, plantas símbolo do país.
V&A Waterfront: Um complexo bem turístico, mas que é uma delícia de passar umas horas. Tem um shopping imenso, cheio de opções para compras, um aquário bom para levar as crianças e vários passeios de barco, mas o que eu gostei mesmo foram dos restaurantes e das lojinhas de souvenir, espalhadas por toda parte.
Castle of Good Hope: O castelo mais antigo do país, construído no século 17, ainda está ativo – dependendo da hora, você verá a troca da guarda. Transformado em museu, recomendo visitar com um dos tours guiados que acontecem diariamente.
Lion’s Head: Mas uma das montanhas que todo mundo adora ir para fazer a famosa trilha. Eu acabei não tendo tempo de fazer, mas para quem adora Trekking, vale a ida no comecinho do dia ou no fim da tarde, acompanhada de um guia – são aproximadamente 1h30 para chegar ao topo.
Robben Island: Ilha onde está a prisão por onde diversos presos políticos passaram e onde Mandela ficou mais tempo em cárcere, hoje é abriga uma pequena comunidade de pouco mais de 100 pessoas e um museu, que reconta as histórias (de terror), vivida pelos presos do Apartheid. O barco que leva para a ilha sai diariamente em diversos horários, mas vive cheio, então é melhor comprar os ingressos pela internet com alguma antecedência.
Bo Kaap: O bairro todo colorido foi casa de escravos e hoje abriga grande parte da população islâmica de Cape Town. Cheio de lojinhas e com um Spice Market bem interessante, você pode ir por conta própria ou se juntar a um dos dois tours guiados que acontecem diariamente às 14:00 e às 16:20.
Signal Hill: Uma das montanhas que cercam a cidade, a Signal Hill é conhecida por ser um ótimo point para observar o pôr do sol com uma vista incrível. É mais fácil de chegar do que os outros picos da cidade (de carro, uber, ou até mesmo com o ônibus City Sightseeing) e não exige grandes caminhadas para conseguir um lugar privilegiado.
Museu de Arte Contemporânea: Inaugurado em 2017, o Zeitz MOOCA tem um dos maiores acervos de arte contemporânea da África do Sul, somado a uma arquitetura de deixar qualquer um boquiaberto. Por ser relativamente novo, o museu está passando por constantes melhorias, mas vale muito a pena visitar e se juntar a um dos tours guiados, oferecidos pelos curadores.
Company’s Garden: Um parque na região central, cheio de verde e ótimo para um break entre uma atração e outra. Leva esse nome por ser o jardim (garden) mais antigo do país, datado do século 17, onde os europeus costumavam plantar produtos para abastecer os navios que por ali chegavam.
Mergulho com os tubarões: A água gelada é um dos grandes atrativos dos tubarões brancos, que aparecem aos montes na costa da África do Sul. Um dos “esportes” bem comum é a Cage Diving (ou mergulho dentro de uma gaiola). Eu claramente não tive coragem de fazer isso, mas meu namorado fez e (tirando o frio), ele adorou.
Praias: Está viajando no verão e quer perder uns dias pelas praias? Camps Bay é a minha favorita. É a praia onde tudo acontece, com bons restaurantes, gente jovem e muito agito. Quer sossego? Que tal se hospedar em Clifton, um dos metros quadrados mais caros do país?! Gosta de surfar? Do outro lado, ali no Pacífico, Muizenberg atrai turistas de toda a parte do mundo. Porém, não custa nada lembrar: A praia é para curtir da areia, porque as águas são congelantes e ironicamente, mais frias no verão do que no inverno – devido às correntes de degelo da Antártica.
Experiências
Em algumas cidades do mundo, o Airbnb oferece experiências – atividades propostas pelos próprios moradores como forma de emergir na cultura local de um jeito nada óbvio. Cape Town é uma dessas cidades e tive duas experiências por lá.
História do apartheid através de um Tour guiado pelo District 6: Se você não tem a oportunidade de passar pelo museu do Apartheid em Joanesburgo (leia mais aqui), passear pelo District 6, um bairro cheio de história e que ainda traz muitos resquícios do período, é mandatório para não passar ileso a essa história tão recente do país.
Yoga e Brunch em Lllandulo Beach: Definitivamente, uma das coisas mais legais que fiz em Cape Town! A Christi, instrutora de Yoga, oferece essa aula em uma casa linda com vista para o mar e em seguida, serve um brunch maravilhoso – um dos melhores que já comi na vida! Ela comanda também a Hello Happiest, especializada em aulas e retiros. Juro que saí de lá querendo voltar todo dia.
Fora da cidade
West Coast National Park: Se tem uma coisa que tem na África do Sul é Parque Nacional, e claro, é impossível ir em todos. Mas, para fugir do agito turístico dos principais parques e ainda pegar uma estrada em direção ao norte (enquanto todo mundo está indo ao sul), o West Coast é uma ótima alternativa para passar o dia, fazer piquenique ou só sentar para observar os lindos lagos!
