Na maioria das vezes, costumo viajar sozinha ou com mais uma pessoa, mas no começo desse ano, recebi uma missão: planejar uma viagem de 20 dias pela América do Sul para minha família americana, que além de não falar uma palavra de português / espanhol, faria a primeira viagem para o hemisfério sul.
Devo confessar que na empolgação (afinal também viajaria junto), subestimei o desafio e verdade seja dita: foi mais complicado do que pensava.
Nosso roteiro:
A viagem começaria na cidade do Rio de Janeiro, onde nos encontraríamos, seguiria para Búzios, Foz de Iguaçu, Buenos Aires e Colonia Del Sacramento.
Cogitamos incluir o Chile, mas ficaria inviável para o curto tempo que teríamos disponivel.
Duração:
20 dias – Incluindo o tempo em trânsito.
O grupo:
6 pessoas, misto.
O que levar em conta:
Viajar em grupo sempre é mais complicado do que sozinho. É importante conhecer bem as preferências de cada um.
Muitas vezes, organizar uma viagem assim significa abrir mão dos próprios gostos. Eu por exemplo, fujo de lugares muito turísticos, mas não poderia não levar estrangeiros ao Cristo Redentor estando no Rio de Janeiro.
É importante confirmar e reconfirmar todos os passeios, voos e hotéis, já que imprevistos podem acontecer.
A homogeneidade do grupo: no nosso caso, por exemplo, temos duas idosas, impossibilitando programas noturnos muito longos ou negligenciand as pausas durante o dia.
Faça um roteiro que envolva todos (crianças, adultos e idosos).
Comida é um negócio sério: cheque todas as restrições alimentares.
Por fim: tente se divertir. Parece óbvio, mas quando se está a frente do planejamento de uma viagem, o estresse é tanto que às vezes parece ser impossível aproveitar também.
No momento, a viagem está em andamento e, obviamente, renderá bons posts.
No último fim de semana embarquei na minha primeira aventura balzaquiana: completar 30 anos em Maragogi (AL), o Caribe brasileiro.
Todos os anos faço o possível para passar o meu aniversário próxima à natureza. Morando em São Paulo, essa decisão é definitiva na hora de começar “meu ano novo particular” com o pé direto. Ano passado viajei às Chapadas dos Veadeiros e foi uma das experiências mais energizadoras da vida. Neste ano, só tinha certeza que queria estar próxima ao mar e o destino me levou a Maragogi, a estrelada cidade em Alagoas, mundialmente conhecida como o “Caribe Brasileiro”.
Praia particular para a aniversariante em Maragogi (AL)
Como chegar:
A 120 km de Recife e a 130 km de Maceió, Maragogi está a 2h de distância de ambas as capitais, não importando muito em qual aeroporto pousar. Para quem vai com mais tempo, recomendo descer em Recife, já que há mais opções culturais na capital pernambucana, assim como na vizinha, Olinda. E para quem só quer saber de praia, ainda dá para emendar com Carneiros e Porto de Galinhas. Uma última razão: o Aeroporto de Guararapes (Recife) oferece maior estrutura e mais voos, o que além de nos dar mais opções de horários, costuma também resultar em preços mais amigáveis.
A estrada entre Recife e Maragogi é a coisa mais linda!
Clima:
Assim como no resto do nordeste, o clima é de calor o ano inteiro! Se puder escolher, vá entre setembro e fevereiro, quando chove menos.
Na minha viagem, em meados de setembro, a temperatura variou entre 23 e 30 graus, mas a sensação térmica é agradável já que venta MUITO!
Onde ficar:
Contrariando todas as estatísticas que levam os turistas às Salinas de Maragogi, o melhor resort do Brasil, queria mesmo era começar meu ano novo longe de badalação e famílias, na maior calmaria possível.
E na busca do meu refúgio encontrei um hotel boutique dos mais intimistas onde já fiquei na vida: o Praiagogi. A descrição usada pelos donos como o menor hotel de charme de Alagoas, não deixa dúvidas: são apenas seis suítes, exclusiva para adultos e um aconchego tão grande que mais parece que você está em uma casa cercado de amigos e família.
Dica: A pousada é super popular entre casais em lua de mel!
Praiagogi: vista aérea
Logo na chegada, uma boa surpresa: fomos recebidos com espumante pela Fernanda, a dona da pousada, que gentilmente nos conduziu a todos os espaços da pousada, nos levou à praia, explicou sobre a maré e nos deixou no quarto já com um presente: uma garrafa de vinho e um cartão como cortesia ao meu aniversário.
E por falar em quarto: UAU! Parecia que tinha caído no Pinterest, rs. Pequeno, aconchegante, simples e super, mas super bem decorado.
Todos os espaços milimetricamente pensados: o banheiro ao fundo, separado por uma porta de vidro (não se preocupem, a privada fica totalmente isolada por uma parede de concreto ao canto), diversas fontes de iluminação – incluindo luzes embaixo da cama – e varanda com rede, separada pela porta azul turquesa linda de viver.
Coisa linda de viver essa porta!
Dentro do próprio quarto há também uma garrafa de água cortesia, uma máquina de Nespresso e diversas cápsulas (o consumo de duas delas são também cortesia), mini bar com bebidas cobradas à parte, TV/DVD e amenities L’Occitane.
Na área comum, há wi-fi gratuito, uma pequena biblioteca e DVDteca, piscina com borda infinita e muitas espreguiçadeiras.
Na varanda do quartoÁrea de lazer comum: livros e DVDs
Tudo isso com um restaurante incrível, ótimo atendimento e essa vista:
Recomendo MUITÍSSIMO a pousada para quem quer curtir o nordeste na maior paz e ser muitíssimo mimado por todo o staff!
Tanta exclusividade tem seu preço: os poucos quartos esgotam rapidamente! Recomendo fazer a reserva com a maior antecedência possível – para esse ano, por exemplo, eles já estão lotados!
Diárias a partir de R$760,00 (com café da manhã e jantar).
O que fazer
Galés de Maragogi
Maragogi é famosa pelas águas cristalinas e piscinas naturais. Grande parte do sucesso vem da maior formação de corais do brasil, as Galés. Esse com certeza é o passeio mais tradicional da região.
Imagem: Wikipedia
Ao lado da Praiagogi, sai um catamarã diariamente com direção às Galés, numa viagem que dura cerca de meia hora. Chegando lá, são mais uma hora, uma hora e meia de aproveitamento. Há aluguel de snorkel para quem quiser fazer.
Apesar de ser super popular, eu acabei não indo às Galés por várias razões:
Falta de tempo: tinha apenas dois dias e gastaria uma manhã apenas para visitar os corais
Os passeios acontecem quando a maré está bem baixa, o que em Alagoas significa estar no barco por volta das 7 da manhã!
Os barcos saem sempre lotados e se você não nada (meu caso), fica bem difícil conseguir uma boa foto
Dependendo da luminosidade e das chuvas, o mar não fica tão cristalino como vemos nas fotos. Como havia chovido bastante na semana anterior, o mar estava bem mais escuro do que o normal.
