:: Aproveitei o último feriado e viajei a Minas Gerais para passar 5 dias e 4 noites curtindo o melhor da capital mineira e seu entorno. Neste último post, conto como foi visitar Inhotim, o maior museu a céu aberto do mundo. ::
Inhotim é um daqueles lugares que você tem que ir antes de morrer. Sério. Se você não tem ideia do que eu estou falando, trata-se APENAS do maior museu a céu aberto do mundo – e um dos maiores de arte contemporânea.
A história do lugar é magica: uma antiga fazenda, onde o seu proprietário, apaixonado por arte e com um belo acervo de arte contemporânea, resolveu dar vida a uma ideia: construir naquela propriedade, um misto de parque e museu. Pode parecer ambicioso, mas o plano deu muito certo.
Curiosidade: O nome Inhotim surge da abreviação de Timot (Tim) – um aristocrata inglês que vivia na área – e o prefixo Nhô (usado como referência a “Senhor” no dialeto local.
Como chegar
Distante apenas 45km de nova Lima – região metropolitana de BH onde me hospedei (leia mais aqui), o jeito mais fácil de chegar é alugando um carro. A viagem dura cerca de uma hora e meia, devido à estrada bem sinuosa.
Para quem está mochilando, uma ótima opção é contratar o transfer do próprio Instituto que sai de BH (do hotel Holiday Inn ou da Rodoviária). A empresa responsável é a Saritur e custa R$66 (ida e volta).
Onde ficar
A cidade de Brumadinho, onde Inhotim está localizado, é pequena e tem uma crescente infra-estrutura hoteleira. Na minha primeira vez por lá, fui sozinha e me hospedei no único hostel que encontrei, o Hostel 70, e fui super bem recebida (a dona foi até me buscar no Aeroporto de Confins por R$50).
Para quem viaja acompanhado e quer mais conforto, a melhor opção é se hospedar em BH. Desta vez fiquei em Nova Lima, que é distante do Centro de BH, mas mais próxima de Brumadinho.
Quem quer passar mais de um dia na cidade, pode optar por ficar em uma das pousadas parceiras na região (veja aqui).
Onde comer
Inhotim tem dois restaurantes (Tamboril e Oiticica) e um café (Café do Teatro). Além de uns quiosques na entrada. Recomendo levar lanchinhos para fazer durante o dia (talvez até um “mini piquenique” na grama) e utilizar o serviço local apenas a refeição principal. Meu restaurante preferido é o Tamboril, um dos mais centrais, localizado no setor amarelo. O serviço funciona através de buffet e inclui sobremesa por R$79. Já o Oiticica é um restaurante self-service com um preço mais em conta: R$43/ Kg.
Dica: tente chegar no restaurante o mais cedo possível, costuma encher e as filas são desanimadoras. Sem falar que ninguém quer perder muito tempo no restaurante quando se tem toda Inhotim para conhecer
O que fazer
A visita ao Instituto pode ter um viés artístico ou botânico, isso porque além de museu, a propriedade é considerada um Jardim Botânico.
Museu de Arte Contemporânea
Não precisa ser nenhum grande conhecedor de arte para contemplar o acervo de Inhotim. Como já diz o nome, trata-se de um museu de arte contemporânea, logo esqueça todo aquele conceito de arte estática que você ouviu falar antes. Aqui, as obras são feitas não só para serem vistas, mas sentidas, cheiradas, tocadas… Há uma aproximação clara entre o público e o artista, que deixa tudo mais leve.
O acervo está disposto pelo parque e por galerias e existem inúmeros percursos a serem feitos (vide mapa abaixo). Obviamente eu sugiro que se veja tudo, mas como cada um tem seu tempo, se tiver que escolher recomendo sem pestanejar as galerias da Adriana Varejão e do Tunga.
Primeiro piso da galeria da Adriana VarejãoLogo na entrada: Oiticica pelo caminhoNarcissus Garden: Obra da estrelada artista japonesa Yayoi Kusama
Jardim Botânico
Uma coisa que pouca gente sabe é que além de Museu, Inhotim também é considerado um Jardim Botânico. Isso porque são mais de cinco mil espécies, devidamente identificadas e de maneira intencionalmente posicionadas.
O paisagismo é maravilhoso!
Da cor da água à disposição das plantas: tudo milimetricamente pensado!
Dica: Não esqueça seu chapéu, protetor solar e garrafinha de água (há bebedouros espalhados pelo Instituto para refil).
Inhotim é super democrático e recebe bem todos os públicos-alvo. Eu amo esse vídeo da Lu Ferreira que levou a filha para passear por lá:
Quanto tempo
Para olhar tudo com bastante calma, serão necessários ao menos 3 dias. Mas, se você não tem todo esse tempo disponível, separe ao menos um dia no seu roteiro para a visita a Inhotim.
Visitas guiadas: Diariamente são oferecidas visitas guiadas temáticas dentro do Instituto. Basta se informar na recepção – as vagas são limitadas.
Informações adicionais:
Horário de funcionamento:
Terça a sexta-feira: 9h30 às 16h30
Sábado, domingo e feriado: 9h30 às 17h30
Ingressos:
Terça, quinta, sexta, sábado, domingo e feriado: R$ 44,00 (inteira)
Quarta-feira (exceto feriado): entrada gratuita*
Fechado às segundas-feiras
A cidade é cheia de eventos, e tantas opções, sempre frequentes, podem te deixar interessado e fazer você programar tudo rapidinho… mas também tem vezes que vamos deixando para depois e, quando realmente buscamos os ingressos, descobrimos que o espetáculo saiu de cartaz.
(Sério, preciso ter certeza de que não acontece somente comigo…)
Vou listar três opções diferentes e fazer você oficializar o programa!
LÉS MISERABLES
imagem: Divulgação
A história clássica, baseada na obra do escritor Victor Hugo, retorna à São Paulo, desta vez em versão que segue os moldes da adaptação mais recente da peça, lançada em Londres em 2010.
Super envolvente, difícil não conhecer (ou pelo menos reconhecer) algumas canções que embalam este musical histórico. Clássico é clássico.
Tive a oportunidade de assistir recentemente e a montagem é linda, mas para mim, o mais incrível é ter uma orquestra completa tocando por 3 horas (sim, 3 horas!) no decorrer da história. De arrepiar.
RENATO RUSSO – O MUSICAL
Imagem: Divulgação
Curta temporada, o espetáculo estreou no começo deste mês fica em cartaz somente até outubro (se gostou, corre, outubro é logo ali!), e é baseado em depoimentos, reportagens, entrevistas, livros e imagens.
Paralelamente, o MIS, Museu da Imagem e do Som, iniciou a exposição Renato Russo também neste mês, e a junção destes dois eventos pode ser bem interessante para fãs do artista, de sua música, de música em geral e curiosos. Esta, por sua vez, pode ser visitada até janeiro de 2018.
CANTANDO NA CHUVA
Imagem: Divulgação
O filme clássico é adaptado ao teatro e é uma forma de celebrar seus 65 anos de estreia. Com muitos efeitos técnicos especiais e chuva (sim, muita água), promete ser bem realizado e divertido. Em cartaz a pouco tempo, pode ser visto até novembro deste ano.
Minha formação em arquitetura não deixou escapar a paixão por bom design.
Há quem ache decorar uma ação fútil, mas não se engane, os princípios do design e da decoração de qualquer ambiente (necessário, vamos ser realistas, não se vive apenas entre quatro paredes) é proporcionar conforto, bem-estar, praticidade e atender às necessidades diárias da vida. O bom design não é apenas belo, mas também bom realizador de sua ação proposta. Se algum objeto, de qualquer porte, não executa bem a sua tarefa, gera resíduos, se desmonta, não é fácil de manusear, e outros aspectos similares, ele acaba sendo um produto ruim, por mais lindo que seja.
Nem sempre bom design é acessível, sei muito bem disto. Nos últimos anos, grandes lojas de móveis e decoração se instalaram no Brasil com a proposta de aproximar o consumidor deste setor, afirmando reunir bons preços à qualidade.
Na minha opinião, apesar de realmente construírem uma cultura que valoriza e adquire design, estas marcas também são responsáveis pela “padronização” da estética e do visual e tudo parece ter a mesma “cara”. Com o tempo, sinto que nossos espaços ficam se industrializando, se copiando, não tendo mais identidade nem personalidade.
Cada lar tem que ter o seu jeito, seguir seu estilo, e mudar junto com você e com os outros moradores. Buscar identidade na vida deve refletir também no ambiente em que vivemos, por mais que você passe boa parte do tempo fora, a casa deve ser uma extensão de quem vive nela.
Tem coisa mais linda que ter louças e outras peças antigas, e herdadas da família, que pertenceram a outras épocas, foram usadas em celebrações, ou até mesmo no dia-a-dia na casa da avó? Lembro-me sempre das xícaras e pratos alaranjados com desenhos geométricos (dos anos 70, eu acho) que minha avó usava para nos servir o lanche da tarde em sua casa. A licoreira rosê que ela guardava na cristaleira também nunca passou despercebida, e pouco tempo atrás fui saber que foi um presente de seu casamento celebrado nos anos 40.
Mesmo que você não tenha objetos com este valor histórico e sentimental, é uma delícia ir atrás de itens únicos, como estes que mencionei, em antiquários, feiras de antiguidades, e até mesmo comprar itens que você goste e cultivar sua própria história. É assim que tudo sempre começa, não é mesmo?