Winelands: A África do Sul está entre os dez maiores produtores de vinho do mundo e a região do Cabo é famosa por produzir boa parte deles. Ao redor de Cape Town, existem as Winelands (ao pé da letra, Terras do Vinho) sendo que regiões mais visitadas são Paarl, Stellenboch, Franschhoek, Durbanville e Constantia. Essa última bem pertinho do centro da cidade (cerca de 20 minutos) tem a vinícola mais antiga do país, a Groot Constantia. Já em Paarl, a parada na vinícola Babylonstoren é tão obrigatória quanto almoçar no restaurante deles, o Babel, um antro de comida orgânica e um paraíso tanto para os vegetarianos quanto para os amantes de carne de caça (mas faça reserva antes). Ah, e se sobrar um tempo na cidade, não perca o Afrikaans Museum, ótimo para entender um pouco mais da origem da língua mais falada na região, e o Afrikaans Language Monument, ótimo para fotos.
Cape Peninsula: Basicamente, Cape Península é o nome da região que vai em direção ao sul e contornando toda a costa até a pontinha do país, e é o passeio que todo mundo tira um dia para fazer enquanto está em Cape Town. Apesar do Cabo da Boa Esperança ser o acirrado lugar para tirar fotos – ali tem uma famosa plaquinha – sugiro perder mais tempo em Cape Point, um observatório ao livre que é de tirar o folego. Ah e não exclua do seu roteiro a parada em Simon’s Town, uma cidadezinha simpática onde estão os famosos pinguins africanos.
Não esqueça de levar um casaco, costuma fazer frio na região mesmo no verão!
Adote um Pinguim: a SANCCOB é a única ONG certificada da região que resgata e reabilita pinguins selvagens. Você pode contribuir adotando um pinguim ou sendo um voluntário!
Onde ficar
O jeito mais prático que encontrei para me sentir como parte da cidade foi alugando um apartamento em um dos bairros mais charmosos da cidade, De Waterkant. Localizado no CBD (ou Central Business District, como é chamada a região central da cidade), é uma ótima escolha para quem, assim como eu, adora explorar cafés e restaurantes, e ainda fica a uma distância caminhável do Waterfront. Outras opções de bairros interessantes para o mesmo propósito são Gardens e Green Point.
Vai ficar menos tempo na cidade ou quer ter a comodidade de estar em um hotel? Eu escolheria um desses:
Cape Grace: Hotel cinco estrelas no Waterfront, é lindo de doer. Uma ótima opção para quem tem pouco tempo na cidade: De lá é fácil de acessar as principais atrações e ao mesmo tempo, nos dias que você não quiser ir longe, dá para se manter entretido com as atrações do Waterfront.
Mount Nelson: O hotel mais tradicional de Cape Town – e provavelmente o mais luxuoso também. Pertence ao grupo inglês Belmond, e talvez por isso tem o high tea mais estrelado da cidade. Fica no Gardens, uma região que, como já disse antes, é ótima para comer bem.
The President: Uma das paradas do ônibus City Sightseeing em Sea Point, um dos bairros mais jovens e descolados da cidade, tem quatro restaurantes e um serviço de ioga fazendo a alegria de quem busca uma atmosfera mais leve e ainda confortável em Cape Town.
The Twelve Apostles: Era impossível não notar esse hotel toda vez que passava de carro por Camps Bay. Além da vista privilegiada e de um aclamado spa, ainda tem alguns serviços únicos, como piqueniques para as mais diversas ocasiões – com essa vista, fiquei morrendo de vontade, confesso.
Quanto custa
O custo-benefício de Cape Town é inacreditável. Uma cidade onde se come (e bebe) muito bem e por muito pouco, o transporte (Uber, mais especificamente) é barato e as hospedagens variam, com opções para todos os bolsos.
Joanesburgo – ou Joburg, como é carinhosamente chamada pelos africanos – é a maior cidade da África do Sul e possivelmente a mais (ingratamente) ignorada pelos turistas que passam pelo país. Por ser o hub das aeronaves na porção sul do continente africano, muita gente acaba ficando pelo aeroporto mesmo, sem a menor vontade de conhecer mais da cidade, afinal, por que perder tempo com um lugar tão caótico quanto São Paulo, NYC e outras capitais pelo mundo?
Joburg vista de Soweto
Aproveitando o voo direto de São Paulo e a minha conexão entre outros destinos que viajei na África*, dei uma chance a essa metrópole onde está grande parte história do país.
*Todos os voos que peguei durante a viagem na África saíram de Joanesburgo, o que meu obrigou a passar por lá cinco vezes. No entanto, só consegui aproveitar a cidade na primeira e na última parada, quando fiquei dois dias em cada.
Localização de Joanesburgo na África do Sul | Imagem: Google Maps
Eu separaria de três a quatro dias na cidade – é o tempo suficiente para visitar as principais atrações.
Clima
O clima na África do Sul é subtropical, equivalente ao do sul do Brasil. Em Joanesburgo, mais especificamente, por causa da altitude, pode fazer bastante frio no inverno (entre julho e setembro), podendo chegar bem próximo a zero graus Celsius. No verão as temperaturas são amenas, entre 20 e 30 graus, com bastante chuva.