De qualquer forma, quero muito voltar com mais tempo para fazer a visita e quem estiver de malas prontas com destino à Alagoas, acho que vale a pena agendar. Os preços variam entre R$80 e R$150.
O que comer:
Generalizações são muito complicadas quando se fala em comida nordestina. Isso porque ainda que existam elementos comum, o Nordeste é composto por nove estados, cada um com sua singularidade.
A culinária no Alagoas é marcada pelos Frutos do Mar!
Risoto de frutos do mar do Restaurante Tuyn
Se estiver no nordeste não deixe de provar os clássicos:
Tapioca
Carne seca
Queijo de coalho
Bolo de rolo
Rapadura
Restaurante Tuyn
Como estávamos em uma praia privativa e sem a menor coragem de sair de lá, fizemos as refeições no restaurante da própria pousada, o Tuyn. Além da comodidade, o restaurante está classificado como um dos melhores de Maragogi e oferece várias opções sem lactose e vegetarianas.
Os pratos que pedimos foram:
Badejo com arroz e purê de banana
Risoto de Frutos do Mar
Risoto de Ervas
Pizza de mussarela de búfala, pesto e tomatinhos
Delícia de Morango
Muitos sucos e água de coco
Pizza com uma bela vista!
Tudo estava impecável!
Na noite do meu aniversário, ganhei de sobremesa um bolo de chocolate incrível! Nem gosto muito de chocolate, mas esse bolo estava tão bom que comi quase inteiro, rs.
Vale lembrar que o café da manhã e o jantar já estão inclusos na diária!
E o café da manhã é servido a qualquer hora: acordou, eles oferecem uma cesta de pães e bolos (acompanhado por manteiga, geleia, mel e frios), um prato de frutas e as bebidas e qualquer adicional são pedidos sem custo à la carte – Pedi tapioca, ovo mexido, suco e café.
Muito, muito pão no café da manhã, rs
E todos os dias no fim da tarde também é servido como cortesia um cafezinho com bolo.
:: Recentemente estive na Amazônia e publiquei as minhas impressões de como foi ficar hospedada em um hotel na selva. Viajei ao Pantanal em novembro/2016, mas acho que vale a pena um review para quem está procurando uma região no Brasil para se aventurar poder comparar as opções disponíveis::
Para ler sobre a experiência do Jungle Lodge na Amazônia, clique aqui.
O Pantanal
Maior planície inundável do planeta, o Pantanal tem 150.000 km²de área e se divide popularmente em Pantanal do norte e do sul, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, respectivamente. A biodiversidade é intensa, com alto número de répteis, peixes e aves.
Como chegar
O Aeroporto Internacional de Cuiabá recebe diariamente voos da Azul, Gol, Latam, Passaredo, Avianca e ASTA, vindos das principais capitais do Centro-Sul do Brasil.
Do aeroporto à região de Poconé, porta de entrada do Pantanal, são cerca de 130km (aproximadamente 3h) que podem ser percorridos de:
Transfer: Opção mais cômoda, porém cara. Quando estive no Araras, o transfer do hotel saia por R$223 por trecho/por pessoa, ou seja: praticamente R$1000,00 para um casal. Achei bem caro e por isso resolvemos alugar um carro, que é completamente inútil durante a estadia, já que todos os passeios são feitos com nas jardineiras do próprio hotel.
Carro alugado: Alugamos pela Localiza uma Renault Sandero por quatro dias e o valor total foi a metade do valor do transfer do hotel, além da vantagem de ter flexibilidade de horários. Recomendo FORTEMENTE que se alugue um carro alto e com tração 4×4 porque a estrada é bem precária. Para se ter uma ideia, mesmo com meu namorado sendo um excelente motorista, tivemos dois pneus furados, um deles na volta, e quase perdemos o voo!
Transpantaneira
A primeira parte dos atrativos da viagem pelo Pantanal começa na estrada. A Transpantaneira (ou MT-060) é uma longa reta não-asfaltada que vai de Poconé a Porto Jofre, tem 150km de distância e é um ótimo pólo de observação de animais. É incrível a quantidade de jacarés, andando tranquilamente por ali, pássaros passando baixinho e uma vegetação impressionante.
Muuuuuitos jacarés pela estrada
Quanto tempo
Viajei durante o feriado nacional de Proclamação da República (15/nov) e fiquei quatro dias e três noites no Pantanal e uma noite em Cuiabá.
Achei suficiente, não ficaria nem mais e nem menos.
Clima
Dividido entre seco (abril a setembro) e chuvoso (outubro a março) com temperaturas são altas durante todo o ano.
Mosquitos
Caso sua passagem pelo Pantanal seja no período de chuvas, é importante salientar que ocorre a proliferação de mosquitos nessa época. Nunca vi tantos mosquitos na minha vida – nem em Ilhabela. Use sempre blusa de manga comprida e calças largas e grossas (mulheres, não usem leggings: os mosquitos picam por cima de calças justas, JURO). Além de repelentes, usei tela de proteção para o rosto e camisa jeans todos os dias e ainda assim, voltei com muitas picadas. É altamente recomendável levar pomada antialérgica e antialérgico via oral.
O kit de sobrevivência na mata!
Onde ficar
Assim como comentei no post da Amazônia, ficar dentro da reserva ecológica que se visita faz toda a diferença no aproveitamento da viagem e por isso, escolhi o Araras Eco Lodge.
Localizada na cidade de Poconé, a pousada possui 19 quartos com ar-condicionado, chuveiro quente e amenities regionais, piscina, sala de leitura, loja, restaurante e bar.
Entrada do hotel
O Araras Eco Lodge faz parte da Associação de hotéis Roteiros de Charmeque reúne 70 hotéis com propostas ecológicas, aliados a hotelaria de luxo.
Aqui no blog tem post contando a minha estadia em outro hotel da rede Roteiros de Charme. Clique aqui para ler sobre a viagem a Gramado e o hotel Estalagem St Hubertus.
Como funciona
Pensão: O valor do pacote incluí alimentação completa – Café da manhã (6h-7:30), almoço (11:00 – 12:30), chá da tarde (3:00-3:30) e jantar (19:00-20:30). Os pratos são bem diversificados, servidos em estilo buffet e com opções veganas.
Passeios: São três passeios diários entre as refeições com pausas no hotel durante os horários mais quentes (entre as 10:00 e 15:00).
O pacote para 3 noites com passeios e pensão completa inclusa para um casal custou R$5000,00 (valor em Novembro/2016 – incluindo a taxa de preservação ambiental).
Atrativos
Estar no Pantanal é ter a chance de conviver com diversas espécies. Diferentemente da Amazônia, a vegetação é rasa e espaça, facilitando muito a observação de animais. Dos passeios oferecidos pelo hotel, tivemos a chance de fazer caminhada ecológica matinal e noturna, safáris fotográficos, passeios de barco, torres de observação, cavalgada e luau.