Para esta missão, resolvi ir atrás de lojas que pudessem vender itens especiais, criativos e que criassem raízes e memória. Não foi tão difícil assim, e listo aqui TRÊS lugares para você ir visitar na cidade e dar aquela “garimpada” gostosa:
COLLECTOR 55
Super descolada, a loja começou apenas online (e realiza um bom serviço neste ramo), mas pode ser deliciosamente visitada na sua unidade em Pinheiros. Uma pequena casa tem os itens expostos nas paredes, prateleiras, mesas e cestos, e aposto que a delicadeza das louças, as estampas das almofadas e mantas, e a rusticidade estilosa de outros itens vão fazer você curtir.
LOJA MOD
Também pequenina, esta loja fica no térreo de um edifício em Higienópolis, em frente a uma das laterais do Parque Buenos Aires (delícia!), e agrega, com muito jeitinho, muitos objetos e mobiliários de pequeno porte. Você roda, roda e roda a loja, querendo tudo, é sempre muito tentador.
LOJA WESTWING
A versão física da tão famosa Westwing chegou a São Paulo a um tempinho, e é uma espécie de “recorte” de tudo que a marca comercializa online. Você deve conhecer o sistema de campanhas que eles realizam no site, como uma espécie de grupo de produtos, em pequenas quantidades (meio que exclusivos), e a loja segue esta mesma linha. Tudo parece irresistível, mas nem sempre muito acessível. Em um grande espaço, a loja cria ambientes, como em uma casa, e expõe os produtos coerentes com cada canto, desde grandes móveis a objetos de cozinha e decoração.
No local também ocorrem atividades gratuitas e eventos aos clientes, como workshops e oficinas. Para participar é só ficar atento nas redes sociais.
New York City é uma das minhas cidades preferidas no mundo. Por sua localização estratégica, muita gente passa por lá em conexão e quer aproveitar o máximo da cidade em pouco tempo.
Na minha última ida à cidade em 2016 fiquei apenas dois dias – cheguei sábado às 6h e saí às 21h do domingo – e consegui fazer muita coisa (e ainda dormir bem) durante a minha estadia.
A viagem
Voei direto de São Paulo (GRU) a NYC (JFK), numa rota que dura quase dez horas. Como tanto a ida quanto a volta foram feitos em voos noturnos em business class, economizei com hotel e consegui dormir bem. De qualquer forma, acho importante considerar o cansaço, já que para a maioria das pessoas não é tão fácil dormir em aviões.
Clima
O clima é um fator super importante a se considerar na hora de planejar a sua ida a NYC. As temperaturas só são realmente agradáveis (acima de 20 graus) durante julho e setembro. Nos meses de inverno (dezembro a março), a sensação térmica pode chegar a -20 graus Celsius. Quando fui no começo de março, as temperaturas oscilavam entre 0 e 5 graus.
Locomoção
NYC é uma das poucas cidades dos Estados Unidos que tem um transporte público eficiente. A malha metroviária é extensa e eficiente e comprando o metrocard, você faz várias viagens por um preço bem razoável.
A Laura Peruchi tem uma série ótima de como utilizar o metrô.
Como não saí muito da região que estava, fiz praticamente tudo andando e peguei duas curtas corridas de táxi em Manhattan e uma mais longa, até o JFK na volta ao Brasil (estava super atrasada, então não quis arriscar o metrô).
Saindo do aeroporto
No JFK tem um metrô chamado AirTrain, que usei para ir a Manhattan, com direção à Jamaica Station, desembarcando na estação 57, a mais próxima do meu hotel. No vídeo abaixo, a Laura conta com mais detalhes o funcionamento:
Do aeroporto também dá para utilizar serviços de shuttle, táxi e Uber.
Onde se hospedar
Para quem não planeja ficar muito tempo, mas que dormirá na cidade, minha dica é ficar o mais central possível, evitando assim o uso de transportes e otimizando o tempo.
Passei a minha única noite no Park Central, que fica na sétima avenida com a 56, perfeito para andar até a quinta avenida ou até o Central Park.
O hotel é super confortável e apesar de não incluir café da manhã, não faltam opções de restaurantes ao redor, como o Starbucks que fica ao lado da entrada. Como não tem frigobar no quarto, sugiro que não se compre nada que necessite de refrigeração.
Diárias a partir de R$600
O que fazer
O que não falta é coisa para fazer em NYC, principalmente quando o assunto é cultura e gastronomia. Acho importante ter em mente qual roteiro você quer fazer, pensando se é a sua primeira vez na cidade, se quer focar nos pontos turísticos, etc. No meu caso, fiz algumas coisas clássicas que ainda não tinha feito – tipo, ir a Times Square e subir no Empire States, combinadas com alguns programas mais relax, sem sair muito da região onde estava hospedada.
Se você tem mais tempo, sugiro muito dar um pulo também em Chelsea e em Williansburg, no Brooklyn.
Dia 1: Sábado
Café da manhã no Norma’s:Depois de quase dez horas de voo, metrô para chegar no hotel e um frio de zero graus (mais de trinta graus de diferença da temperatura que estava em São Paulo), merecia um café da manhã dos deuses, e o Norma não fez feio. Dentro do Le Parker Meridien, o restaurante serve café da manhã e almoço e olha, comi tanto que só fui lembrar de ter fome lá pelo fim da tarde, rs.
Garçom, mais comida por favor? @Norma’s
MoMA: Localizado entre a quinta e a sexta avenida, e pertinho do meu hotel, o Museu de Arte Moderna de NY é um prato cheio para os admiradores de arte contemporânea. Com um acervo super bacana, sempre tem mostras interessantíssimas acontecendo e performances agendadas, além de um calendário de cursos imperdíveis. Entre um andar e outro, aproveite para tomar um cafezinho no restaurante do segundo piso e não deixe de visitar a lojinha na saída.
Warhol no MoMA
La Bonne Soupe: Depois de subir e descer os andares do MoMA, voltei para o hotel, tirei um cochilo e fui “almojantar” no La Bonne Soupe. O lugar, confesso que me surpreendeu. De estilo bistrô, com preços bem interessantes, achei no Foursquare enquanto procurava uma recomendação de pratos quentinhos e substanciosos. Comi sopa, salada e pãezinhos e tomei um suco por menos de US$30, ou seja, vale a pena.
Empire State Building: Começo de noite e por que não ter uma vista privilegiada de NY? Do octogésimo sexto andar, são tantas luzes e tanto prédio, que é aquela hora que a gente se toca que realmente está na Big Apple. É o observatório a céu aberto mais alto de NYC e nem preciso dizer que um dos pontos turísticos mais concorridos, né?
Do observatório do Empire State
Quinta Avenida – Já que estava por ali, para ir ao Empire State, aproveitei para dar uma caminhada nesta que é uma das principais ruas de NYC, pegar um bagel em um dos cafés, tirar algumas fotos e visitar uma das minhas farmácias preferidas no mundo, a Duane Reade.
Times Square – E depois de tentar (sem sucesso), tickets com desconto para espetáculos na Broadway, continuei batendo mais perna, desta vez pela Times Square, tirando fotos e mais fotos e claro, dando um pulinho na loja da M&M para comprar um montão de docinhos.
Dia 2: Domingo
Brunch no Boathouse: Uma vez nos EUA, uma das experiências que recomendo a todo turista, é experimentar o tradicional brunch aos finais de semana. Localizado dentro do Central Park, a vista é de tirar o fôlego, e a comida, de comer rezando. É bem mais barato que o Norma’s, porém igualmente delicioso.
Típico brunch aos domingos no Boathouse
Central Park: Se você está indo a NYC pela primeira ou pela décima vez, sempre acho que ir ao Central Park é imperdível. Amo ficar lá, andando, sem fazer nada. Ou comprar um café, sentar e ficar observando a movimentação… Eu nunca canso! E sem falar que é uma das poucas coisas que se pode fazer gratuitamente. Acho que só não recomendo ir ao Central Park nos meses de inverno, caso contrário, não deixe de passar por lá.
MET: Um dos mais impressionantes museus do mundo, o Metropolitan tem um acervo incomparável. A ala de História Antiga, principalmente grega, é de morrer de amores. E a arquitetura do lugar não faz feio. Com certeza é um lugar que merece mais tempo, mas para quem, assim como eu, ama arte, tem que ir em algum momento da vida.
História Antiga no MET
Per Se: E para encerrar o fim de semana em NYC, fui jantar no famoso restaurante comandando pelo chefe Thomas Keller. O Per Se é um restaurante americano que usa técnicas da cozinha francesa em um menu de nove passos (com opção vegetariana). Com três estrelas Michellin, é considerado um dos melhores do mundo e reservas são mandatórias. Com certeza, uma experiência inesquecível (US$375/ por pessoa).
Columbus Circle, vista da janela do Per Se
Para ler mais sobre os Estados Unidos, clique aqui
:: Estive em Córdoba, Argentina, semana passada e vou dividir as dicas em dois post: a cidade e as serras (hello, Eça de Queirós, haha) ::
Para ler na íntegra a segunda parte desse post, clique aqui.
A cidade
Com quase 1,5 milhões de habitantes, Córdoba é a segunda maior cidade da Argentina e capital da Província homônima. Apesar do tamanho, não espere Buenos Aires. De cunho bem mais intimista, a região foi marcada pelo domínio jesuítico a partir do fim do século XVI, mais especificamente da Ordem Religiosa Companhia de Jesus, que esteve presente também em outros pontos da América com intuito da catequização, por meio da fé e do saber.
Igrejas por todas as partesArquitetura cheia de história
Como chegar
Localizada a 700km de Buenos Aires, Córdoba fica bem no meio do caminho entre a capital da Argentina e Mendoza. É uma parada estratégica se você estiver viajando de carro pela Argentina.
Se não, saindo do Brasil você pode voar sem conexões partindo do Rio de Janeiro ou São Paulo.
Rio de Janeiro: GOL ou Aerolíneas Argentinas
São Paulo: LATAM.
Voos com conexão costumam ser mais baratos e geralmente a escala é em Buenos Aires.