Transporte
Esse é um tópico importante! A cidade é grande e você não conseguirá fazer muito à pé.
City Sightseeing: O famoso ônibus hop on / hop off de dois andares (já falei dele em outros carnavais). Se você tem poucos dias na cidade, é uma opção interessante, uma vez que as distâncias em Joburg costumam ser grandes.
Metrô: Recebe o nome de Gautrain e não tem muitas estações, mas é uma opção barata para sair do aeroporto, por exemplo, em direção aos principais bairros
Táxi: Só peguei uma vez, no trajeto Aeroporto – Sandton e custou R600.
Uber: O jeito mais fácil e barato para se locomover – funciona bem em toda a cidade.
Segurança
Bairro de Sandton | Imagem: Divulgação Wikipedia Commons
Minha grande preocupação em Joanesburgo era com relação à segurança, afinal ouvi muitas reclamações nesse quesito. Chegando lá, vi que pode não ser o lugar mais seguro do mundo, mas não há muito para se preocupar também – nada muito diferente do que vivemos nas grandes capitais do Brasil, por exemplo. As recomendações básicas de segurança são as mesmas: evitar andar sozinho à noite, carregue objetos valiosos a mostra e mantenha os pertences sempre próximos ao corpo.
Onde ficar
Conforme mencionei o tópico segurança acima, sugiro os bairros de Sandton, Melrose e Rosebank.
Ao chegar na África do Sul, minha primeira parada foi o Winston, um hotel boutique bem charmosinho que fica na “divisa” de Rosebank com Melrose, uma área de classe média (bem) alta, diga-se de passagem. Fiquei duas noites por lá e desses dias, passei bastante tempo no hotel, já que o voo de 11h e um belo jetlag de 5h me pegaram de jeito. Já no check-in, por volta do meio dia, fui surpreendida bem positivamente por um café da manhã cortesia à la carte, servido no quarto – acho que pela minha cara, o cansaço e a fome estavam bem claros, rs. O quarto já estava pronto (apesar do horário do check-in ser oficialmente às 15h) e depois de comer e tomar um banho puder dormir a tarde inteira.
Um dos pontos mais altos não só deste hotel, mas dos serviços na África é o bom humor e educação das pessoas, fiquei impressionada!
Quarto
Os quartos se dividem nas categorias Courtyard range, Superior range e Deluxe range e fiquei na última categoria, a mais simples de todas, no térreo, de frente para a piscina. Apesar de ter ficado num piso baixo, o silêncio era impressionante e qualidade do sono foi muito boa. Minha única queixa foi para os travesseiros, que achei um pouco alto demais (para o meu gosto), mas que foram facilmente substituídos pelo staff quando solicitei.
Lindamente decorado – como o resto do hotel – a categoria deluxe tem cama king size, ventilador de teto/ar condicionado, cofre, tv, máquina de café (com cápsulas), chaleira elétrica, frigobar, água cortesia e uma pequena área de trabalho. No banheiro, ducha potente separada da banheira e amenities L’Occitane, robe e chinelos.
Áreas comuns
Na área externa, o hotel tem uma linda piscina – que deve funcionar mais como decoração já que o tempo de Joanesburgo não costuma ser dos mais quentes – jardim, e no segundo piso, uma pequena biblioteca. Para quem estiver de carro, o estacionamento está disponível gratuitamente.
Restaurante
Dividido em duas áreas, o restaurante propriamente dito e o bar, as refeições no hotel são um espetáculo à parte. Comida deliciosa, com muita opção de pratos locais e um atendimento para lá de especial. Além do café da manhã (incluso), usei o restaurante principal para jantar duas vezes e não me arrependo. Alias, recomendo muitíssimo o Toffee Pudding de sobremesa, um misto de pudim e bolo cheio de caramelo com sorvete de baunilha como acompanhamento: indescritível!
Um ponto negativo para o hotel é com certeza a falta de academia, que pode ser suprida com um voucher comprado por RAD30 na recepção para um day pass em uma academia que fica nas cercanias.
A internet é gratuita em todas áreas do hotel e funciona relativamente bem.
Outro hotel boutique bem legal que tive a chance de conhecer foi o Saxon, uma opção mais luxuosa, para quem procura um pouco mais de conforto.
Sandton é o bairro mais empresarial de Joburg. É por lá que a maioria das empresas ficam e não à toa, tem um Hilton. Confesso que só escolhi o Hilton pela localização, mas a verdade é que as instalações são ótimas, além daquele estilão de hotel americano, cheio de funcionalidades, funcionários prestativos e serviço que, dificilmente, irá decepcionar.