CanoagemVista de uma das torres de observação
Muitas capivaras pelo caminho
Outras opções:
SESC: Opção bem mais barata e que atende bem as necessidades básicas no Pantanal, alguns amigos me recomendaram o hotel do SESC – Hotel Porto Cercado – que também fica em Poconé.
Quando o assunto é “selva”, o Brasil não faz feio. É aqui que fica, além da maior parte da Amazônia, a maior planície inundável do mundo, o Pantanal e também a Mata Atlântica, que percorre praticamente toda a faixa litorânea.
Amazônia
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e o maior bioma do Brasil, fragmentada em nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname.
Só para se ter uma ideia da variedade, só de formigas são mais de 10000 espécies!
O clima é equatoriano, dividido entre seco e chuvoso. Altas temperaturas são comuns durante todo o ano e a umidade é alta (mesmo durante a seca).
O que é um Hotel de Selva?
Hotel de Selva, ou Jungle Lodge, é um hotel que está localizado dentro da floresta e alia conforto à aventura.
Esse tipo de hotel existe no mundo todo – na África por exemplo, vários parques ecológicos tem hotéis exclusivos. Aqui no Brasil, estive em acomodações deste tipo em Foz de Iguaçu, no Pantanal e agora, na Amazônia.
Amazon EcoPark Jungle Lodge
São tantos hotéis de selva com tantas propostas diferentes, que é bem difícil de escolher qual o melhor.
É um dos hotéis com maior infraestrutura dentro da Floresta Amazônica – são cerca de 70 quartos, restaurante, piscinas naturais e praia privativa
Distância: a maioria dos hotéis de selva ficam bem afastados de Manaus – cerca de duas horas de barco ou mais – o que inviabilizaria minha viagem de apenas 4 dias., enquanto que o Ecopark está localizado em um dos afluentes do Rio Negro, o Rio Turumã-Açu, bem pertinho da capital.
Transporte: Por estar a curta distância de Manaus, saindo do aeroporto o deslocamento é feito de carro até uma marina privativa – cerca de dez minutos – e depois de lancha – mais trinta minutos, totalizando apenas quarenta minuto de distância.
Flexibilidade de horários: Dos hotéis que encontrei, o EcoPark foi o único em que poderia solicitar um transfer em horários personalizados – todos os outros tem horários fixos e, em geral, saem bem cedinho pela manhã o que para mim seria impossível, já que meu avião pousou na cidade às 14h.
Por aqui, a sensação é que estamos no exterior, são tantos sotaques e gente de tantos lugares diferentes, que até o mais local do local (também conhecido como caboclo) arrisca algumas palavras em inglês.
Quartos:
Separados em pequenas cabanas de madeira, os quartos são divididos nas categorias tradicional, superior e superior plus, sendo a última a única com televisão.
Os quartos são simples, mas funcionais. Estar no meio da floresta e ainda ter cama, ar condicionado e chuveiro quente, é um luxo.
A recepção disponibiliza também secador de cabelo e cofres.
Pacotes:
Os pacotes são de uma a três noites e incluem transfer, passeios e pensão completa. A agenda de passeios costuma variar, mas normalmente as opções são caminhada ecológica, Floresta dos Macacos, visita à “casa do caboclo”, pescaria, focagem noturna e fenômeno do Encontro das Águas. Há também passeios pagos a parte, como nadar com os botos.
Valor do pacote para uma noite / por pessoa: a partir de R$1035,00 – Inclui alimentação, passeios e transfer.
Atividades:
Por não ser minha primeira vez em um hotel de selva, aproveitei os poucos dias para descansar, curtir a natureza e fiz apenas alguns passeios oferecidos.
Trekking: Acho a caminhada em meio à floresta um dos passeios mais legais. A Amazônia oferece tanta diversidade que é indispensável uma visita guiada para entendê-la.
Passeios noturnos: Diariamente há saídas noturnas para pescaria e focagem. Como a maioria dos animais têm hábitos noturnos, quando escurece é mais fácil de vê-los. Nos dias que estive por lá, encontramos alguns jacarés – mas mais do que os animais, acho rejuvenescedor estar em uma canoa, no meio da floresta, no escuro, só ouvindo os sons da natureza.
Floresta dos macacos: O EcoPark tem um projeto de preservação de macacos resgatados do tráfico ilegal. São cerca de 20 animais em reabilitação em uma pequena ilha a cinco minutos de barco do hotel. A visita é breve e acontece quando eles estão sendo alimentados. Após reabilitados, os animais são liberados.
As atividades variam de acordo com a estação. Como muitos passeios são feitos por via fluvial, dependendo do nível dos rios, se tornam inviáveis.
Não fiz mas queria ter feito:
Encontro das águas: Quando o Rio Negro encontra o Solimões, a fusão não é imediata, devido às diferentes temperaturas, densidades e alcalinidades dos rios, e é aí onde o fenômeno acontece. Depois de 6km, eles finalmente se unem resultando no rio com o maior volume do mundo: o Rio Amazonas.
Infelizmente não tive tempo, pois era um passeio que durava o dia inteiro, mas ouvi muitos elogios dos colegas que foram. Mesmo que você não esteja num hotel de selva, há muitas agências que fazem o passeio saindo de Manaus, já que o encontro acontece na região do Parque Janauari, bem próximo à capital.
Na época de chuvas (de janeiro a junho – quando o rio está mais cheio) o fenômeno fica mais nítido e é mais fácil avistar os animais.
O que comer
Uma das minhas atividades preferidas na região norte do Brasil com certeza é comer. A culinária local é exótica não somente para os estrangeiros, mas também para a maioria dos brasileiros. É tanta comida deliciosa que, muito provavelmente, me esquecerei de mencionar algumas delas, mas se você está com viagem marcada para a a Amazônia, não deixe passar em branco:
Frutas: Poderia escrever um livro sobre o assunto – há quem já teve essa ideia, inclusive, olha aqui – já que sou encantada por esse tópico. Prove a maior quantidade de sabores que conseguir, prometo que não irá se arrepender. Dentre as minhas preferidas estão: cupuaçu, graviola e açaí (que são mais comumente encontradas no resto do país), buriti, bacuri e taperebá.
Peixes: Prove as preparações com algumas espécies locais, como piranhas, tambaquis e pirarucus.
Tucupi: Molho feito a partir da mandioca que é base para várias preparações como Pato no Tucupi ou Tacacá (abaixo).
Tacacá: Uma espécie de sopa, feita com caldo de tucupi – molho à base de tapioca – normalmente leva também jambu e camarões.
Jambu: Planta típica com um aspecto que lembra o agrião. É normalmente usadoa em caldos e quando mastigado deixa uma leve sensação de dormência na língua devido o seu amargor.
X-caboquinho: Um sanduíche simples, facilmente encontrado em Manaus e arredores: Pão, queijo, banana pacova (a.k.a. banana da terra) e tucumã (fruto alaranjado que tem um sabor/textura neutro, como um abacate)
Guaraná Baré: Em toda parte do Brasil tem um Guaraná tradicional – refrigerante feito à base de um fruto brasileiro. No Amazonas, o Guaraná Barê é o regional – produzido atualmente pela Antártica.