Clima
Tende a ser extremo: muito quente e chuvoso no verão e muito frio e seco no inverno [com possibilidade de neve]. Por sofrer influência das correntes do Pacífico e da Antártica, venta bastante o ano inteiro.
Durante a minha estadia (começo de julho), a temperatura esteve entre 8 e 16 graus, com uma leve (e atípica) garoa.
O povo
Por ser uma cidade universitária (a Universidade mais antiga da Argentina e uma das mais antigas da América Latina – UNC – fica aqui), é uma cidade jovem. Apesar da empatia da maioria dos locais, senti deveras hostilidade dos serviços locais (garçons, staff do hotel e turismo no geral).
Transporte
Não experimentei o transporte público na cidade, mas ouvi dizer que as linhas de ônibus atendem bem a locomoção.
Taxi funciona bem, UBER ainda não chegou à cidade.
Onde ficar
Centro x Nueva Cordoba: Cordoba tem dois “centros hoteleiros” principais, que são os bairros de Nueva Cordoba e o Centro.
Apesar de ser mais bonitinho, tranquilo e com bons restaurantes, eu não recomendaria Nueva Cordoba para quem está indo pela primeira vez. Isso porque, a maioria das atrações turísticas está no centro e arredores, ou seja, se hospedando no Centro você faz quase tudo a pé e só pega táxi quando quiser ir jantar em um bairro mais afastado.
Windsor Hotel & Tower
Passei duas noites no Windsor, por ser central e ter todos os serviços de um hotel de luxo.
Localizado num casarão antigo a 200m da Plaza San Martin, marco da cidade e início do roteiro turístico clássico, o Windsor desponta (de acordo com o TripAdvisor) como uma das melhores opções de hospedagem na cidade.
Porém, ao chegarmos já nos deparamos com a primeira má-notícia em Córdoba: Após o check-in, subimos para o quarto e não conseguimos passar mais de 2 minutos lá dentro. O quarto 114 era todo de carpete e parecia que tinha morrido alguém lá dentro de tão horrível que estava o cheiro. Voltamos à recepção e trocamos nosso quarto sem problemas – apesar da antipatia do staff. Meu namorado criou a teoria que eles oferecem esse quarto a todos que chegam para ver que vai ficar no “quarto zuado” hahaha.
O quarto – dessa vez o definitivo – era dividido em antessala, com mesa de jantar, frigobar e sofá-cama, banheiro e quarto. No quarto, cama confortável, armários com roupões, e um serviço até então inédito para mim: concierge de travesseiros. Sim, eles deixam na cama dois modelos de travesseiros e um menu com mais 5 tipos e, caso você não se adapte com os modelos na cama, pode ligar sem custo e solicitar um outro modelo.
Quanto ao que era oferecido pelo hotel, o básico: Concierge, estacionamento, wifi, piscina, restaurante/bar e academia. Acredito que de todos os serviços do hotel, o mais interessante é o restaurante/room service. O restaurante do hotel, o Sibaris, é considerado o melhor do Centro e um dos melhores de Córdoba. Pedi room service no dia que cheguei e na noite seguinte, jantei no restaurante e em ambas as situações a comida estava maravilhosa (e com opções para celíacos e vegetarianos – algo extremamente difícil de achar na Argentina).
Vale lembrar que o Windsor é um hotel de 4, e não 5 estrelas.
Diárias a partir de R$370,00
Quorum Hotel & SPA
Minha estadia no Quorum foi de última hora: A LATAM me fez perder o voo e precisei passar mais uma noite na cidade. Esse é o hotel mais próximo do Aeroporto (aproximadamente 1,5km) e tem uma ótima infraestrutura (diga-se de passagem, melhor que a do Windsor). Ainda que esteja localizado no meio do nada, tem um Centro Empresarial ao lado, com lanchonete, restaurante e caixa eletrônico. Dentro do hotel, além de uma área de golf e tênis, tem também academia, piscina, spa e restaurante. Usei o spa e os preços eram bem atrativos e o serviço muito bom. No restaurante, o café da manhã era bem servido e o jantar também (embora tenha pedido uma salada que estava estranha). Quanto ao quarto, apesar de localizado no térreo, o nível de ruído foi baixíssimo e a cama super confortável. O banheiro era ENORME!
Diárias a partir de R$460,00
O que fazer
Plaza San Martin: Cartão-postal da cidade, a praça leva o nome do General San Martin, um dos líderes da independência de países latinos (Argentina, Chile e Peru) contra a Espanha. Aqui você encontra também a Catedral de Córdoba, o Cabildo e ponto de partida do ônibus de turismo (leia mais abaixo).
City Tour: Saindo da Plaza San Martin num trajeto de aproximadamente 1h30 com duas paradas curtas, o ônibus de turismo modelo inglês da década de 60 acompanha um guia com explicações durante a viagem. Infelizmente, não há audioguia ou tradução para outro idioma, inviabilizando o entendimento de estrangeiros. Também não gostei muito da parte que não se pode descer e pegar o ônibus em outro ponto, então não sei se faria de novo.
Catedral de Córdoba: Imponente Igreja localizada na Plaza San Martin, datada do começo do século XVIII e com estilo neoclássico, carrega diversas heranças dos jesuítas à cidade.
A presença dos jesuítas na região de Córdoba entre os séculos XVI e XVIII deixou muita história, e claro, diversas Igrejas. Não consegui visitar todas, mas existe um Circuito Jesuítico que lista todas as Instituições a serem visitas na Capital e arredores. Clique aqui para saber mais (em espanhol).
Cabildo de Córdoba: Cabildos eram prédios com iniciativas públicas e o de Córdoba funcionou como sede do Governo e como sede da Polícia. O prédio colonial do século XVII hoje funciona como museu (gratuito) e Centro de Informações Turísticas.
Calle Peatonal: Primeira rua fechada para pedestres da Argentina, atravessa o centro com diversas lojas de roupas, calçados, presentes e restaurantes. Ah, e claro, como toda boa rua do Centro: muita gente (aqui vale o aviso: cuidado com bolsa, carteira, dinheiro e celular!).
Manzana Jesuítica: Parte do Complexo Jesuítico de Córdoba, a Manzana é uma imponente construção em estilo barroco e neoclássica, datada do século XIX e declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2000.
Mercado de la Ciudad: Mercado público no Centro com produtos locais. Ótima parada para conhecer mais de alguns produtos típicos da culinária argentina.
Casa Naranja: Centro Cultural de iniciativa privada da operadora Naranja, que realiza ampla programação gratuita de artes.
Campus da Universidade Nacional de Córdoba: Fundada no século XV, A UNC é a Universidade mais antiga da Argentina e uma das mais antigas da América do Sul. Se pode conhecer mais da história por meio dos tours que eles disponibilizam em espanhol e em inglês.
Parque Sarmiento: Toda cidade que se preze tem um belo parque para chamar de seu, e em Córdoba não é diferente. Com muito verde, rosedais e largos artificiais, teve paisagismo assinado por Carlos Thays e é um ótimo passeio em dias mais quentes.
Nueva Cordoba: Bairro onde fica a sede da UNC e onde muitos estudantes elegeram para chamar de casa. Por ser um bairro jovem, tem muitas opções de entretenimento noturna e bons restaurantes, formando com seu vizinho, o bairro Guemes, um pólo gastronômico.
Onde comer
Como fiquei pouco tempo na cidade, acabei não visitando todos os locais que gostaria. Fiz duas refeições no próprio restaurante do hotel, em um café (que não me lembro o nome) e a última no Gran Vidreo.
Sibaris: Restaurante do hotel Windsor (onde fiquei) e eleito o melhor da região central, o cardápio é variado com muitas carnes e algumas opções de massas. A carta de vinho também é bem interessante. O preço é alto, mas vale a pena.
Gran Vidreo: Dentro de uma galeria de arte, esse restaurante tem um cardápio voltado pra alimentação saudável e com MUITA opção vegetariana. O preço é OK para quem mora em São Paulo, mas acho que acima da média em Córdoba.
Almoço e cafezinho na Galeria Gran Vidreo
Queria ter ido:
El papagayo: Restaurante mais sofisticado em Nueva Cordoba e que dificilmente se consegue uma mesa, é protagonista na renovação do bairro e da gastronomia local. O menu é degustação e variado – dependendo da época e dos produtos da estação.
Gordó: Instalado na Galeria Barrio, o ponto alto aqui é o vinho. Extenso menu com diversas harmonizações. Como aqui em casa somos grande apreciadores da enogastronomia, ficamos bem interessados e só não fomos porque na noite que teríamos livres, o frio tomou conta da cidade e era inviável sair.
Tribeca: No bairro Guemes, uma espécie de Vila Madalena cordobesa, o Tribeca é uma destilaria que também oferece bons petiscos, música e um belo bar.
Percepção geral
Córdoba apesar de linda e cheia de história não me cativou tanto. Não sei se voltaria sem propósito, só para turistar. Por outro lado, a cidade é ponto de partida para as Serras, que são das paisagens mais lindas da Argentina e, muitas vezes, desconhecidas dos brasileiros.
Custo geral: $$(barato)
Para ler mais dicas quentes sobre a Argentina, clique aqui.
A Avenida Paulista, muito mencionada sempre quando se fala da cidade de São Paulo, pode parecer muito grande e não ser bem aproveitada por quem deseja passear por lá.
Com a mistura de muito trabalho, lazer e cultura, pode-se até dizer que é um dos pontos turísticos mais paulistanos exatamente por integrar estes três elementos – que são marcos da identidade da capital – de forma tão natural e harmônica.
Em qualquer momento do dia, a Avenida, que conecta diversas regiões, estará repleta de movimento, nas calçadas, nas ruas, na ciclovia e nas lojas. A dica é curtir o agito, diurno e noturno, percorrendo à pé, admirando edifícios, parques, museus e galerias.