Quarto
Há três categorias principais de quartos: Guest room, Suites e Executive rooms. Fiquei na primeira, a Guest room, um quarto bem básico de 32m2. O que eu normalmente gosto dos Hilton pelo mundo é a estação de trabalho no quarto, que tende a ser espaçosa e bem funcional, e com esse quarto não foi diferente. Além disso, a facilidade de ter máquina de chá e café – que parece ser uma tendência nos hotéis sul-africanos – ajuda muito quem, como eu, não acorda ou dorme sem um bom chá. O banheiro também é ótimo, com uma bancada da pia bem grande (perfeita para quem precisa dividir) e chuveiro e banheira separados. Outros itens relevantes são: cofre, frigobar e chinelos. Uma coisa que eu odeio: carpete no quarto – mas se você não tem rinite, talvez seja um detalhe a desconsiderar.
Áreas comuns
O hotel é bem amplo e tem uma estrutura ótima para viajantes a trabalho: o business center ocupa um andar praticamente inteiro! No entanto, quem está a passeio se mantem entretido com a ótima piscina no térreo, com a quadra de tênis e com a academia, supercompleta. O estacionamento também está disponível e conta com mais uma facilidade: uma locadora da Hertz. Se quiser alugar o carro, você pega e devolve no próprio hotel.
O Hilton Honors, programa de fidelidade do Hilton, permite vários upgrades além de facilidades como check-in e escolha de quarto pelo celular antes de chegar no hotel.
Restaurantes
São 4 restaurantes: o bar da piscina, Faces (restaurante para refeições rápidas no Lounge), Lotus (grill e sushi bar) e o Tradewinds (restaurante principal onde é servido o jantar e café da manhã). As refeições são boas e super bem servidas em todos eles, mas meu destaque vai mesmo para o café da manhã, que pode ser pago a parte ou incluído na hora da reserva – esses hotéis americanos têm essa coisa chata de quase nunca ter café da manhã incluso na tarifa do quarto.
A internet é ótima e funciona bem em todo o hotel.
Parte da rede Marriott, essa foi a principal razão para eu ter escolhido ficar duas vezes neste hotel entre as minhas conexões (hello, starwood!)*. O padrão de qualidade é o mesmo no mundo todo e o preço não é tão abusivo, como a maioria dos hotéis próximos a aeroportos. Além disso, o hospede tem à disposição o serviço de transfer de/para o aeroporto a cada meia hora, sem nenhum custo adicional. Para quem tem uma conexão mais longa e quer ficar com conforto perto do aeroporto, o Protea é a minha sugestão.
* Starwood Preferred Guests (SPG) é o programa de fidelidade que recentemente se uniu à Marriott – que até então tinha um programa próprio (Marriott Rewards) – e engloba além dos hotéis da rede Marriott mais onze marcas.
Quarto
Há três categoria de quartos, que se distinguem basicamente pelo tamanho. São elas (do maior para o menor): Bedroom Suite, First Class Deluxe e Business Class Room. Fiquei duas vezes na First e o ponto alto do quarto com certeza foi o conforto da cama! Realmente não dava vontade de sair dali. Por outro lado, o tamanho do quarto e do banheiro deixam a desejar. Este último, me lembrou bastante os do Ibis Budget, os quais a área do chuveiro e da pia são integrados ao quarto – aqui, separados apenas por uma cortina. De resto, uma pequena estação de trabalho facilita bastante a vida de quem precisa de um cantinho para responder os e-mails e se a fome apertar no meio da noite, o frigobar do quarto está ali, bem ao lado da máquina de café/chá.
Áreas comuns
O que mais achei interessante aqui foi a arquitetura do prédio, que é toda industrial, com paredes de cimento e muito ferro nas estruturas principais. A piscina é ótima – apesar de não ser aquecida e nunca estar muito quente em Joburg e a academia, localizada no subsolo, é pequena, mas funciona bem. O ponto alto deste hotel é o restaurante, que foge bastante do menu hambúrguer/spaguetti de todos restaurantes de hotel. Na recepção, água, chá e café são disponibilizados gratuitamente 24h por dia.
A internet é gratuita em todas áreas do hotel e funciona relativamente bem.
Importante: No Aeroporto Internacional há 2 hotéis Protea: um dentro do terminal internacional, somente para passageiros em trânsito (dentro da área de embarque) que leva o nome de Protea Hotel OR Tambo Transit e um do lado de fora do aeroporto, há 2 minutos do Terminal 2. Caso faça a reserva com antecedência, verifique qual a melhor opção: no caso do primeiro, é necessário que você esteja vindo de um destino internacional e indo para um destino internacional, apenas conectando em Joanesburgo; já o segundo, você poderá chegar por um terminal e sair por outro, inconveniências, já que ele não está dentro do aeroporto.
Outro hotel que usei para as muitas conexões que fiz na cidade. A rede City Lodge, assim como a Protea, está presente em toda a África do Sul e passei uma noite por lá antes de ir para Seychelles – a minha conexão era de 23h.
Diferentemente do Protea, não é necessário pegar o Shuttle para chegar neste hotel que está localizado no estacionamento do desembarque.
Uma alternativa semelhante de um hotel de trânsito um pouco melhor – pelo dobro do preço – e ainda assim localizado dentro da área do aeroporto é o Intercontinental.