Balas de Castanhas do Pará e Cupuaçu: Chamam de bala mas é quase um chocolate. Pode ser recheado com Castanhas do Pará (Brazilian nuts) ou Cupuaçu (meu favorito).
Comecei meu mês de Julho em Curitiba, onde fiquei por uma semana, e como já conhecia a cidade, aproveitei também um fim de semana para visitar Morretes e Antonina (clique aqui para ler mais).
Desta vez, além de trabalhar, aproveitei para conhecer alguns cantinhos que não tinha ido ainda, mas ao mesmo tempo, levei meu namorado para dar uma volta no roteiro básico da cidade. Ou seja, esse post vale tanto para quem já conhece a cidade quanto para quem está indo pela primeira vez!
Curitiba é a capital do Paraná e com quase dois milhões de habitantes, ocupa o posto de oitava capital no país. É famosa pela baixa taxa de analfabetismo, a melhor educação pública do país, um sistema de transporte eficiente com o maior biarticulado do mundo e muitos parques, o que a torna também uma cidade extremamente arborizada. Também é conhecida como a capital mal-humorada, devido a fama dos seus moradores – eu particularmente, nunca tive nenhuma experiência desagradável com nenhum local, muito pelo contrário.
O que fazer
Jardim Botânico: Definitivamente o cartão-postal da cidade, se você está indo pela primeira vez, não pode deixar de conhecer. Os jardins são lindos e a estufa, uma obra à parte. Em um dia bonito, é garantia de boas fotos.
Ópera de Arame: Um teatro lindo, todo construído em metal (de onde vem o nome), sobre um lago e com uma vegetação de cair o queixo. Também faz parte do to do obrigatório do turista em Curitiba. No subsolo funciona um café e do outro lado da rua, várias lojinhas vendem artesanatos, souvenir e os famosos chips de banana, que eu amo. Logo ao lado, tem outro lugar lindo mas que normalmente é fechado ao público, a Pedreira Paulo Leminski, uma pedreira desativada e que vira e mexe é palco de grandes shows – Pearl Jam, por exemplo, já se apresentou ali.
Museu do Olho: O Museu Oscar Niemeyer ou Museu do Olho (como ficou conhecido por causa do seu formato), foi inaugurado em 2002 e tem sempre uma programação bacana. Se estiver por lá, aproveite a lojinha e o restaurante e não esqueça a máquina fotográfica – como tudo que Niemeyer fez, é de ficar boquiaberto.
Parque Tanguá: O que não falta é parque em Curitiba! A cidade é conhecida pelos milhares de Bosques, Parques e Praças espalhados por toda a cidade, mas acabei escolhendo o Tanguá por ser um dos poucos que não conhecia. Como estive por lá numa quarta-feira, a calma e a tranquilidade que passa estar ali tomando um cafezinho e olhando o horizonte, é impagável. Ele fica bem afastado e talvez valha a pena combinar com uma ida à Opera do Arame.
Mercado Municipal: Amo visitar os Mercados dos lugares que viajo, principalmente os Municipais. Acho que é um ótimo jeito de conhecer um pouco mais sobre a cultura do lugar através da gastronomia e mais importante: dos produtores locais. Essa foi a minha primeira vez no Mercado Municipal de Curitiba e o que mais me chamou a atenção foi a organização – O Mercado é super limpo, com todas as bancas super bem organizadas, zero barulho, nenhum cheiro estranho e vários restaurantes bacanudos. Infelizmente tinha acabado de almoçar, mas a minha sugestão é que você escolha um dos diversos restaurantes que tem por lá e faça a refeição antes de começar a visita.
Sabe todos os produtos de banana que comentei no post de Morretes e Antonina? Praticamente todos eles podem ser encontrados aqui! Ótima oportunidade de conhecer produtos típicos litorâneos sem precisar deixar a capital.
Centro: É no Centro que várias atrações culturais estão concentradas, como a Biblioteca Pública, a Feira do Largo da Ordem (que acontece aos domingos), a Catedral, o prédio da UFPR e o Museu de Arte Contemporânea. Na minha manhã livre, aproveitei para visitar o prédio do Sesc, a rua das Flores – uma rua reservada para pedestres que recebeu esse nome por causa dos canteiros floridos do século passado, alguns permanecendo até hoje.
Se você quer aproveitar o melhor de Curitiba sem carro, a Linha Turismo é um ônibus de dois andares, que passa pelos principais pontos turísticos da cidade. O roteiro de 45km dura cerca de três horas e você pode pegar o ônibus em qualquer ponto. Atenção: Não opera às segundas-feiras. Para mais informações, clique aqui.
Onde comer
Curitiba é um paraíso gastronômico! Com diversas colônias europeias instaladas por ali, se encontra quase todo tipo de gastronomia.
Café do Paço: Ótimo para começar o dia, esse café que também funciona como escola, tem diversos blends de café e muitas opções de comidinha delícia. Fica no lindo prédio do SESC Paço da Liberdade, no Centro, que até 1966 abrigou o gabinete dos prefeitos da Cidade.
Mary Ann Apple Factory: Há um burburinho em Curitiba em torno das famosas maças caramelizadas já conhecidas nos EUA. Tomei conhecimento deste lugar por uma amiga e por coincidência conheci os donos numa festa que fui na cidade. Infelizmente não consegui visitar o espaço e provar as famosas maças, mas só ouvi elogios!
Madero: Acho que tem mais Madero em Curitiba que Mc Donalds, rs. Sério, tem muitos! Meu namorado é super fã da hamburgueria e sempre vai aqui em São Paulo e eu nunca tinha ido. Numa noite fria de domingo, rumamos ao Centro para conhecer a primeira casa e experimentar O MELHOR HAMBÚRGUER DO MUNDO. Como sou vegetariana, é muito difícil um hambúrguer me agradar, e sinceramente, não gostei muito do que comi no Madero, De qualquer forma, se você come carne, recomendo a experiência. Adorei o couvert, a pupunha assada de entrada e as batatinhas.
O hambúrguer vegetariano do Madero
Osteria Capitolina: Amigos locais nos levaram até esse restaurante, que julgam ser um dos mais italianos de Curitiba e que não está em Santa Felicidade – um bairro italiano dentro da cidade. O local é super família, e o dono, um romano, trabalha em conjunto com a sua mulher, uma brasileira, e recebem pessoalmente cada cliente. A comida é uma delícia e o menu super bem servido. Minha sugestão: vá com MUITA fome, porque se come MUITO por aqui (MUITO MESMO). Super recomendo a burrata e o Nhoque ao pesto. E na saída, uma grapa e aquele cafezinho esperto!
Porcini Trattoria: Mais um italiano, desta vez na região do Batel, onde me hospedei. Diferentemente da Osteria, o local é bem mais requintado, porém segue-se comendo bem. A carta de vinhos é generosa e o Nhoque que provei aqui estava delicioso (apesar de um pouco apimentado para o meu gosto). Já a lasanha do meu namorado, acho que ficou a desejar, apesar de linda estava super gordurosa.