Apaixonada por este trecho da cidade (apesar de muitos considerarem clichê), admiro a união entre história, arquitetura, arte e espaço público que se faz tão presente no local.
Sempre com atrações especiais e novidades para serem exploradas, é um desafio definir apenas alguns pontos, mas para otimizar (e diferenciar) seu passeio, listo TRÊS DICAS de lugares que merecem estar na sua programação quando vier conhecer a Avenida Paulista:
MASP – Museu de Arte de São Paulo
Para muitos, símbolo mais marcante da Avenida por sua imponência, beleza e charme. Sua história e arquitetura se mesclam e propõem ao visitante uma experiência completa: desbravar e ocupar o espaço público, e entreter e educar pela arte exposta.
Com um acervo próprio e exposições temporárias, a visita é especial não só pelos diversos andares, mas também pela vista privilegiada e livraria.
Antes ou depois, reserve um tempinho para curtir o vão livre do Masp, um dos espaços mais democráticos da cidade, capaz de nos fazer sentir grandiosos e parte viva da cidade.
Café, restaurante e loja também podem completar seu passeio.
LIVRARIA CULTURA – Conjunto Nacional
Dentro de um edifício multifuncional, a livraria ocupa grande espaço da galeria térrea, e é um ambiente muito agradável e aconchegante. A estrutura e decoração são incríveis e nos convidam à percorrer os pavimentos e corredores em busca de muitos livros, podendo sentar em qualquer cantinho e iniciar a leitura. Fique à vontade, conheça o café e aproveita algumas horinhas gostosas por lá.
PARQUE TRIANON
Um respiro no meio da “selva de pedra”, o terreno, de quase 50 mil m² é ocupado por uma vegetação densa de Mata Atlântica e repleta de espécies exóticas e animais silvestres. Curioso saber que um lugar assim existe no meio de um espaço tão urbano, não é?
Aproveite toda esta natureza inesperada para fazer uma pausa tranquila, respirar um ar puro e relaxar um pouquinho antes de seguir seu caminho.
Terça-feira – Domingo 10h às 18h (Bilheteria aberta até 17h30)
Quinta-feira 10h às 20hs (Bilheteria aberta até 19h30)
Ingressos: R$ 30,00 (Gratuito às terças-feiras).
LIVRARIA CULTURA
Avenida Paulista, 2073
Segunda-feira – Sábado 9h às 22h / Domingo e Feriado 11h às 20h
PARQUE TRIANON
Avenida Paulista, altura nº 1500
Aberto todos os dias 6h30 às 17h30
Está visitando a Avenida Paulista num domingo? Tem post sobre a Paulista Aberta, uma iniciativa da Prefeitura para incentivar o pedestre e humanizar a cidade. Clique aqui e saiba mais.
Não sei se você reparou, mas o início do mês de Julho trouxe muita calmaria para a cidade. Pelo o que dizem, a razão são as férias escolares. Se são, ou não, menos carros, e pessoas, circulando no dia-a-dia eu não sei, mas que qualquer passeio fica mais gostoso, isso fica. Que tal aproveitar esta maré calma e fazer alguns programas bem bacanas?
“MODOS DE VER O BRASIL”
Pavilhão OCA, Parque do Ibirapuera
“O visitante vai encontrar um panorama da arte no Brasil. Vai poder entender um pouco mais da história dos próprios brasileiros a partir da arte”, segundo Paulo Herkenhoff, curador da mostra.
A exposição reúne trabalhos de artistas modernos e contemporâneos: 750 obras foram selecionadas num acervo de mais de 15 mil pertencentes ao Instituto Itaú Cultural.
Se você não conhece o edifício, não perca esta chance! Os quatro andares podem ser percorridos e admirados junto às obras. Inaugurado em 1954, em celebração aos 400 anos da cidade de São Paulo, o Pavilhão é mais um grande projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, e retrato de seus traços curvos, suaves e harmoniosos.
“Não é uma exposição para iniciados, para entendidos, é uma exposição para curiosos, para aquele que quer entender um pouco mais da produção artística e quer compreender melhor a história da arte realizada no Brasil”, explica Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.
Avenida Pedro Álvarez Cabral, Portão 3
Em cartaz até 13 de agosto/2017
Terça a Domingo, das 9h às 18h
Entrada Gratuita
“O IMPRESSIONISMO E O BRASIL”
MAM – Museu de Arte Moderna, Parque do Ibirapuera
Destacando 70 obras produzidas de 1860 até 1930, a exposição enfatiza o artista Renoir, um dos percursores do impressionismo na França.
Uma linha do tempo apresenta aos visitantes a trajetória desta escola de arte no Brasil e no mundo. Destacam-se o impacto do intercâmbio artístico entre Rio de Janeiro e França e a importância da comercialização de novas tintas e demais materiais, permitindo que o objetivo dos artistas impressionistas fosse melhor alcançado.
Avenida Pedro Álvarez Cabral, Portão 3
Em cartaz até 27 de agosto/2017
Terça a Domingo, das 10h às 18h
Entrada R$ 6,00 / Gratuito aos Sábados
“TOULOUSE LAUTREC – EM VERMELHO”
MASP – Museu de Arte de São Paulo
O museu apresenta a mais ampla exposição dedicada ao artista Henri de Toulouse Lautrec, um dos mais importantes na virada do século 19, momento marcante para a arte moderna. Reunindo toda a sua produção, estão presentes obras desde seus primeiros anos, na década de 1880, até sua morte: 75 obras e 50 documentos.
A reunião dos trabalhos dá destaque a uma grande variedade de personagens: burgueses, boêmios, trabalhadores, dançarinas e demais artistas que habitavam Paris e que fizeram parte do vínculo afetivo e artístico de Toulouse Lautrec.
(Dica esperta: No mês de Julho, o museu notificou que estará também aberto às Segundas-feiras).
Avenida Paulista, 1578
Em cartaz até 1º de outubro/2017
Terça, Quarta, Sexta, Sábado e Domingo, das 10h às 18h / Quinta, das 10h às 20h
No mês passado foi aberto um novo super espaço que integra cultura, artes, gastronomia, tecnologia, informação e atividades ao público. Combinação incrível, não é? São Paulo é privilegiada por ser a primeira cidade a receber a JAPAN HOUSE(unidades em Londres e Los Angeles serão inauguradas ao final de 2017 e 2018, respectivamente).
O edifício, que chamou atenção (pelo menos a minha!) durante todo o seu período de construção, foi projetado pelo arquiteto Kengo Kuma. A fachada é composta por peças de madeira encaixadas umas nas outras, dando origem a uma trama sem o uso de nenhum prego ou parafuso. Por si só uma obra a ser admirada, está localizada no início da Avenida Paulista, e é mais um presente para a cidade.
Fachada impressionante projetada por Kengo Kuma
Os três pavimentos abrigam café, loja com produtos “Made in Japan”, biblioteca, jardim, área para exposições, salas para palestras, aulas reuniões e workshops, e restaurante do chef Jun Sakamoto.
Criado e financiado pelo governo japonês, o espaço surge para promover elementos genuínos da cultura japonesa para a comunidade internacional. Segundo a página virtual do projeto, deseja-se proporcionar “um intercâmbio intelectual entre Japão e o resto do mundo, capaz de produzir grandes oportunidades e atrair visitantes para novas experiências e atividades”.
A enorme comunidade japonesa que migrou a São Paulo e seus descendentes, são responsáveis por muitos aspectos da diversidade desta cidade e é com muita alegria que temos que receber uma instalação como esta. Na avenida mais paulista de todas, a Japan House chega para agregar ainda mais conhecimento e informações sobre a cultura milenar deste povo.
Como costuma acontecer por aqui, toda novidade vem acompanhada de muito interesse, movimento e filas. Se o desejo é visitar com mais tranquilidade, a sugestão é aguardar a passagem da onda de euforia.
Detalhe da obra de Chikuunsai Tanabe na exposição de abertura “Bambu – Histórias de um Japão
Avenida Paulista, 52 – Bairro Paraíso
Terça a Sábado, das 10h às 22h / Domingos e feriados, das 10h às 18h (Confira no site os horários específicos de cada setor e programação).
Você sabia que aos domingos a Avenida Paulista é aberta apenas para pedestres? Que tal aproveitar para visitar a Japan House? Clique aqui e saiba mais!
Como chegar: A melhor opção é através do transporte público: diversas linhas de ônibus passam por lá e está bem próximo da Estação Brigadeiro do Metrô (Linha 2 – Verde).
Fim de semana chegando e com as temperaturas amenas de outono, a gente só quer saber de ficar perambulando por aí, ainda mais quando o fim de semana chega.
A Avenida Paulista, cartão postal de São Paulo e primeira parada de praticamente todos os turistas, está aberta desde 2015 – mesmo período que foi entregue a ciclovia que atravessa a avenida. O projeto se concretizou na gestão no antigo prefeito Fernando Haddad e só formalizou um pedido antigo de grande parte da população. Existem até alguns movimentos que seguem na luta para manter a avenida aberta aos domingos.
A ideia principal de fechar o tráfego de carros é humanizar mais a cidade, integrando a população que pode caminhar ou andar de bike e lembra um pouco o movimento que já acontece em outras cidades, como no Rio de Janeiro.
Se você tem um domingo livre mas não sabe muito bem por onde começar, aqui vão algumas sugestões.
Como já dizia a velha piada, a Paulista começa no Paraíso e termina na Consolação. Descendo na Estação Paraíso, a primeira coisa a ser avistada é a Catedral Nossa Senhora do Paraíso, sede episcopal da Eparquia Melquita de São Paulo da Igreja Greco-Católica no Brasil.