Quarto
Os quartos são todos padronizados, espaçosos, com cama pequena – tamanho queen – e não muito confortável. Uma estação de café e chá está à disposição para uso gratuito, mas não há frigobar. Já no banheiro, uma vantagem em relação ao Protea: ele é amplo e fechado, dando total privacidade.
Áreas comuns
Por ser um hotel de trânsito, o serviço das áreas comuns é bem básico e só tem o necessário: academia, business center, e restaurante. Usei apenas o restaurante que achei bem mediano, mas quebra um galho. A parte boa é que como o hotel está dentro do aeroporto, facilmente você acessa qualquer outro serviço do JNB.
A internet é bem sentimental, funciona bem de vez em quando.
Para uma experiência diferenciada de hospedagem, indico o Hostel Curiocity, que embora não tenha me hospedado, ouvi críticas bem positivas e, ao mesmo tempo que é uma opção mais econômica, está bem no centro do bairro de Maboneng, região cercada de antigos galpões de fábricas, totalmente revitalizado (e seguro), mais conhecido por ter se tornado o point hipster de Joburg.
O que fazer
Não se engane se alguém disser que não tem nada para fazer em Joanesburgo!
Compras: Para quem tem interesse em fazer compras na África do Sul, recomendaria Joanesburgo, pela grande oferta e consecutivamente, preços menores, especialmente em itens típicos ou souvenirs – o African Art Craft Market, é uma ótima pedida. Artigos de luxo e necessidades, o Rosebank Mall e o Sandton City Centre, dois grandes shoppings próximos às regiões hoteleiras, têm de sobra. Se você, como eu, é do tipo que prefere mesmo investir em comidas/bebidas locais, não esqueça de levar para casa um bom vinho ou uma garrafa de Amarula – ambos podem ser comprados em qualquer liquor shop – ou ainda parar em um dos supermercados para fazer o carregamento de Rooibos, o famoso chá sul-africano. Gosta de joalheria e tem um dinheiro extra para investir? A África do Sul é a maior produtora de diamantes do mundo, vale a pena dar uma olhada.
Museu do Apartheid: Se você tiver pouco tempo na cidade e tiver que escolher fazer apenas uma coisa, eu diria para ir ao Museu do Apartheid. É uma ótima forma de começar a sua jornada pela África do Sul entendendo melhor como foi o regime do Apartheid que existiu até pouco tempo e ainda permanece na memória do país. O museu é enorme e completíssimo, há milhares de painéis interativos, além de um restaurante, uma lojinha (com um ótimo acervo de livros) e algumas máquinas de snack, para quando uma descansada entre uma sala e outra. Recomendo pelo menos 3h para ficar por ali.
Gold Reef City: Uma “cidade”, como sugere o nome, com parque de diversões, opera, hotel e Cassino.
Soweto: Durante o Apartheid, a população negra tinha menor acesso às terras, e por não poder se misturar com a população branca, acabou isolada em Townships, comunidades autossuficientes no subúrbio das grandes cidades. Abreviação de South Western Townships, é a maior Township da África do Sul, com aproximadamente 2 milhões de pessoas, e responsável por ter desempenhado um papel essencial na luta contra o regime segregacionista, uma vez que vários líderes políticos cresceram ali. É interessante notar o contraste que existe, desde favelas a casas de classe média alta da população que enriqueceu e permaneceu. A rua mais famosa, a Vilakazi, é ponto turístico por ser a única no mundo onde dois ganhadores do Nobel viveram – Mandela e Tutu. É seguro e você pode ir por conta própria, mas a ida com um guia será uma experiência muito mais enriquecedora. Não deixe de visitar a Casa onde Mandela passou maior parte da sua vida e o museu Hector Pieterson, uma homenagem ao estudante morto nas manifestações que buscavam igualdade no sistema educacional entre negros e brancos.
Constitution Hill: Uma prisão por onde Mandela e Gandhi passaram durante o Apartheid. Não fui, mas também sugiro ir com um guia, porque se tem uma coisa que esse lugar deve ter, é história.
Johannesburg Art Gallery: Um dos maiores acervos de arte Africana do continente. Do prédio ao acervo, é um programa imperdível para os amantes de arte e o melhor: a entrada é gratuita.
Arts on Main: Em Maboneng, região central da cidade que foi recentemente revitalizada e agora é um reduto hipster, além de restaurantes, lojas independentes e galeria, está o Arts on Main, que é uma combinação de tudo isso em um só lugar. O espaço conta com um restaurante ótimo, o Canteen, uma livraria alternativa, a David Krut Bookshop e, aos domingos, a área externa do Arts on Main recebe o Market on Main, um mercado local que vende um pouquinho de tudo.
Nelson Mandela Square: Um grande complexo de compras, com Centro de Informações turísticas, teatro e a razão pelo qual a maioria dos turistas vão até lá: uma imensa estatua do Mandela, onde todo mundo acaba tirando uma foto.