Porcini: Um dos muitos gnochis que comi em Curitiba
GreenGo: Refeição vegetariana de bastante qualidade e super bem servida no Batel. Experimentei o falafel com salada e arroz negro e estava uma delícia, e com um preço super acessível. Outra recomendação que tive de amigos locais foi o Gorilla Strong, que acabou de abrir na mesma região, mas que infelizmente não consegui ir.
Quintana Café e Restaurante: Esse café no Batel também serve almoço das 11h às 14h e tem como tema o escritor gaúcho Mario Quitana. No local, além super bem decorado, o restaurante divide espaço com livros e uma lojinha. O almoço tem várias opções saudáveis e serve muito bem pessoas com restrições alimentares.
Passion du Chocolat: Localizada dentro do Shopping Patio Batel, é conhecida pelos famosos macarrons. Como amo o docinho francês, fui lá experimentar e de fato, vale a pena (apesar dos salgados R$7 por unidade).
Hard Rock Cafe: Famoso no mundo inteiro, a unidade de Curitiba é a única no Brasil – talvez por Curitiba também ser conhecida como a Capital do Rock. Pessoalmente, não acho a comida “grandes coisas”, mas o ambiente é legal para encontrar os amigos para uns drinks e quem sabe comprar uma lembrancinha na lojinha (se você estiver ostentando muito).
Botanique: Verdadeiro achado na região mais central, o Botanique é uma casa de plantas que acabou de abrir e que também funciona como restaurante, café e bar. A comida é deliciosa, super fresh e muito vegan friendly! O cardápio é inspirado na cozinha espanhola, com diversas adaptações. De noite, a carta de drinks entra em cena e transforma o estiloso espaço em bar.
:: Eu sou vegetariana e todas as minhas sugestões gastronômicas aqui no blog têm opções sem carne. Também sinalizo sempre que existe opções vegan, lac free e gluten free ::
Onde ficar
Claro que a localização depende do propósito da sua viagem, mas acredito que se a ideia for turistar, uma boa região é a do Batel. Quality Hotel Apesar de diversas opções no bairro, optei ficar no Quality porque o custo benefício me pareceu justo.
Localizado na Alameda Dom Pedro (uma rua sem saída), no Batel, o hotel tem um staff super atencioso, quarto confortável, restaurante no primeiro piso e academia e piscina no rooftop.
Café da manhã bem servido no QualityRooftop do Quality
Nas tarifas, que giram em torno de R$300, está incluso café da manhã e estacionamento.
Pros Localização – Bairro Batel super bem servido de serviços e restaurantes. Quarto – Bom espaço, cama confortável.Banheiro: Ótimo espaço, amenities Natura e boa ducha. WI-FI: Precisei muito de internet nos dias que estive hospedada aqui e em nenhum momento ela deixou de funcionar (AINDA BEM!) Café da manhã – Sortido, com opção de omelete e tapioca feitos na hora, vários sucos e muitos pães.
Contras Nível de ruído – Mesmo estando em uma rua super silenciosa, tive a impressão que as paredes eram de papel! Ouvia-se tudo dos quartos ao lado e acima, o que me incomodou um pouco, já que tive que passar algumas tardes no quarto trabalhando. Sistema de aquecimento – Não consegui ajustar o aquecimento diretamente no quarto e o sistema central do hotel me parece que ficava desligado durante o dia. Restaurante – Apesar do café da manhã ser ótimo, jantei uma noite no restaurante (às segundas-feiras eles têm um buffet de sopas por um preço bem justo) e me decepcionei bastante. Apesar de boas opções a comida estava super salgada! Depois disso, confesso que fiquei com medo de pedir serviço de quarto e acabei saindo ou pedindo delivery em todas as outras refeições. Ficaria no Quality novamente? Acredito que não. Apesar do staff atencioso e do quarto confortável, o barulho e o frio que passei (Curitiba não é brincadeira em Julho) deixaram bastante a desejar. Quanto à localização, existem várias outras opções no Batel, como o Mercure, o Transamérica ou o hypadoNomaa
Pouca gente sabe, mas é de Curitiba, no Paraná, que sai o único trem de luxo em circulação no Brasil.
No último fim de semana, aproveitei minha estada em Curitiba para conhecer Morretes e Antonina no Litoral Paranaense, nesta viagem cheia de história feita de trem.
Quem faz?
Você pode optar em fazer essa viagem de trem por conta própria ou por agências. Várias empresas oferecem day tours, mas escolhi a Special Paraná porque o pacote me pareceu mais interessante.
Basicamente, inclui: pick up no hotel, passagem de ida de trem, café da manhã no trem e open bar de bebidas durante a ida, almoço típico em Morretes, deslocamento de carro em Morretes e Antonina e retorno de carro para Curitiba no fim do dia.
O passeio pode ser feito em trem regular por R$269 ou em trem de luxo, como eu fiz, por R$439 – valores por pessoa em julho/2017.
Se você optar por comprar a passagem individualmente, o site da Serra Verde vende todas as categorias (inclusive a luxo).
Como chegar
Estrada convencional: Se você estiver indo de carro, esse é o caminho mais rápido. Pela BR-277 a viagem dura pouco mais de uma hora.
Estrada da Graciosa: Conhecida como PR-410, seus 28km ligam o litoral a Curitiba pela Serra do Mar. Pelo caminho, seis mirantes (recantos) garantem a parada e fotos lindas. A estrada, apesar de linda (o nome não é por acaso), tem grande trechos de paralelepípedo e mais de 100 curvas, ou seja, não recomendada para dias chuvosos.
Trem Regular: O trem regular é usado na maioria das vezes como transporte de locais entre os municípios e obviamente é mais barato. Se a ideia é conhecer as cidades, independentemente da experiência, esse é o melhor meio de transporte para quem está visitando Curitiba e não quer alugar carro.
Ônibus: Outra opção para quem não está de carro em Curitiba e quer uma viagem mais rápida que a de trem, é ir de ônibus. Da Rodoviária de Curitiba até o litoral quem faz a viagem é a Viação Graciosa.
Trem de luxo: O Great Express Brazil é o primeiro trem de luxo em operação regular no Brasil e faz a viagem de apreciação que dura cerca de quatro horas entre Curitiba e Morretes. Essa foi a opção que eu escolhi para descer a Serra do Mar e conto (abaixo) um pouco mais da experiência.
Great Express Brazil: o trem de luxo
O Great Express Brasil é o único trem de luxo do Brasil. Operado pela Serra Verde Express, circula aos finais de semana numa viagem que dura cerca de quatro horas entre Curitiba e Morretes. A viagem atravessa a Mata Atlântica em trechos totalmente preservados e intocados (a Mata Atlântica é o bioma mais devastado do Brasil). O caminho é feito pela ferrovia Curitiba-Paranaguá, que é extremamente comercial, com trens de carga circulando a todo momento.