Seguindo, a primeira parada, logo ao lado do Shopping Paulista é a Japan House. Recém inaugurado, o centro cultural traz atrações sobre a cultura japonesa e além de exposições, tem biblioteca, restaurante, café e algumas pop up stores, tudo isso num prédio lindão projetado pelo arquiteto Kengo Kuma.
Japan House
Atravessando a rua está a Casa das Rosas, um complexo cultural com uma programação incrível – dê uma olhadinha no site para ver o que está acontecendo agora – e com um café delicioso, o Caffè Ristoro. Pegue uma mesinha externa e desfrute do dia acompanhado com um docinho da patisserie.
Casa das Rosas
Andando ainda pelo mesmo lado da calçada, a poucos metros a frente, vê-se o Itaú Cultural.
Quer dar uma olhada em livros e eletrônicos? Só continuar andando e na mesma calçada você pode visitar a FNAC, que fica no subsolo.
Estátua viva
Bora atravessar a rua e curtir um cineminha? No prédio da Gazeta, além do Teatro, o cine Reserva Cultural tem o melhor do cinema alternativo.
Você chegou na estação Trianon MASP! Ótimo, quer ver uma exposição ou ir passear no parque? Quer fazer os dois? Dê um pulinho no MASP e assim que acabar a exposição, não deixe de conferir a feirinha de antiguidades que acontece sempre no vão livre. Atravesse a rua e aproveite uma paz no meio da Paulista: é o Parque Trianon. Aos domingos, diversas barracas ainda vendem diversas comidas em frente ao parque!
MASP
Achou que era o único parque na região? Se enganou! Poucos passos a frente, está o Parque Mario Covas, um pouco menor que o Trianon mas igualmente agradável para uma uma voltinha aos domingos. Essa também é uma ótima sugestão se você estiver passeando com o pet.
Está em dúvida se quer assistir um show, ir ao teatro ou a mais uma exposição? A FIESP tem tudo isso e mais um pouco! Cada domingo, uma programação musical diferente que acontece em frente ao prédio, além de exposições no primeiro andar e no subsolo, teatro e claro, um bom cafezinho, dessa vez na Patisserie Douce France.
Importante: A Estação Paulista, não fica na Paulista como o nome sugere e sim, na Consolação. Já a Estação Consolação, essa sim, está na Paulista (na altura do número 2000).
Andando mais um pouquinho você chegará na Estação Consolação, a última da Paulista. Por lá o agito é garantido! De um lado da avenida, a Rua Augusta, point dos descolados da cidade com inumeras atrações culturais, restaurantes, bares e baladas, do outro, o Jardins. O metro quadrado mais caro da cidade, além de luxuosas residências, tem opções de restaurantes que não acaba mais. Por ali você também verá o Conjunto Nacional que abriga uma das maiores livrarias do país, a Livraria Cultura; o Instituto Cervantes, centro de ensino de língua espanhola que sempre traz alguma programação especial aberta ao público e mais ao fim da Paulista, o Caixa Belas Artes, um cinema super antigo e que é conhecido pelos eventos super originais, como o Noitão, que traz temas diversos durante a madrugada de sexta-feira.
Spotify: Passeando por São Paulo e quer uma trilha sonora? Clica aqui para ouvir a nossa playlist exclusiva 🙂
Ufa! Quanta coisa! Se você não sabe por onde começar, tem um resumão abaixo! Faça a sua listinha e boa diversão!
Resumindo…
Arte e Cultura
Japan House – Endereço: Av. Paulista, 52 – Telefone: (11) 3090-8900
Casa das Rosas – Grátis – Av. Paulista, 37, Paraíso (próximo à estação Brigadeiro do metrô) – (11) 3285-6986.
Reserva Cultural – Av. Paulista, 900 – Cerqueira Cesar (entre as estações Trianon e Brigadeiro do metrô) – (11) 3287-3529
Itaú Cultural – Grátis – Av. Paulista, 149 – Bela Vista (próximo à estação Brigadeiro do metrô) – (11) 2168-1700.
MASP – R$ 15 (meia-entrada para estudantes) ; grátis para menores de 10 anos e idosos. – Av. Paulista, 1578 – Cerqueira César (em frente à estação Trianon-MASP do metrô) – (11) 3251-5644.
Tem um dia livre para curtir a cidade? Na minha opinião, não é preciso ser turista para se interessar por explorar uma região nova! Ainda mais em São Paulo! Por aqui, além de muitas áreas bacanas para serem conhecidas, toda hora surge algo novo ou reformulado que chama atenção.
Mas por conta do tamanho de Sampa, e para fazer render seu tempo livre, é importante mapear bem a área a ser visitada e definir os pontos a serem conhecidos levando em consideração deslocamento, horários de funcionamento e distâncias. Minha sugestão neste caso, e em demais grandes cidades que você for conhecer, é destinar um período (manhã, tarde ou noite) ou o dia inteiro para uma determinada região. Desta forma, você se descola uma única vez para o local e tira o maior proveito possível de lá.
Neste post, hoje, vou direcioná-lo a como aproveitar o Bairro Bom Retiro.
Além de ser uma das regiões comerciais mais importantes da cidade, o bairro é carregado de história. A dica é já dar início ao passeio usando o transporte público e acessando a área pela Estação da Luz. A construção, toda inspirada e com peças vindas da Inglaterra, é deslumbrante e repleto de detalhes artísticos na infraestrutura.
Logo em frente, como já mencionada algumas vezes neste blog, está localizada a Pinacoteca de São Paulo, o museu mais antigo da cidade. Aberto ao público das 10h às 18h, frequentar cedo pode garantir mais tempo e tranquilidade para circular pelas instalações.
Se desejar almoçar, você pode optar por conhecer um dos restaurantes gregos mais tradicionais da cidade. O Acrópoles, inaugurado em 1959, é uma casa pequenina e com decoração simples, mas sempre cheio de clientes apaixonados e comida autêntica e boa. Um dos charmes é fazer seu pedido direto para a equipe da cozinha: vá até aos fundos e escolha a delícia grega através de uma vitrine envidraçada. Aos fins de semana, por ter poucas mesas, a fila é grande e a espera exige um pouco de paciência.
Outro grande destaque é ceder algum tempo para conhecer as ruas de comércio de roupas: a mais famosa é a Rua José Paulino, mas nas ruas perpendiculares também são encontradas boas ofertas. Sede de muitas fábricas, as peças comercializadas por lá foram, por muitos anos, destinadas aos logistas através do atacado. Com o passar do tempo, a venda varejo começou a ganhar espaço, mas muitos ainda pensam que por lá os preços baratos representam má qualidade. Mas não vamos generalizar! Sim, como em todo comércio, a oferta é variada e é necessário atenção e bom senso ao comprar. Um ponto negativo ainda praticado em grande parte das lojas é não permitir a prova de roupas, dando como alternativa, em alguns casos, testar as peças por cima de suas próprias roupas.
Se estiver com apetite para um lanche da tarde, vale a pena conhecer a Casa Búlgara e os salgados típicos preparados pela proprietária imigrante e sua filha desde 1976. A especialidade é a bureka, uma espécie de rosquinha de massa folhada recheada (os sabores tradicionais são: queijo búlgaro – preparado na matriz, espinafre com queijo e carne com berinjela).
Para preencher seu dia com mais atrações, que tal conhecer o Sesc Bom Retiro? A dica é conferir as atrações com antecedência, muitas vezes gratuitas ou com preços camaradas, e se programar. Cinema, teatro, exposições, apresentações musicais e aulas interativas podem estar disponíveis.
Minha primeira vez em Madrid foi tão rápida (2 dias) que aproveitei só um pouco de tudo que a capital espanhola tem para oferecer. Mesmo faltando muita coisa legal, o que vi foi suficiente para me encantar pela cidade! E é bom ficar com um gostinho de quero mais, porque aí você tem voltar.
Para quem quiser fazer um “intensivão” pela cidade, para dar conta de ver tudo que importa, acredito que uns 4 a 5 dias, pelo menos, são necessários.
Mas vamos ao que interessa, as melhores atrações desse roteiro corrido.
Museu do Prado
Toda vez que eu pegava os livros de Artes ou História na escola e via aqueles lindos quadros que ilustravam as explicações, eu reparava que boa parte deles trazia na legenda a indicação “Museu do Prado, Madri, Espanha”. Eu então pensava: “esse museu deve ser o melhor do mundo, e deve ser enorme para caber todos esses quadros!”.
É por isso que o Prado foi uma das visitas programadas no roteiro. Fui na manhã do primeiro dia na cidade, e o museu foi a primeira parada. O ingresso custa 15 euros, justos, na minha opinião. O dia que fui havia pouca fila para comprar, talvez porque era inverno, uma época em que o turismo não é tão forte na cidade (mas mesmo assim tem bastante movimento!).
Devo ter passado umas 3 horas percorrendo os corredores do museu, e não foi suficiente. Algumas salas ficaram de fora. Imagino que as pessoas fiquem muitas horas no Prado, já que há vários bancos espalhados pelo museu para você se recarregar enquanto vai de uma sala a outra.
Além de ver os mais renomados quadros dos mais renomados pintores, foi possível admirar diversos estudantes de Artes que reproduziam as pinturas em suas telas enquanto os transeuntes admiravam cada uma delas (a original, na parede, e a cópia, em desenvolvimento).
Dica: quem preferir visitar o museu de graça, pode optar pelo final do horário de funcionamento, quando não é necessário pagar nada para entrar (seg. a sexta das 18h às 20h e domingos e feriados das 17h às 19h).
Parque do Retiro
Esse é outro local em que você gasta facilmente uma infinidade de horas, principalmente nos dias em que a temperatura estiver mais agradável. Há quiosques com opções de comida e bebida, e muitíssimo espaço para um belo piquenique.
