:: Aproveitei o último feriado e viajei a Minas Gerais para passar 5 dias e 4 noites curtindo o melhor da capital mineira e seu entorno. Neste terceiro post, conto como foi meu dia em Ouro Preto, uma das cidades históricas de MG.. ::
Uma das mais cidades mais visitadas em Minas Gerais, Ouro Preto foi a estrela da Mineração no Brasil no século 19. Nomeada inicialmente de Vila Rica, após a independência do Brasil ganhou ares de cidades se tornando a capital de Minas Gerais até 1897, quando Belo Horizonte assumiu esse posto.
Seu nome não é à toa. No século 18, o que mais se achava por aqui era Ouro. E dos bons! E tanta preciosidade a transformou naquela época na maior cidade do Brasil. Junto a Mariana, Congonhas, Sabará e Tiradentes, Diamantina e São João Del Rei, Ouro Preto faz parte do complexo de cidades históricas de MG, que lideraram não só o Ciclo do Ouro no Brasil, mas também a Inconfidência Mineira, a arquitetura (tipicamente barroca) e seu subsequente desenvolvimento literário (o arcadismo).
Tombada pela UNESCO como Patrimônio Nacional desde 1980, atualmente é rota de todo tipo de turista, dona de um dos maiores carnavais do Brasil, festa junina e festival de inverno.
Mas não se admire com os números. Ouro Preto permanece intimista e compartilha até certo provincianismo com seus (apenas) 70 mil habitantes. Você pode passar uma tarde ou uma semana por aqui, o roteiro e a apreciação serão diferentes, mas se você é do tipo que não perde uma boa história por nada, não deixe de passar.
Dica: Recomendo fortemente que a visita a qualquer cidade histórica de MG seja feita com o acompanhamento de um guia.
Como chegar
Ouro Preto está localizada a 100km de Belo Horizonte. Dá para ir:
De carro: Alugando um carro a partir de Belo Horizonte, são aproximadamente duas horas de viagem. É o jeito mais cômodo, você ganha conforto e liberdade para fazer seu próprio horário e quem sabe, combinar a viagem com outras cidades históricas.
De ônibus: a rodoviária fica um pouco afastada do centro, mas de la é bem fácil pegar um táxi e chegar ao hotel. Quem faz o trajeto saindo de Belo Horizonte é a Pássaro Verde.
De Transfer: existem diversas empresas que fazem essa visita como day tour, a partir de Belo Horizonte ou combinada com outros passeios. A UAI Turismo tem pacotes personalizados que podem atender quem tem pouco tempo ou uma necessidade específica.
Se puder, faça o Caminho Velho pela Estrada Real. São 710km (boa parte sem asfalto), saindo de BH em direção a Paraty. Esse caminho foi aberto para que os Tropeiros pudessem seguir do Rio de Janeiro em busca de ouro em Minas.
Onde ficar
Opções de pousadas e hostels não faltam por aqui. Minha sugestão é se hospedar próximo à Praça Tiradentes, que é basicamente onde tudo acontece. Acabei ficando no Solar do Rosário, um casarão lindo, com mais de um século de história, mas que fica um pouco mais afastado (1km da Praça).
O hotel, cinco estrelas, além de quartos confortáveis, conta com duas piscinas, academia, cobertura com vista panorâmica, restaurante e wi-fi (que funciona bem).
Apesar do inconveniente da distância (afinal é muita ladeira para subir, rs), não posso me queixar da infra-estrutura e atendimento do local.
Diárias a partir de R$360 (com café da manhã)
Dica: Localizada a apenas 300m da Praça Tiradentes, outra opção belíssima de hospedagem é o Grande Hotel Ouro Preto, desenhado pelo Niemeyer.
Por ser uma das cidades mais turísticas de Minas Gerais, Ouro Preto costuma lotar nos feriados e alta temporada (férias). Se puder, evite essas datas. Eu viajei no meio de um feriado nacional e confesso que as ruas super lotadas me incomodaram um pouco.
Onde comer
Como já falei no post anterior, o que não falta são bons lugares com boa comida em Minas Gerais.
Clique aqui para saber mais sobre a culinária mineira
Restaurante Conto de Réis: Fiz duas refeições aqui! A opção no almoço é buffet, super bem servido de comidas típicas. O feijão tropeiro e o pão de queijo daqui são imperdíveis e a vista, coisa de outro mundo. O único contra são as filas: se prepare, porque costuma lotar. É inviável ir sem reserva.

Chocolates Ouro Preto: Parada obrigatória para provar a produção de chocolates, e claro, levar para casa. Eles também funcionam como café, sendo uma ótima parada de frente à Praça para quando a fome aperta no meio da tarde.
Frutos de Goias: Essa foi a única sorveteria que vi, e claro que fui provar. Funciona por kilo, self service e assim como sugere o nome, tem vários sabores tipicamente brasileiros.
O que visitar
Praça Tiradentes: Como já citei anteriormente, este é um bom ponto de partida. Tudo acontece ao seu redor. Não deixe de fotografar a bela estátua Tiradentes, que dá nome à praça.
Museu da inconfidência: Um dos movimentos precursores que levariam à posterior independência do Brasil, a Inconfidência tem um papel protagonista na história da região e do país. É imprescindível a visita para entender Ouro Preto e, claro, a icônica figura de Tiradentes.
Igreja NS do Pilar: A Igreja mais central da cidade, tem uma arquitetura (e um altar) de tirar o fôlego. É possível visitar também o museu que fica na sacristia e traz representações de Arte Sacra para nenhum museólogo botar defeito.
Igreja Sao Francisco de Assis: Mais uma criação barroca, se diferencia por ser uma das grandes obras de Aleijadinho, que escupiu toda a fachada.
Ainda que seja completamente possível visitar os pontos principais de Ouro Preto em um dia, recomendaria pelo menos um fim de semana para aproveitar a cidade com mais calma.
Compras
Para quem gosta de comprinhas, não pode perder a oportunidade de passear pelas lojinhas localizadas nos entorno da Praça Tiradentes. Além das tradicionais cachaças, a região é famosa pelos quartzo rosa e azul. Não faltam joalherias e os preços são bem em conta. Para quem quer trazer uma lembrancinha mais simples, recomendo a Rocalha Artesanatos.

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