Por dentro do trem de luxo
Como funciona
O trajeto entre Curitiba e Morretes no trem de Luxo acontece aos sábados e domingos às nove da manhã (sim, é preciso madrugar, rs).
O trem conta com dois carros, sendo que cada carro tem bar e toiletes independentes. Durante a viagem, além do guia com preciosas explicações, é servido um café da manhã (pão, geleia, manteiga, croissant com frios, alfajor e bebidas) e durante todo o trajeto é open bar, ou seja, você pode solicitar o bar (água, café, chá, espumante, cerveja, suco, chá gelado, refrigerante) a qualquer momento.
Apesar de ser um trem de luxo e super bem decorado, confesso que achei que os assentos seriam mais confortáveis. Por ser uma viagem longa, todo mundo acaba tirando um cochilo em algum momento. De qualquer forma, a viagem é bem agradável e as paisagens, de tirar o fôlego.
Roteiro
A viagem começa na Rodoferroviária de Curitiba. De lá, a viagem demora cerca de quatro horas. Apesar da distância entre Curitiba e Morretes ser de apenas 70km, o trem atinge a velocidade máxima de 35km/h, fazendo várias paradas para fotografias no caminho. Logo no começo o guia deixa claro se tratar de uma viagem de apreciação, ou seja, coloque os celulares no modo avião (ou no modo trem como eles dizem aqui, rs) e curta a paisagem. Ah, e se você não vive sem 4G, já fique sabendo que não há nenhum sinal no trajeto e mesmo nas cidades de Morretes e Antonina tem pouquíssimo sinal em locais estratégicos.
Uma das muitas paisagens pelo caminho da Serra do Mar
Parada no santuário do cadeado: A primeira parada é de cerca de 10 minutos no Santuário do Cadeado, que fica numa área chamada Caminho de Itupeva (na ferrovia Curitiba – Paranaguá), bem no meio da Mata Atlântica. A parada acontece por causa de um mirante, que proporciona lindas fotos no meio da Mata.
Morretes: Apesar de já ser considerada área litorânea, ainda não se vê mar em Morretes, que está a 8m do nível do mar. No entanto, a cidade de arquitetura tipicamente portuguesa, é famosa pelas suas lojinhas de artesanato, MUITA banana (doce de banana, banana chips, cachaça de banana e as famosas balas de banana) e claro, pelo prato típico: o Barreado. Trata-se de um cozido de carne, que se come com farinha de mandioca e banana e que, claro, tem que experimentar. Da cidadezinha, além de todas as coisas com banana, os guias também encorajam a compra de artesanatos, já que a cidade vive basicamente do turismo. E eu, claro, não perdi a chance de experimentar também o sorvete de banana. Recomendo!
Uma das muitas barraquinhas em MorretesFim de tarde em Morretes
Antonina: Terceira e última parada, Antonina também tem uma arquitetura portuguesa toda especial e com uma linda vista para o oceano. Aqui, já no nível do mar, se vê o oceano, e por muito tempo também sediou o quarto maior porto do Brasil, já que está situada em uma extensa baía. Hoje todo o serviço fluvial foi transferido para Paranaguá e apesar da cidade não ter tantas opções de compra como em Morretes, é um ótimo cartão postal para fotografias e apreciação do mar.
Importante: As temperaturas em Antonina costumam oscilar entre 35 graus (verão) e 5 graus (inverno), porém o vento reduz ainda mais uns 5 graus a sensação térmica. Ou seja, se visitar no inverno, não esqueça o casaco!
Antonina e o mar ao fundoArquitetura colonial portuguesa e muita história em Antonina
Retorno: O retorno é feito de van, e a estrada é escolhida de acordo com as condições meteorológicas do dia. Quando fiz, dei a sorte que voltar pela Graciosa, numa viagem de aproximadamente duas horas. Infelizmente, como já estava anoitecendo, só consegui de fato ver a estrada nos primeiros trinta minutos. Se você estiver de carro e viajando no inverno, é recomendável sair do litoral antes das 17h, horário que começa a escurecer.
Diferentemente do ano passado, esse ano passei meu dia dos namorados no destino mais visitado por casais apaixonados no Brasil: a Serra Gaúcha. Foram 3 dias e 2 noites em Gramado com um pulinho em Canela, que fica ali do lado.
Como chegar
Para chegar em Gramado, o caminho mais fácil é de avião, pousando em Porto Alegre (se você estiver fora do Estado). Do aeroporto, são 120km até Gramado – cerca de duas horas de carro – e o caminho mais simples é pela BR-116 e depois a 373.
Esse trajeto foi o que um amigo local me sugeriu, já que devido às chuvas, a qualidade das estradas poderia estar comprometida. Logo, não segui a sugestão do Google Maps e no fim, não sei e nem nunca saberei se fiz bom negócio, rs.
A primeira metade, chamada de Rota Romântica é bem bonita: muitas curvas e flores, realmente encantador. Quando saí da 116 fiquei bem impressionada com a qualidade das estradas, que são bem ruins. Metade do caminho não é asfaltado e como havia chovido muito durante a semana, vários trechos estavam interditados com deslizamentos. Uma recomendação pessoal se você for dirigir, é evitar ir à noite, já que além das estradas esburacadas e o risco de atolamento, a neblina é deixar qualquer um desesperado (não dá para ver nada mesmo ).
Uma alternativa para os mochileiros, é ir de ônibus. A Citral faz o trecho até a Serra e apesar de achar que ter um carro facilita bastante a locomoção por lá, vi que a Rodoviária de Gramado é bem no Centro, ou seja, indo de ônibus você conseguirá fazer visitar as principais atrações de Gramado à pé e pode chamar um táxi para ir a Canela.
Há também um ônibus de turismo (aqueles de dois andares) que faz paradas nos principais pontos turísticos em Gramado e Canela e é uma ótima saída para quem não quer dirigir. Para saber mais, clique aqui.
Caso esteja procurando algum serviço mais personalizado, é possível contratar um transfer ou carro particular com antecedência.
Clima
Por estar em uma zona temperada, o clima aqui é ameno no verão e bem frio no inverno com chuva durante todo o ano. Neblina e geada são frequentes à noite e em casos extremos, pode chegar a nevar.
Esse azul do céu de gramado ❤
Durante os dias que estive em junho, a temperatura oscilou entre 3 e 14 graus Celsius.
Onde ficar
Existem milhares de opções de hospedagem na região e até a possibilidade de fazer um bate e volta de Porto Alegre. Eu me hospedei no Estalagem St Hubertus, que fica em Gramado.
O hotel é lindo, de frente ao Lago Negro e por ser Dia dos Namorados, já na entrada nos receberam com um espumante.
Os amenities do banheiro eram todos L’Occitane (AMO!).
E como cheguei tarde e cansada, pedi room service para o jantar (e estava tão bom que acabei pedindo room service nas duas noites seguintes também).