O Parque do Retiro é enorme, com muito espaço para caminhar e praticar esportes, com vários lagos (inclusive um bem grande, onde dá para passear de barquinho).
Dentro do parque há dois museus: o belíssimo Palácio de Cristal, que abriga exposições temporárias e gratuitas, e o Palácio de Velázquez, que abriga exposições também temporárias, mas as curadas pelo Museu Reina Sofia. A entrada é gratuita.
Palácio Cristal
Puerta del Sol
O centro de Madrid é genial! Diversos edifícios de arquitetura belíssima, muitos lugares para comer, lojas de souvenirs e todas as lojas de departamentos mais legais da Espanha, como El Corte Inglés, H&M, Zara, Primark etc.
É nas imediações do metrô Puerta del Sol que o agito é maior, principalmente após às 20h, quando as pessoas começam a sair do trabalho. Os espanhóis têm o costume muito forte de passar no bar com os amigos, parceiros, até com os filhos, após o expediente.
Em grandes cidades, como Madrid e Barcelona, as lojas costumam ficar abertas até às 22h, principalmente no verão, e tudo contribui para um ambiente movimentado e cosmopolita.
Após as comprinhas pelas lojas do centro, vale a pena passar no Museu do Jamón, que fica por essa região. Esse é um dos poucos restaurantes originalmente espanhóis no meio de tantos estabelecimentos comandados por chineses, e nele é possível pagar barato para fazer um programa obrigatório para qualquer pessoa que visite a Espanha: comer jamón e tomar vinho!
Museo del Jamon: parada gastronômica obrigatória!
Dica extra
Quem gosta de fazer compras e está se planejando para viajar à Espanha pode dar preferência à época das rebajas, que são as promoções (as de inverno são em jan/fev, e as de verão em agosto). Os preços diminuem de verdade e você acha roupa em loja boa por 1 euro!
“É o maior e mais bem sucedido evento de arte pública no mundo.”
É assim que a CowParade Brasil se apresenta na página oficial. Em sua 10ª edição, ela retorna a São Paulo com a temática “Uma viagem pelo mundo” – bem coerente com a ideia de celebrar o aniversário de uma década do evento.
Desta vez, artistas convidados usam a escultura da vaca como base para homenagear uma das 45 cidades onde já aconteceu a exposição.
Tudo começou com esculturas em formato de vaca produzidas pelo artista suíço Pascal Knapp, em 1998, com a intenção de provocar o riso. Em 2000, os direitos das esculturas foram comprados e surgiu a CowParade Holdings Inc. Mais de 5 mil esculturas foram criadas desde esta nova fase.
Como o próprio artista desejava desde o princípio, o divertimento e o riso são parceiros desta arte. Não dá para evitar dizer que encontrar com estas vaquinhas pela cidade é, no mínimo, inusitado. Muitas vezes, em outras edições, me perguntei o motivo da escolha deste animal e qual a relação dele com os temas e o público. Curiosamente, a resposta pode ser encontrada no próprio site da organização:
“Por que vacas? Há algo de mágico com a vaca. Ela representa coisas diferentes para pessoas diferentes ao redor do mundo: é sagrada, é histórica, mas o sentimento comum é de carinho. Ela simplesmente faz todos sorrirem.”
As vacas podem estar em três poses: em pé, pastando e repousando. Sua forma oferece ângulos e curvas que originam uma tela tridimensional única para os artistas.
São Paulo, a cidade amante da arte de rua, das intervenções e ocupações criativas, das cores e da integração de culturas, não podia deixar de receber esta exposição divertida e popular.
Ficou curioso? Desde o dia 26 de abril, espalhadas pela cidade, você tem a chance de encontrar algumas delas pelo caminho ou, se preferir, ir até seu encontro:
O título, meramente irônico, serve para ilustrar como me senti quando descobri que iria para o Texas. A primeira coisa que pensei, foi de fato, nos Cowboys, e só reforcei essa ideia quando, ainda na imigração, respondi ao oficial que estava indo para San Antonio e ele, depois de um risinho soltou um “ye-haaa”.
Tinha exatos 8 dias – que não acho que foram tão bem divididos assim – para passar por 3 cidades: Austin, San Marcos e San Antonio.
Expectativa x realidade
Austin:
Com certeza uma das minhas cidades preferidos nos EUA! Minha expectativa, que já era alta, foi superada pelo pouco tempo que passei na cidade. Infelizmente, peguei um super frio, o que me desanima muito. A cidade é super arborizada e tem várias áreas abertas de lazer, como ciclovias e parques – o que me motiva muito a voltar no verão. É lá também que fica o campus da Universidade do Texas, uma das grandes Universidades americanas, e como acontece em toda cidade universitária, tem uma atmosfera super jovem e festeira. Em toda esquina você cruza algum barzinho ou restaurante, na sexta avenida (a Vila Madalena deles), vários bares agitam a vida noturna, e em qualquer buraco que você se meta, tem alguma música boa acontecendo (não importa se você tá no bar ou no mercado: a cidade é muito musical!). Não bastassem todos esses motivos, Austin também sedia o SXSW, um evento gigante que acontece todo ano em meados de março e junta tecnologia, business e cultura em diversos espaços pela cidade.
San Marcos
Passei apenas uma tarde na cidade e acabei parando por curiosidade, estava totalmente fora do meu roteiro original. Minha impressão? Até agora, melhor lugar para fazer compras nos EUA. Os outlets são tão maravilhosos e com preços tão atrativos como os da Florida, porém sem a muvuca dos arredores de Orlando. Se estiver passando por lá, pare.
San Antonio
Não sabia muito bem o que esperar de San Antonio além do Alamo, então tudo o que eu vi/fiz na cidade, foi novidade. Além de ser um lugar cheio de história, a cidade é linda e o povo, super solicito. Se tiver oportunidade de ir, vá. Acho que até 3 dias na cidade é suficiente.
Roteiro:
Dia 1 {sábado} – Chegada
Cheguei no Texas pelo Aeroporto de San Antonio, de Delta, mas saindo do Brasil existem vôos direto paras Dallas e Houston pela American. Optei descer em San Antonio porque era a cidade que ficaria mais tempo e na hora de voltar, seria mais prático. O voo atrasou super e acabei chegando pela noite e super cansada. Não deu ânimo de fazer nada além de pegar o carro e dirigir para Austin (pouco mais de uma hora de viagem). Em Austin, fiquei no Kimpton, num quarto no canto no nono andar, com uma vista mais do que privilegiada.
Dia 2 {domingo} – Austin + Lake Travis
Esse era o único dia inteiro que teria em Austin, e por isso, tentei extrair o máximo da cidade. Confesso que a temperatura tava desanimadora (que chegou a -2C). Ainda assim, acordei animada, tomei café no restaurante do próprio hotel, o Geraldine’s, e parti em rumo à primeira parada: o Graffiti Park.
Café da manhã do Geraldine’s
Dica: Se você se hospedar no Kimpton, o restaurante à noite funciona como bar e tem música ao vivo de qualidade praticamente todos os dias – na noite anterior, uma banda de jazz tinha tocado. O atendimento é ótimo e a comida é maravilhosa. Imperdível.
O Graffiti Park é um museu a céu aberto, onde os grafites são feitos pelos visitantes. Fica numa área meio escondidinha e apesar de ser uma visita rápida, vale a pena para tirar fotos.
Dica: Se quiser deixar sua marca nas paredes do Grafitti Park, não se esqueça de levar tinta em spray. O lugar é super democrático e qualquer um pode interagir com as paredes.
Depois da rápida parada para fotos no Grafitti Park, incluí no roteiro um passeio que não planejava, mas que é clássico e vale super a pena: o Capitólio
O Capitólio é a sede do governo no Texas, e é o segundo maior dos EUA (perdendo somente para o de Washington!). O lugar é lindo (tanto a área externa quanto o interior do prédio) e nos primeiros andares funcionam como um museu, com imagens e história de todo mundo que passou por ali (como George W Bush, que governou o Estado de 1995 a 2000).
Amo visitar campus e achei que seria uma boa, já que além de tudo, era fim de semana e o último das férias escolares, o que deixaria tudo bem mais calmo para a minha visita.
E por fim, um pulinho para visitar o Blantom Museum of Art (que fica dentro da Universidade) e tomar um cafezinho – já que acabei pulando o almoço.
Foto: Blanton Museum of Art
Dica: Se você tiver um tempinho, do outro lado da rua está o Bullock, um museu da história do Texas e que parecer ser super interessante. Infelizmente não consegui ir, mas diversos amigos americanos me recomendaram esse passeio.
De lá, arrisquei fazer uma viagem para os arredores de Austin (que durou cerca de uma hora) e fui até o condado de Travis, visitar o famoso Lake Travis, um reservatório formado pelo Rio Colorado, o maior rio do Texas e o décimo oitavo maior dos EUA.
Durante o verão, acontecem várias atividades no lago, mas como neste dia estava extremamente frio, só consegui mesmo tirar umas fotos e ir embora. A entrada custou U$10.
Lake Travis
O lugar é lindo, mas se você, assim como eu, estiver atrás apenas de um cenário bonito para as fotos, sugiro que você pare em algum restaurante ou morro da região, ao invés e de pagar para ir até o lago.
Saindo de lá, fui almoçar no The Oasis, que fica bem em cima do lago e tem uma vista maravilhosa. O restaurante é mexicano, então se você, assim como eu, não tem muita tolerância para pimenta, é bom avisá-los: pouca pimenta ainda vai ser muita pimenta, e no Texas, eles levam esse negócio de pimenta mais a sério que em qualquer outro lugar dos EUA.