Nos arredores
Se você tem um pouco mais tempo para um bate e volta
The Lion Park: Rola uma grande propaganda em torno desse parque, que fica em Hartbeespoort, cerca de 40km do centro de Joanesburgo. Trata-se de uma maneira viável de ver os animais africanos sem precisar ir a um safari propriamente dito, os quais costumam ser distantes e caros. Mas, na verdade, O que acontece aqui é que se trata de um zoológico, e eu não fui, simplesmente por não apoiar a prática – ainda mais depois de ter tido a chance de passar quase 10 dias fazendo safaris e vendo animais livre, leve, soltos e felizes. De qualquer forma, se você pode não compartilhar das mesmas filosofias que eu, e esse pode ser um passeio possível estando em Joburg.
Craddle of Humankind: Que a espécie humana começou na África você deve ter aprendido na escola, mas uma coisa que provavelmente não te ensinaram é que um dos maiores sítios arqueológicos do mundo – com mais de 40% dos fósseis dos nossos ancestrais – fica a uma hora de Joanesburgo.
Pretoria: Capital administrativa da África do Sul, distante 60km de Joanesburgo, Pretoria tem alguns museus de história e o imperdível Union Buildings, sede da presidência. Agora, se você está procurando por uma boa razão mesmo, sugiro o premiado restaurante Mosaic, que fica dentro do hotel de luxo The Orient. E por falar em experiências luxuosas, é de Pretoria que sai o Blue Train em direção a Cape Town, uma viagem de um dia e meio em um dos trens mais luxuosos do mundo.
Gastronomia
Em toda a minha passagem pela África, achei Joanesburgo um dos melhores lugares para comer. Os ares de metrópole, cheia de gente ocupada, faz com que a maior diversão da população seja aproveitar as delicias da gastronomia.
Little Addis: Minha primeira refeição em Joanesburgo foi aqui. Imagina, eu tinha acabado de passar 11h acordadas em um voo noturno, sofrendo com um jetlag de 5 horas e morrendo de fome, mesmo ainda sendo hora do café da manhã no Brasil. Fui parar em Maboneng, bairro hipster, e tive que me decidir entre comida etíope ou café da manhã judeu (no Eat Your Heart Out). Escolhi a primeira opção e não me arrependo, foi uma das melhores refeições que fiz durante toda a viagem e o melhor: dois pratos e duas bebidas por 10 dólares! A comida é etíope e super temperada e além de algumas carnes, tem opções vegetarianas incríveis. Pedi a meia porção do prato vegetariano e foi mais do que suficiente, só peça o preto cheio se estiver em mais de 3 pessoas.
Marble: Tudo passa pelo Grill – esse é o conceito que define o restaurante, que claro, tem muitas carnes como carro-chefe. O que causa estranhamento, entretanto, são as (poucas, confesso) boas opções vegetarianas, especialmente na entrada, como a combinação de aspargos com avocado grelhado e as beterrabas assadas na brasa. De prato principal, o risoto – que também é a única opção vegetariana – é uma delícia. Faça reserva antes, costuma ser cheio, mas se for de última hora, o bar comporta bem os clientes.
Luke Dale Roberts: Uma das minhas tristezas em Cape Town foi não ter conseguido ir ao Test Kitchen, o restaurante mais famoso da cidade e que – pasmem – precisa reservar com pelo menos dois meses de antecedência. Quando soube que o mesmo chefe tem outros três restaurantes, não perdi tempo ao reservar o Luke Dale-Roberts, em Joanesburgo. E nossa, que experiência incrível! Mesmo recém-chegada de Seychelles e super cansada, fiquei impressionada com a cozinha autoral! O menu é degustação e pode ser de 5 ou 8 pratos, com harmonização de vinho ou chá. Pedi o menu vegetariano com harmonização de chás e estava incrível! O restaurante cobra uma (salgada) taxa de reserva, que deve ser feita pelo menos duas semanas antes da visita.
Tashas: Espalhado por várias cidades do país, esse café é daqueles lugares perfeitos para uma refeição rápida (e saudável) ou um brunch mais elaborado. Gostei bastante porque tem muitas opções de saladas funcionais e pratos vegetarianos/veganos, além de all day breakast.
Dw 11-13: Mais um da seleção de fine dining, não fui, mas ouvi tantos comentários positivos que resolvi indicar. Fica dentro do Dunkel Shopping, próximo ao bairro de Melrose, e também funciona com menu degustação. Abre tanto para o almoço quanto para o jantar.
The Restaurant: Totalmente fora do circuito turístico, é o restaurante do hotel onde passei as minhas primeiras noites na cidade, o The Winstor, em Rosebank. O bairro em si tem muitos restaurantes bacanas – os quais não consegui ir por falta de disposição – mas me surpreendi tão positivamente com a comida desse hotel boutique, que super indico para quem está passando por ali e quer provar uma comida africana, mas bem muito feita. O toffee pudding, sobremesa inglesa facilmente encontrada na África do Sul, é a melhor pedida no The Restaurant – Comi três vezes em duas noites.