Além do conforto do quarto, as áreas comuns do hotel são um charme a parte – Sala de leitura, sala de bilhar, mini biblioteca, sala de TV (SKY HDTV) e de jogos (cartas e xadrez, sala de reuniões (até 16 pessoas), trilha para caminhada em frente ao hotel, piscina térmica coberta e com cascata, sauna, equipamentos para ginástica: bicicleta e esteira e sala de lareira.
Ah e não menos importante: o wifi é gratuito e funciona bem tanto no quarto quanto nas áreas comuns.
O café da manhã e o chá da tarde estavam incluídos na diária e diariamente, um pouco antes do jantar, deixavam uma térmica com água quente, saquinhos de chá e cookies no quarto.
Chá da tardeChá com bolacha no quarto todo dia antes de dormir
Na última noite, fiz massagem e limpeza de pele no spa do hotel e foi uma delícia – além do preço super justo: R$245.
Na saída, o staff nos presenteou com uma foto do casal e uma sacolinha com água, palha italiana e um brinde.
Apenas o hotel mais atencioso no qual já me hospedei.
Diárias a partir de R$800,00.
Roteiro
Basicamente dividi meu fim de semana em Canela (sábado) e Gramado (domingo).
Canela
Parque Estadual do Caracol: A atração mais visitada em Canela foi a minha escolhida para começar o fim de semana. A 7km do centro, o cartão postal é com certeza a Cascata do Caracol, uma queda d’agua de 131 metros. A trilha de acesso está interditada a alguns anos, mas você pode vê-la se fizer o passeio de teleférico. Custa R$42 por pessoa e estudantes não pagam meia (#chateada). O bondinho faz três paradas, sendo que a melhor fotografia é tirada na última (e mais próxima a queda). O Parque é lindo e vale o investimento!
Mundo a Vapor: Parque/museu dedicado ao processo de maquinário no Brasil, em especial ao trem, aqui se visualiza em miniaturas todos as etapas da industrialização na primeira metade do século XX. O ingresso, no valor de R$30 também dá direito a um passeio de trem.
Reino do Chocolate: Espaço dedicado à história do chocolate, estava fechado quando visitei, porém tem uma loja IMENSA de chocolates Caracol, super tradicionais por lá. Ou seja, as compras de chocolate valeram a visita.
Tanto em Gramado quanto em Canela o que não faltam são chocolateries. Pesquise antes uma marca e tipo de chocolate do seu agrado e dedique uma horinha do seu dia para ir a uma loja específica.
Gramado
Lago Negro: De frente ao hotel que estava hospedada, esse lago tem além de um Parque lindo ao arredor aonde os gaúchos se encontram para conversar e tomar um mate, uma pista de caminhada de 700m e diversas lojinhas com artesanato e comida típica. Fiz o passeio de 20 minutos de pedalinho por R$30 e voltei a ser criança.
Le Jardin – Parque de Lavanda: O nome do local é um pouco injusto, uma vez que, diferentemente do que acontece nos Lavandários de Cunha, não vi nenhuma área só de lavandas e sim diversas flores e árvores. Apesar disso, o espaço é lindo e vale a visita, e na saída, uma loja vende cosméticos e produtinhos feitos com as flores por lá cultivadas.
Rua Coberta e Arredores: Provavelmente o lugar mais visitado de Gramado, a rua Coberta é uma rua de 100 metros que, como diz o nome, é coberta e reservada para pedestres. No dia que fui, estava tendo a Feira do Livro de Gramado, com diversas tendas e uma banda tocando jazz ao fundo. Para quem quiser almoçar, vários restaurantes também estão na rua. Saindo de lá, dê uma volta pelo centrinho de Gramado, com várias lojinhas de roupa, comida, artesanato e muitos restaurantes.
Gastronomia
A gastronomia local é maravilhosa e famosa pelo Café Colonial, uma espécie de Brunch, com bebidas quentes, sucos, muitos pães e bolos, tortas e doces. Outras iguarias facilmente encontradas são: vinho e suco de uva (já que a região também é conhecida por suas vinícolas) e queijos.
Detalhe do Café Colonial do hotel
Como no hotel tanto o café da manhã quanto o chá da tarde estavam inclusos na diária, acabei fazendo poucas refeições fora, uma ótima pedida para economizar!
Em Gramado, a oferta de restaurantes é maior, já que muito do turismo rola em torno da gastronomia e as opções são fartas quando se trata de cozinha européia: restaurantes de comida suíça (e muito fondue), alemã e cantinas italianas estão por toda a parte.
Estes foram os restaurantes onde estive, todos em Gramado:
Cantina Pastasciutta:Almoço do primeiro dia, essa cantina é bem famosa por lá. Estava tão frio que eu só queria saber de comer uma massa bem quentinha e valeu a pena. O único porém é que a fila de espera às 16h era de 40 minutos, então acredito que mais cedo deve ser ainda mais concorrido. As massas são servidas para duas pessoas e tem a opção de pegar antepastos no buffet por um preço de R$11 por 100 gramas.
Alemanha Encantada:Esse lugar é um complexo com restaurante + loja + torre de Observação – chamada Torre da Princesa. Localizado em frente ao Lago Negro, o espaço tipicamente alemão, tem entrada gratuita tanto para o restaurante quanto para a loja e cobra R$8 para subir na Torre, que leva esse nome devido à Rapunzel que fica lá em cima recepcionando os turistas. Não subi na torre, mas parei no restaurante para provar o famoso Apfelstrudel, que estava bom, mas não maravilhoso. Ouvi dizer que o melhor da região é o do Castelinho, que fica em Canela. Quanto à comida, não provei mais nada, mas todos os pratos germânicos estavam com uma cara ótima e a carta de cervejas também me pareceu bem interessante.
La Maison de La Fondue: Como já sugere o nome, o carro chefe aqui é o Fondue. São diversas opções, das quais algumas nunca tinha ouvido falar (tipo, Fondue de peixe) e alguns acompanhamentos clássicos da culinária suíça. Estar na Serra no inverno e não experimentar um Fondue é quase um pecado, dadas a oferta de restaurantes desse tipo. Acabei escolhendo este porque era o mais próximo de onde eu estava passeando e tinha uma boa pontuação no Foursquare. O tradicional é pedir o rodízio, mas como estava com o horário apertado, pedi o Fondue de queijo e alguns acompanhamentos. Confesso que não foi o melhor Fondue que comi na vida – em São Paulo, o Hannover e o Chalezinho são melhores. O preço fica na casa de uns R$150 por pessoa para o rodízio e uns R$90 por Fondue individual a la carte.
A poucos dias do Dia dos Namorados, resolvi reviver a minha comemoração do ano passado e contar um pouco mais de um lugar pouco óbvio para passar essa data: Belém do Pará.
A primeira coisa que percebi ao procurar destinos “românticos”, é que todos os blogs apontavam para lugares não muito originais. Como em junho está esfriando aqui no Centro-Sul do Brasil e no nordeste é temporada de chuva, vi que ir para o Norte seria uma boa opção se estivesse procurando algum lugar quente e seco, em pleno outono. Por fim, escolhi Belém, no Pará, porque além de ser um lugar que sempre quis ir, as passagens estavam bem baratas para o fim de semana do dia 12.