Hora de pegar a estrada de volta pra Downtown e como já era noite, uma paradinha no Whole Foods. Além de ser meu supermercado preferido no mundo, a unidade que fica no Lamar Blvd (entre a 5th e a 6th avenida) foi a primeira dos EUA. Sim, o Whole Foods nasceu em Austin! O mercado é enorme e além de todas as opções naturebas, tem vários corners que funcionam como restaurantes e dá pra comer por lá ou pedir para levar. Fui no restaurante asiático e pedi um lamen para viagem e foi um dos melhores que comi na vida.
Foto: Whole Foods Market
Já sem coragem e morrendo de frio, terminei minha noite comendo meu lamen, embaixo do cobertor no hotel.
Dia 3 {segunda} – Outlets de San Marcos
Depois de acordar e tomar uma café da manhã reforçado no Cenote’s (uns 5 minutos andando a partir do hotel), hora de fazer check-out e partir para San Antonio.
Mas antes, uma paradinha em San Marcos!
San Marcos é uma cidadezinha que fica exatamente no meio do caminho entre Austin e San Antonio e que, apesar do tamanho, aparece quase todo ano listada em alguma publicação importante como uma das melhores cidades para se viver nos EUA.
Acabei não conhecendo a cidade porque passei o dia nos Outlets (Premium Outlets e Tanger, um em frente ao outro).
Photo: Premium Outlets
Já cheia de sacolas, segui viagem para San Antonio.
Até quinta-feira fiquei hospedada no Hyatt Regency, uma espécie de hotel fazenda, que fica a uns 20km do centro da cidade.
Dia 4 {terça-feira}, dia 5{quarta-feira}, dia 6 {quinta-feira} – Rancho em San Antonio
Interessante a experiência de ficar 4 dias em um Rancho no Texas. Nestes dias, fiquei trabalhando no hotel, onde dividi meu tempo em: trabalho, dormir, comer e ficar no spa, haha. Fiz todos os possíveis tratamentos no spa! O lugar é uma delícia e tem parque aquático, 3 restaurantes (um deles estava em reforma quando estive lá), lojinhas, trilhas pelo hotel, quadra de golfe e…spa (rs).
Mesmo que longe do centro, a uma curta distância de carro dá para encontrar os clássicos americanos, como Walgreen’s, Target, etc. Como gastei minha cota (e paciência em compras nos Outlets), tirei esses dias para aproveitar o hotel.
Dica: No verão, as opções de diversão são muito maiores. No hotel, por exemplo, o complexo aquático estava fechado no inverno. Outra atração ali pertinho, o SeaWorld, também não abre no inverno.
Dia 6 {sexta-feira} – Downtown San Antonio
Foto: Site Oficial
Hora de fazer as malas, deixar o rancho pra trás e conhecer San Antonio de verdade. Migrei para o Hotel Contessa, que fica na River Walk e que foi por onde comecei o passeio.
River Walk
A River Walk é uma região que fica à margem do rio (por isso, esse nome) cheia de lojinhas, hotéis e restaurantes. Após uma curta caminhada, estávamos no Alamo.
Alamo
O Alamo, que hoje funciona como museu, foi o local de uma das expedições missionárias que aconteceram na região e que, no século XIX presenciou uma tomada mexicana que dizimou milhares de soldados e que culminou com a independência do Texas, que até então fazia parte do México. É um passeio indispensável para entender um pouco da anexação do Texas aos Estados Unidos.
Como parte da minha adoração por arranha-céus, saindo do Alamo dei uma caminhada até o Tower of Americas.
Tower of Americas
Não achei imperdível, mas a minha sugestão caso você queira muito fazer, é deixar para o fim da tarde, já que além de ver o pôr do sol, dá para jantar no restaurante que fica no último andar.
Voltando para a River Walk, comecei a noite no passeio de barco.
O passeio dura mais ou menos uns quarenta minutos e custa U$10. Apesar de acompanhar um guia que faz a narração, achei bem complicado entender o que ele estava falando por causa do barulho nos arredores. De qualquer forma, super recomendo.
E por fim, já morta com farofa, fui para o restaurante do hotel comer maravilhosos nhoques (porque nhoque a gente come em qualquer lugar do mundo) e dormir.
Dia 7 {sábado}: Volta ao Brasil
Dia de correr para o Dunkin Donuts para um rápido café da manhã e preparar a volta ao Brasil. Partindo de San Antonio, tive uma conexão em Atlanta e 9h depois, cá estava em São Paulo!
Importante!
Clima: Não se engane quando alguém falar que não faz frio no Texas. De dezembro a fevereiro faz frio sim, especialmente em Austin. Em San Antonio a temperatura esteve agradável na maior parte do tempo (entre 15 e 22 graus Celsius). Quanto ao verão, não posso afirmar, mas já ouvi que é um calor insuportavelmente quente. Se puder, assim como em qualquer lugar do mundo, tente viajar em estações amenas (primavera/outono).
Mais um detalhe que me chamou atenção foi a alta de pólen no período que estive por lá, no fim do inverno. Nunca tinha sentido isso, mas é uma alergia eterna. Se você, assim como eu também é cheio dos ites, muito provavelmente não se adaptará muito bem a esse período.
Transporte: Não pesquisei muito sobre transporte público, mas acho que ter um carro alugado é a opção mais viável, principalmente se você quiser viajar entre as cidades. Vale ficar atento que em Austin, o Uber foi suspenso. Então, o jeito vai ser pegar táxi. Em San Antonio, ficando na Downtown dá para fazer tudo a pé.
Comida: Como em todas as grandes capitais, as opções de alimentação são bem democráticas, mas vale ficar atento às opções em cidades menores do Texas que oferecem basicamente comida Tex-Mex, que para muita gente é maravilhosa, mas eu odiei, rs. Em Austin a oferta era ótima, inclusive com opções vegetarianas em quase todos os lugares.
Segunda feira é mundialmente o dia menos esperado e querido por todos, certo? As justificativas mais comuns talvez sejam: começo da semana, retorno às atividades de trabalho/estudos, preguiça, sono, saudades do fim de semana…
Mas fato é que toda semana tem que começar, e as segundas-feiras são fortes o bastante pra aguentar o tranco! Mas já parou pra pensar quantas vezes você conseguiu tornar este dia indesejado mais gostoso? Algumas vezes ele coincide com um feriado e você aproveita um dia extra de folga, outras vezes expande sua mini viagem de fim de semana para retornar para casa com mais calma, e a tal segundona se torna menos desagradável, não é mesmo?
Os mini feriados que estão acontecendo neste semestre me fez parar para pensar nos visitantes que podem estar circulando pela cidade e terem as segundas-feiras livres. Na maioria das vezes, quando programo uma viagem, fico receosa quanto ao que programar de passeios para este dia da semana. Além de universalmente rejeitado, é também comum em muitos lugares ser o dia de fechamento de restaurantes e museus.
São Paulo é uma cidade cheia de acontecimentos, mas já parou para pensar que este padrão também se repete por aqui, em muitos estabelecimentos?
Está montando seu roteiro de viagem? Fique atento: vou reunir aqui algumas atividades que podem ser incluídas na programação das segundas-feiras para quem esta de passeio pela cidade. (E se você for um morador paulistano de nascença, ou apenas de coração, que tal tentar fazer alguma destas coisas um dia desses? De vez em quando é bom sair da rotina e dar uma chance para a Segunda ser tão legal quanto a Sexta!).
Inusitadamente, o museu de arte mais antigo da cidade, passou a funcionar de Quarta a Segunda, das 10h às 17h30 (com permanência até às 18h).
Com ênfase na produção brasileira de artes visuais do século XIX até a contemporaneidade, a visita vale tanto pelas exposições e significativo acerco (quase 10 mil obras!) quanto pelo edifício – construído no final do século XIX para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, foi amplamente reformado pelo premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha no final dos anos de 1990.
Com audioguia gratuito, e em três idiomas (português, inglês e espanhol), o museu convida seus ouvintes a um roteiro proposto, com duração aproximada de 1h30, ou permite acompanhar livremente as obras que mais lhe interessarem.
Fonte: Site oficial
MUSEU LASAR SEGALL – Abre as Segundas-Feiras e gratuito!
O museu, idealizado pela esposa do artista, está instalado na antiga residência e ateliê que o próprio habitou. Aberto para visitas de Quarta a Segunda, das 11h às 19h.
Em 1985 foi incorporado à Fundação Nacional Pró-Memória, integrando o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus-Ministério da Cultura).
O espaço reúne um acervo grandioso do artista, desde obras originais do artista, mobiliários, documentos e fotografias. Além disto, atua como centro cultural, realizando visitas monitoradas, cursos de gravura, fotografia, criação literária, projeção de cinema e dispõe de uma enorme biblioteca.
Se você estiver pelo Centro, por ter ido à Pinacoteca, aproveite para visitar mais ao redor. Como disse, a Estação da Luz é linda e, apesar das obras de reconstrução da estação e do Museu da Língua Portuguesa após o incêndio, ainda há muito o que se ver e se encantar por lá. Logo ali ao lado temos a Estação de trem Júlio Prestes, ainda em funcionamento pela CPTM, e antiga Estação da Estrada de Ferro Sorocabana, do período áureo do café – hoje sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
As visitas devem ser pré-agendadas por telefone ou e-mail, mas com certeza, a vantagem de ir neste dia é aproveitar o passeio com menos movimento e mais calma para conhecer e apreciar o espaço.
O acompanhamento de um guia também é maravilhoso! Aproveite para saber tudo sobre este patrimônio histórico e marco da cidade, o processo de restauro e revitalização realizado nas últimas décadas e o projeto de adequação do local para a construção da Sala de Concertos – listada entre as melhores do mundo – sua acústica e estrutura.
Até pouco tempo atrás, ao pensar em cinema visualizávamos apenas as grandes salas que se instalaram nos muitos Shoppings Centers da cidade, certo? Mas por muito tempo não foi assim: a maioria das salas estava presente em estabelecimentos térreos, nos grandes centros comerciais ou galerias.