Quanto custa
África do Sul tem um custo benefício maravilhoso! Não compare os custos de uma cidade grande como São Paulo com os de Joanesburgo. Além da moeda deles ser bem desvalorizada com relação à nossa, é bem fácil comer, se hospedar e se locomover com um orçamento de mochileiro. Quer luxo? Também tem e bastante 😉
Custo Geral: $$(barato)
Para saber mais sobre a minha viagem à África, clique aqui.
Depois de quase um mês na África do Sul, o que não faltam são histórias sobre um dos lugares mais impressionantes que já estive.
Sáfari| Pôr do sol no Kruger
Já começo dizendo que se você já esteve na África do Sul e não se apaixonou, provavelmente tem alguma coisa errada com você. E se nunca foi, eu darei uma série de motivos pelos quais você não pode deixar a África fora da sua bucket list.
Por que África?
Temos muito mais em comum com a África do que a simples Pangeia (sim, já estivemos geograficamente juntos há 200 milhões de anos). Um continente cheio de cores, de pessoas alegres, solicitas e educadas, comida boa (e barata) e uma opção para todos os tipos de viagem. Gosta de natureza? Tem. Gosta de vinícolas? Tem. Cidade grande? Tem também. Praia? Opa, claro que tem. De mochileiros aos adeptos a roteiros de luxo, tem uma África para todo mundo. E falando em África do Sul então, o que não faltam são lugares maravilhosos com um custo bem baixo e voos diretos que saem do Brasil diariamente.
A figura de Mandela
É impossível pensar numa introdução à África do Sul sem citar a figura de Nelson Mandela. Claro que eu, você e todo mundo já ouvimos falar dele, mas entender a sua influência no país é uma coisa que eu só fui entender mesmo quando cheguei lá. Nomes de rua, praça, hotéis, escolas, no dinheiro… Por onde se passa tem uma foto do Mandela, militante e presidente do Partido político ANC – African National Congress – que entre outras causas lutava pelo fim do Apartheid*, foi condenado a prisão perpetua e libertado em 1990 após muitas negociações durantes os 27 anos que esteve em cárcere. A sua liberdade foi aclamada internacionalmente, vista pelas ações diplomáticas ao redor do mundo como um dos principais passos para um país livre. Dentro da África do Sul, 120 mil pessoas se reuniram no estádio de Soweto – Township onde Mandela cresceu – para escutar o seu primeiro discurso oficial uma semana após ser liberto.
Robben Island | A prisão onde Mandela passou 18 anos de sua vida
A movimentação em torno da liberdade de Mandela e outros presos políticos no começo da década de 1990 levaram a mudança da constituição em 1993, o fim do apartheid no ano seguinte e sua eleição. Desde então, ele se tornou o pai da nação, tendo seu aniversário e o primeiro dia de seu mandato como feriados nacionais, e o dia da sua morte um dos maiores lutos da África do Sul.
Para entender mais dessa história, visite:
Robben Island em Cape Town
Consititution Hill em Joanesburgo
Museu do Apartheid em Joanesburgo
Soweto em Joanesburgo
* O Apartheid foi um regime segregacionista que entre 1948 e 1994 separou a África do Sul entre brancos (descendência europeia) e não-brancos (incluía-se pessoas de “cor” – miscigenados – negros e asiáticos). O regime claramente favorecia os brancos que tinham acesso aos melhores serviços e condições de vida. Durante esse período, criou-se diversas prisões políticas, nas quais toda e qualquer pessoa que discordasse do regime imposto pelo Estado era condenada, muitas vezes, por toda a vida. Da lista de detidos pelo governo, Mandela era considerado o número um, por causa de sua influência política diante à comunidade.
Bandeira
Adotada em 1994, com o fim do Apartheid, leva o vermelho do sangue do povo, o azul do céu, o verde das florestas, o amarelo do ouro e por fim, branco e preto, a união das raças.
Informações úteis
Fuso horário: GMT -2, ou seja, 5h de diferença do horário de Brasília
Distância: 7500km – de São Paulo a Joanesburgo – ou, aproximadamente, 11h de voo.
Código (DDI) +027
Telefonia
Usei o chip local da MTN, que mais deu problema do que qualquer outra coisa, portanto recomendo as outras companhias (Vodaphone ou Virgin Mobile).
Paguei R10 pelo chip comprado na Edgars.
O pacote de 1GB de internet custava R49 por semana.
Gastronomia
Depois dos dias que passei por lá, diria que a culinária Sul-Africana, fortemente influenciada por outras cozinhas como a malaia, europeia e pelas inúmeras tribos, é prioritariamente carnívora. A maioria dos pratos tem algum tipo de carne, em especial as carnes dos animais locais de caça, como o kudu. Ser vegetariana não foi função das mais fáceis por lá, e acabei não experimentando muita coisa, mas se você quiser dar uma chance, os pratos mais encontrados por lá são:
Bobotie: Assado de carne. Mais especifica da culinária Cape Malay, influenciada pelos imigrantes malaios na região do Cabo.