Como era a minha primeira empreitada por lá e teria apenas 3 dias, pensei num roteiro bem compacto, que não saísse muito do centro da cidade e que me permitiria visitar os lugares mais especiais (e também turísticos) da cidade. O que eu posso adiantar desses dias? Que foram mágicos e que quero voltar ao Pará o mais breve possível!
Sobre a cidade
Belém do Pará é a capital do Estado do Pará, primeiro da região norte, fazendo divisa com a região nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso) e se divide em porção continental e nas ilhas ao redor (39 ilhas ao total).
Fundada em 1616, é a porta de entrada para a Floresta Amazônica – de onde inclusive saem barcos que ancoram em Manaus – e no século XIX foi palco da cabanagem, uma das revoluções populares mais importantes para o país.
De clima extremamente úmido (frequentemente ultrapassando 90%), é a capital mais chuvosa do país. O extremo calor também é característico com temperaturas quase sempre acima de 30 graus.
No segundo domingo de outubro presencia-se um dos eventos mais importantes para o catolicismo no país, o Círio de Nazaré. Uma procissão de mais de 3km que há mais de dois séculos faz romeiros atravessarem a cidade homenageando Nossa Senhora de Nazaré, mãe de Jesus.
Se você (e seu par) são do tipo que adoram aventura, cultura e gastronomia, Belém tem tudo isso por um preço bem acessível. Bons hotéis não costumam ter diárias que ultrapassam R$400 e o valor por km do táxi é de R$3,03 na bandeira 2. Por ser uma capital, existem opções de gastronomia e entretenimento variadas e vôos diários de diversas partes do país. A aventura fica por conta da Floresta Amazônica, onde você pode conhecer superficialmente em um dos passeios peça própria cidade ou ir mais a fundo, pegando um barco e navegando por cerca de 6 dias.
Seu acesso é extremamente simples pelo Aeroporto Internacional Val-de-Cans com operação pelas companhias Azul, Map, GOL, LATAM, TAP, Sete e Surinam.
Onde ficar
Na minha estada de 2 noites, fiquei no Grand Mercure Belém, que fica na Avenida Nazaré, por onde passa o Círio e que, para os amantes de futebol, está na frente da sede do maior time do estado, o Paysandu.
O hotel do grupo Accor tem ótima infra-estrutura, com piscina, restaurante, bar e room-service 24h, além do café da manhã incluído na diária. No quarto, uma coisa que me chamou a atenção foram os amenities, feitos com produtos regionais e alguns livros e quadros com imagens e histórias da cidade.
Passeios imperdíveis
Cidade Velha: Com arquitetura barroca diretamente influenciada pelo italiano Antonio Landi que ali habitou no começo do século XVIII, a Cidade Velha é um deleite para os olhos de amantes de artes. Por ali, além das construções ficam vários museus, teatros e Igrejas que precisarão de pelo menos um dia da sua atenção. Minha sugestão é percorrer as ruas sem um roteiro definido, deixando-se levar pelos encantos da região.
Museu Histórico do Estado do Pará
Mercado Ver-o-Peso: Com certeza a minha atração preferida em Belém! Fundado há 388 anos, continua em operação diariamente vendendo produtos de hortifrutti e artesanato local. É uma viagem à gastronomia amazonense, cheia de cores e cheiros. Não se intimide e pergunte tudo o que quiser aos solícitos vendedores. Eles são ótimos explicando o que é cada coisa e dando receitas locais. Uma curiosidade: o local apesar de turístico, também segue frequentado por locais e vende anualmente cerca de 30 toneladas de açaí por ano
Cores e diversidade no Mercado Ver-o-Peso
Forte do Presépio – Forte localizado na Cidade Velha, foi construído no mesmo ano da fundação de Belém para proteger a cidade de ataques de estrangeiros e hoje preserva também um museu para promover um pouco da história da colonização européia na região da Amazônia.
Cidade Velha no caminho para o Forte
Mangal das Garças:Um parque privado que reúne fauna e flora locais, além de restaurante e observatórios. A foto abaixo é do Farol, que apesar da fila, do calor e do valor adicional de R$10, vale a pena ser visitado. A vista é de tirar o fôlego!
Do alto no Mangal das Garças
Catedral Metropolitana de Belém: Situada na Cidade Velha, e também de arquitetura barroca, é a Igreja mais antiga da cidade.
Catedral Metropolitana de Belém
Passeio de Barco – Fiz esse passeio pela Valeverde, que saí da Estação das Docas no fim da tarde e dura cerca de uma hora percorrendo a Baía do Guajará ao pôr do sol. No passeio, alguns pontos turísticos avistados são explicados pelo guia, mas acho que o ponto alto mesmo do passeio é a apresentação de dança que acontece no barco. O Pará, além do famoso tecnobrega (olá, Calypso), é conhecido por um ritmo ainda mais tradicional: o Carimbó, que mistura elementos indígenas e africanos. Durante a apresentação, muita música e tanta giração que você vai se perguntar como alguém consegue dançar daquele jeito, num barco, sem passar mal rs.
Vista do barco no fim de tarde
O vídeo abaixo mostra um pouquinho do Carimbó:
O que comer
Para quem não conhece a culinária do norte do Brasil, tão peculiar e difícil de descrever, não sabe o que está perdendo! Hoje em dia eu arrisco dizer que é a minha preferida no Brasil e muito desse amor começou no Pará. Foi por lá que provei pela primeira vez sabores tão amazônicos como Tucupi, Tacacá, Jambu e Bacuri.
Por aqui tudo é um espanto aos desavisados, desde a forma como o açaí é consumido – totalmente sem açúcar e com farinha – até a variedade de frutas e peixes. É um encanto e eu provavelmente não sou a pessoa mais indicada para dar maiores detalhes. Confesso que durante essa viagem comi muita coisa que nem sabia o que era – e que continuo sem saber – mas tudo era maravilhoso. Meu namorado, tão encantado quanto eu, pedia para colocar cupuaçu em tudo: no sorvete, no suco, no chocolate…
Acho que o melhor lugar para ter o primeiro contato com tanta coisa é o Mercado Ver-o-Peso, que comentei anteriormente.
Dos restaurantes, não fui a muitos mas um deles me conquistou. A noite do dia dos namorados não poderia ter sido mais especial: jantar no Remanso do Bosque, que está na lista dos 50 melhores da América Latina pela revista Restaurant. Com elegância e delicadeza, o chefe Thiago Castanho incorporou no cardápio todos os ingredientes locais, com opções à la carte ou menu degustação. Apesar do preço ser bem mais alto do que o encontrado normalmente em Belém, é totalmente pagável. O espaço do restaurante também é lindo e acomoda bem tanto casais, quanto grupos maiores. Na saída, uma lojinha com alguns produtos locais, os quais não resisti e trouxe para casa. Esse é um dos To Do’s obrigatórios em Belém!