Nos últimos anos, depois de alguns acontecimentos pontuais, pudemos observar o retorno de algumas salas quase extintas e o resgate da magia e charme de ir assistir a um filme em cinema de rua, com grandes letreiros, posters iluminados e pipoqueiro na porta.
Para muitos paulistanos, o Caixa Belas Artes é um dos primeiros pontos que vem à cabeça. Primeiramente denominado “Cine Belas Artes” foi inaugurado em 1967 e sua programação alternativa, mesclando filmes de diversas nacionalidades, desde mais artísticos, clássicos à produções contemporâneas, se consolidou como um dos pontos de encontro intelectual e artístico mais importantes da cidade.
Em 2011, ao ser fechado, o movimento popular contra o fechamento da casa foi criado e fortalecido pelas mãos de moradores da cidade, cinéfilos e clientes, coletando mais de 90 mil assinaturas e representando a maior mobilização já ocorrida no Brasil em defesa de um patrimônio cultural. Mas esta linda história não teve um final feliz tão rápido… mesmo com esta ação bem sucedida, não foi possível adiar o encerramento das atividades. Em 2013 houve o tombamento da fachada do cinema pelo Patrimônio Histórico Estadual, e apenas em 2014 a Prefeitura da Cidade de São Paulo, junto à Caixa Econômica Federal, viabilizaram a reabertura do clássico, e amado, cinema de rua.
Não tem como não querer visitar o espaço depois de saber toda esta história de amor e luta, não é mesmo?
Todas as instalações foram reformadas e atualizadas, dando origem a um espaço muito confortável e agradável. Aproveite para também tomar um café, acompanhar a passagem apressada dos pedestres pela Rua da Consolação e ser transportada para outros tempos.
CINESALA – Preço camarada & Parceria com descontos!
A Cinesala é a primeira unidade de um projeto que busca desenvolver cinemas especiais que recuperem, valorizem e promovam o encontro de pessoas em torno de ideias e cultura.
A reforma de um tradicional cinema de rua do bairro, existente desde 1962, valorizou a escala humana e os cuidados artesanal em receber as pessoas, resgatando a sensação nostálgica de ir ao cinema nas décadas passadas.
Em 2015 foi eleita a sala de cinema mais confortável, e pode-se dizer que isto ocorreu devido a um diferencial muito especial: os assentos variam entre poltronas, e sofás (individuais ou duplos). Estes últimos poderiam ser melhor chamados de camas. Sim, com leve inclinação para a região do pescoço e cabeça, você pode assistir aos filmes na maior comodidade possível. O máximo, não é?
São Paulo é conhecida como a “Terra da Garoa”, mas seria muito apropriado também chamá-la de “Terra da Comida Boa”, ´não é mesmo? Sabemos da variedade gastronômica que a cidade reúne, muito por conta da enorme parcela da população que é filha, neta e bisneta de imigrantes. Sem falar dos que próprios estrangeiros, mais recém-chegados aqui. Italianos, espanhóis, portugueses, japoneses, libaneses, chineses, coreanos…
Mas nem sempre comer bem significa comer barato. Em uma ação que vem sendo cada vez mais praticada em outros países, e ainda mais em períodos de crise, muitos restaurantes seguem a tendência e vem investindo na proposta de Menu Executivo para o almoço nos dias úteis da semana. Na minha opinião, é uma forma muito inteligente de atrair clientes para a casa em dias de menor movimento, quando o intervalo de almoço do trabalho não nos permite fazer refeições muito elaboradas e longas, mas ainda gostaríamos de comer algo especial, conhecer um espaço novo e não deixar o dia passar batido.
No geral, a proposta dos restaurantes é oferecer uma combinação de pratos – reunindo alguns itens como couvert ou entrada, prato principal, sobremesa ou bebida – a um preço fixo. Alguns podem ter uma lista fixa de opções ou uma combinação nova todo dia. O bacana para nós clientes é ter a chance de ter uma experiência nova a um valor acessível. Já para os restaurantes, a oportunidade de se apresentar e se tornarem atrativos para outras ocasiões, conquistando novos fregueses.
Curtir a comida boa de São Paulo, novos ambientes e tudo por um custo inferior ao comum é bom demais! Seguem alguns nomes de restaurantes bem avaliados que apresentam propostas assim:
Minha dica é sempre entrar em contato previamente com o restaurante pelo qual se interessou e se informar se é necessário fazer reserva, confirmar o preço e o horário em que a o Menu Executivo é servido.
Ingressos – Segundas-Feiras (exceto feriados): R$18,00 (inteira) e R$9,00 (meia).
*Segunda-feira do trabalhador (exceto feriados): apresentando um documento de trabalho (CTPS; holerite; comprovante de recolhimento do INSS; cartão de autônomo; carteira funcional; etc) o trabalhador paga meia-entrada.
Como chegar: Mais uma vez, use o transporte público: localizada quase na esquina da Avenida Paulista, está ao lado do acesso à Estação Paulista do Metrô (Linha 4-Amarela) e a 5 minutos à pé da Estação Consolação do Metrô (Linha 3-Verde).
Sofá Individual: R$32,00 (inteira) e R$16,00 (meia)
Sofá Duplo: R$62,00 (inteira) e R$31,00 (meia)
*Parceria Cinesala + Catraca Livre: Somente às Segundas-Feiras, ao comprar na bilheteria, mencione a parceria e pague preços especiais para cada uma das opções de assento (em qualquer sessão do dia).
Como chegar: Muito fácil usando o transporte público: localizada a 5 minutos à pé do acesso à Estação Fradique Coutinho do Metrô (Linha 4-Amarela).
Muitas são as teorias quanto à origem do grafite em São Paulo, mas não importa se você decide considerar a opinião dos acadêmicos ou as lendas urbanas, o fato é que esta forma de arte é vista na cidade desde os anos 80.
O debate sobre considerar o grafite arte ou vandalismo é antigo, mas constantemente presente para quem vive nos grandes centros urbanos. A pichação, comumente acompanhada de frases de protestos, insultos e assinaturas de gangues é considerada uma agressão degradante a paisagem. A distinção entre ela e o grafite é extremamente importante para a expansão do aceite e produção desta arte.
Pode-se dizer que a consolidação do grafite como produto artístico é reflexo do como cada gestão pública lida com estas intervenções urbanas. Para termos uma ideia de como o processo é longo e demorado, solicitações para realizar intervenções na avenida 23 de Maio eram feitas desde a administração de Jânio Quadros (1986-1989), mas foram somente autorizadas no fim da gestão de Fernando Haddad (2016).
Neste contexto de ilegalidades e permissões, temos que mencionar os eventos mais recentes: Em janeiro deste ano, como parte do programa “São Paulo Cidade Limpa”, o novo prefeito João Dória Jr. anunciou que seriam apagados os painéis presentes na avenida 23 de Maio. Nesta mesma ação, a Secretaria da Cultura de São Paulo afirmou que pretende criar uma área para a produção de murais, a ser chamado de “grafitódromo”. Segundo a mesma, a inspiração da proposta vem de Wynwood, um bairro em Miami que abriga diversos grafites e todo um esquema de comercialização de produtos licenciados para viabilizar o negócio.
Para o prefeito, assim como a arte fica nos museus, o grafite também deve ficar em “lugares adequados”. Em oposição, para o artista plástico Jaime Prades, a criação deste espaço específico constitui uma visão paternalista que impõe o que considera ‘certo’, logo, o grafite torna-se errado, tendo que ser contido e controlado.
Tem-se conhecimento de que os grafites, por estarem expostos à luz, chuva e demais fatores naturais, ou até mesmo serem danificados por ações humanas, devem passar por reparos e ajustes. Mas mesmo que em condições precárias, cobrir as obras com tinta cinza não parece a resposta mais correta.
É claro – e necessário – que este assunto seja ainda muito debatido, como muito já vem sendo desde o início das ações, por políticos, artistas e população local. Encontrar o equilíbrio entre a liberdade criativa, as leis e a expectativa dos moradores será um grande aliado para a prosperidade desta arte.
Mas toda essa conversa torna importante destacar um espaço que pode até vir ser chamado de “galeria à céu aberto”, ou Beco do Batman, como é mais conhecido. De surgimento espontâneo, entre vielas do bairro da Vila Madalena, zona Oeste da cidade, muros e paredes são cobertos por diversos desenhos e chamam a atenção dos paulistanos e turistas. Com uma pegada muito semelhante à região de Wynwood mencionada anteriormente, é parada obrigatória se você curte street art de verdade!
Ao que tudo indica, na década de 80, o desenho de um homem-morcego feito em uma das paredes incentivou estudantes de arte plásticas que moravam por lá a também registrarem seus trabalhos (Posteriormente até sendo usado como referência para o nome do local – Homem Morcego/Batman). Com influências cubistas e psicodélicas, os muros cinzas e sujos ficaram no passado.
O processo de renovação dos grafites chama a atenção e é exemplo de manutenção e ocupação de espaço público. A constante qualidade e rotatividade das obras atrai o público, que retorna com frequência para conferir as novidades. As disputadíssimas paredes são administradas pela comunidade e artistas, que sempre retocam ou renovam os desenhos, mantendo a qualidade e o charme.
Este passeio é melhor aproveitado sendo feito a pé. Podendo ser visitado todos os dias, a dica é programar para conhecê-lo entre segunda e sexta-feira, evitando os dias mais cheios, para apreciar os murais com mais calma. E não se esqueça: faça muitas fotos… Na sua próxima visita talvez os desenhos sejam outros!
Como chegar: Beco do Batman – Acesso pelas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque, Bairro Vila Madalena – São Paulo