Biltong: Carne desidratada de vários animais, normalmente vende em pequenos pacotes para comer como snack.
Chakalaka: Mistura de cenoura ralada, feijão, pimenta e molho, servido como acompanhamento.
Shakshuka: Mix de vegetais, feijões e ovos poché. É um prato típico do norte da África, mas se come bastante também na África do Sul, em especial no café da manhã.
Braai: Churrasco sul-africano com as carnes locais
Pap: À base de milho, uma espécie de polenta branca é servida como acompanhamento.
Ah, e não se esqueça que a África do Sul está entre os dez maiores produtores mundiais de vinho!
Babyleston | Vinhedo em PaarlGroot | Vinhedo em Constantia
Gorjeta: Assim como no Brasil, a gorjeta vem especificada na conta e normalmente é em 10%. Para guias e mensageiros de hotel, é de bom grado dar gorjeta, mas não é malvisto não dar.
Reservas: Nos melhores restaurantes, a reserva é mandatória e requer o pagamento de uma taxa para segurar a mesa, que é reembolsada no fechamento da conta final no estabelecimento. Alguns restaurantes oferecem um cancelamento reembolsável com 48h de antecedência, mas é bom se organizar para evitar perder dinheiro – eu, por exemplo, precisei pagar R1500 quando reservei o Luke Dale-Roberts em Joanesburgo, imagina o prejuízo se não tivesse ido?
Supermercados
Alugou apartamento ou quer só comprar umas coisinhas para deixar na bolsa?
Os mais fáceis de encontrar são o Spar, Pick and Pay e o Woolworths, uma loja enorme de departamento que também vende comida.
Moeda
A moeda nacional é o Rand (abrevia-se R ou ZAR).
Numa conversão simples, R$1,00 = R4,00 (2018).
Rands | Mandelas por toda parte
Visto e imigração
Brasileiros podem permanecer por 90 dias no país sem necessidade de visto prévio. São indispensáveis o passaporte válido e o Certificado de Vacinação da Febre Amarela.
Clique aqui para saber como fazer seu Certificado Internacional de Vacinação.
Aeroporto
O aeroporto Internacional OR Tambo (JNB) é onde tudo acontece e muito provavelmente você terá que passar por ele, seja para viajar dentro da África do Sul ou para outros países do sudeste africano. É considerado o Aeroporto mais seguros do mundo – eles checam mesmo os documentos e informações umas 10 vezes entre o check-in e o avião – e por sorte tem uma ótima estrutura de restaurantes, salas VIP e hotel, caso sua conexão seja longa.
Para saber mais sobre esse e outros aeroportos na África, clique aqui
Também passei pelo Aeroporto de Cape Town (CPT) rapidamente e pelo Aeroporto de Hoedspruit (HDS) na região do Kruger – que na verdade é um aeroporto militar e o menor que já pousei na vida!
Onde ficar
Passei por várias hospedagens durante o mês, foram elas:
Voice Map: Guia de várias atrações não só na África, mas no mundo todo. Você baixa a atração e pode ir ouvindo a história do lugar, dos quadros (se estiver no museu) e por aí vai.
Fly SAA: Comprei todas as passagens pela South Africa Airways. Eles vendem também de companhias parceiras por um preço mais em conta. Ex: Mango e South Africa Express
Dineplan: A maioria dos restaurantes usam o Dineplan para fazer reservas.
Culture Trip: Ótima fonte de pesquisa de coisas não-óbvias para fazer, lugares para visitar e bons restaurantes para se aventurar.
My MTN: Usei o chip da MTN (não recomendo), mas vale para qualquer operadora que você escolher.
E alguns dos que sempre uso:
App in the Air: Sincroniza todas as informações da sua viagem na mesma interface. Algumas funcionalidades são pagas.
Google Trips: A mesma função do App in the air, mas totalmente gratuito. Uso os dois porque apesar do App in the air ser mais completo, às vezes ele não sincroniza.
Em absolutamente todas as casas/hotéis que fiquei, o interruptor da luz do banheiro fica do lado externo.
A tomada é modelo três pinos e a voltagem é 220v.
Assim como no Brasil, há flanelinhas ajudando você a estacionar na rua em troca de gorjeta.
Os vendedores de souvenir – especialmente em Joanesburgo – são extremamente insistentes, e às vezes até vão sair te perseguindo até você olhar a barraca/produto deles.
O país tem 11 línguas oficiais e todo mundo (que conheci) fala ao menos três.
Nem sempre você entenderá o inglês deles – o sotaque é forte.
Uma das heranças da colonização inglesa, é a direção do lado direito. O mais estranho é o fato que as faixas são sempre ao contrário também – facilitando atropelamentos já que estamos sempre esperando o carro vir do lado contrário.
Apesar de Joanesburgo ser a maior cidade do país com quase 4 milhões de habitantes, ela não é a capital. Na verdade, a África do Sul tem três capitais: Pretória (capital administrativa), Cidade do Cabo (capital legislativa) e Bloemfontein (capital judiciária).